sexta-feira, 1 de maio de 2020

ORÇAMENTO IMPOSITIVO




http://www.litoralmania.com.br/orcamento-impositivo-jayme-jose-de-oliveira/



PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

ORÇAMENTO IMPOSITIVO – 30/04/2020
“Todos queremos viver uma vida livre de turbulências, mas precisamos de um método realista para chegar lá. O afeto é fundamental – ele produz uma mente calma e confiante, nos habituando a agir de forma aberta, honesta e transparente, livre da ansiedade, medo e desconfiança”. (Dalai Lama)
As palavras do líder Tibetano afloram dum coração que durante toda a vida se esmerou em pregar a boa vontade entre os homens, olha que ele viveu entre lobos e... persistiu sem ressaibos de rancor, raiva, pelo contrário, permaneceu impávido e este é seu maior galardão.
A magia do ZEN, uma palavra sinônimo de calma, de mente tranquila, é também uma arma que desarma. Uma afiada espada para diminuir as elucubrações descontroladas da mente. Parece difícil, mas não é impossível. Para praticar o ZEN é indispensável viver em harmonia consigo mesmo. Para quem não admite viver em paz consigo e com TODOS os outros, é, sim, impossível.
Como vivemos num mundo conturbado, um estilo de vida que exige respeito aos nossos adversários, oponentes – veja que não digo inimigos – inimigos não existem para quem vive em paz consigo mesmo. Repito: adversários sim, inimigos nunca!
No meio em que vivemos, regido pelo desejo de levar vantagem em tudo, é difícil acreditar que um dia chegaremos lá.  Os fatos passados e mesmo os recentes nos induzem a descrer. Senão vejamos:
Em 28/08/1997 FHC vetou o aumento de Fundo Partidário de R$ 42 milhões para R$ 420 milhões, aprovado pela Câmara dois dias antes.
O senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), presidente do Senado, disse ser contrário ao financiamento público para as campanhas eleitorais. “Sou contra o financiamento público, acho que o governo tinha e tem maiores obrigações de fazer a informatização do pleito eleitoral para que ele represente a vontade do povo, até porque o financiamento público vai ocorrer em conjunto com o financiamento privado”, alegou.                                                                                                                                              Para o senador, “o dinheiro público deve der empregado em escolas, hospitais e segurança pública, no interesse do cidadão e não colocado à disposição dos partidos políticos”.            Antônio Carlos Magalhães antecipou que “se tiver votos” para isso, vai derrubar a proposta quando for submetida à apreciação do Senado. Mas fez a ressalva de que cumprirá a vontade que vier expressa pela maioria dos senadores.
Como ficou claro, o senador foi voto vencido e mais: os R$ 420 milhões subiram de valor até alcançarem os atuais R$ 2 bilhões. Bolsonaro assinou a LOA (Lei Orçamentária Anual) sem vetos, alegando que, caso vetasse a medida ele estaria violando o artigo 85 da Constituição Federal, aborda as situações nas quais um presidente da República pode cometer crime de responsabilidade e estaria sujeito a um processo de impeachment.                                                                                               O Fundo Eleitoral foi aprovado pelos congressistas para o orçamento de 2020 no dia 17 de dezembro de 2019. Não devemos, nem podemos esquecer que, na CMO (Comissão Mista do Orçamento) houve uma tentativa de inflar o fundo para R$ 3,8 bilhões.
Consideram exagerados os R$ 2 bilhões? Eu também. Agora, como tudo pode ser piorado, o Congresso delibera sobre a possibilidade de utilizar ao seu bel prazer R$ 15 bilhões do Orçamento Anual para 2020, sob a forma de “Orçamento Impositivo”, onde o presidente da república não tem direito a veto.
No início de março, em reunião com o presidente do Senado, Davi Alocumbre (DEM-AP) e líderes partidários, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) chegou a dizer que se o governo descumprisse o acordo de por no Orçamento Impositivo R$ 15 bilhões à disposição do Legislativo não votaria nenhum outro projeto de remanejamento orçamentário até o fim do ano.
ISSO NÃO É CHANTAGEM?
Veja, o Executivo apresentou três projetos ao Congresso e solicitou que mantivesse os vetos ao Orçamento Impositivo. Dos três PLNs apresentados, apenas o que regulamenta o Orçamento Impositivo foi aprovado. (Zero Hora, 11/03/2020)
ISSO NÃO É CHANTAGEM?
Comparemos, agora, a disparidade daquilo que preconiza o Dalai Lama e o que norteia as ações dos nossos políticos, os congressistas neste caso em primeiro plano.
OREMOS.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

Nenhum comentário:

Postar um comentário