“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
SE
Numa sociedade multifacetada em que as pessoas exercem
seu livre arbítrio seguindo critérios individuais, haverá sempre dissintonias
até no convívio familiar. Ipso facto
essas divergências se acumulam com o aumento das pessoas envolvidas e assim se
explicam os desentendimentos verificados diuturnamente.
Gremistas discordam de colorados, religiões promovem a
formação de agrupamentos congêneres e, se nos embrenharmos na política as
dissenções descambarão para entrechoques com consequências desastrosas. Não é
prudente, na atualidade, o encontro de “bolsomínions”
com “petralhas” pelo risco de embates
onde a violência não pode ser descartada.
Impedir a diversidade, característica inerente à
espécie humana seria uma ação que deslustraria o que de mais sublime possuímos,
seria, em última instância, nivelar o homo
sapiens aos seres regidos rigidamente pelos instintos básicos de
sobrevivência e reprodução.
Thomas Morus, em 1516 elucubrou “Utopia”, um país onde
não existia dinheiro e tudo era de propriedade comum. Em contrapartida a ascensão
social era também uma quimera, os nascidos num patamar da escala social lá
permaneceriam e seus descendentes idem. A ferro e fogo não se admitiam contestações,
sob pena de, inclusive, escravidão. Como,
escravidão numa sociedade sem classes? Examinando em detalhes pouco diferia
de uma colmeia ou de um formigueiro.
Seriam felizes os “acomodados”?
Será esta “UTOPIA” a raiz da
felicidade?
Afortunada a sociedade em que os diferentes são
admitidos e acolhidos; onde não impera a lei do mais forte; onde é permitido
sonhar com a ascensão conseguida através do esforço e da pertinácia; onde
podemos almejar um futuro altaneiro aos descendentes; onde é permitido falhar e
nem por isso ser execrado (contanto que corrijamos os nossos erros).
Numa entrevista, Michael Jordan, o maior jogador de
basquete de todos os tempos declarou:
“Eu posso aceitar falhas, mas não posso aceitar não tentar”.
“Você deve esperar grandes coisas de si mesmo antes que possa fazê-las”.
“Para aprender a ter sucesso, é preciso primeiro aprender a
fracassar”.
“Se há uma característica comum aos grandes campeões é a habilidade de
manter o foco. Nunca deixe de tentar”.
Não apenas Michael Jordan. Pelé, Einstein, Gandhi, Mandela,
Cristo, Buda, Maomé... – todos tiveram percalços – e devem ser cultuados. A
mais humilde e mesmo inculta pessoa deve também ser enobrecida e reconhecida
como expoente, desde que cumpra seus deveres e contribua com sua parcela para o
giro do progresso.
No outro lado, convictos
(são muitos e de variadas espécies) abdicam do seu direito, diria até hombridade
de pensar e agir pelo próprio tirocínio e se aglomeram na vala comum dos
áulicos, vulgares “puxa sacos” de ídolos com pés de barro. Só assim se
explica – aqui não vou citar nomes, pseudo-ídolos
são fascinantes e persistentes, similares todos -. Hipnotizados, seus
seguidores se deixam engabelar para que os sigam, os defendam e por eles
abdiquem da condição de seres pensantes. Ao ouvirem esses gurus, nunca dizem nada, restam permanentemente embasbacados,
boquiabertos.
Sejamos orgulhosos sem prepotência, humildes sem
subserviência, coerentes sem intransigência. Só assim seremos o que Rudyard
Kipling pensou ao se dirigir ao seu filho, no seu mais famoso poema: “Se”, que assim conclui:
“Se
é capaz de dar segundo por segundo ao
minuto fatal todo valor e brilho. Tua é a Terra com tudo o
que existe no mundo e –
o que ainda é muito mais – és um Homem, meu filho!”
SE
–
Rudyard
Kipling
– 1
minuto e 51 segundos Declamado pela voz do psicólogo brasileiro
Leonardo Goldberg, na tradução de Guilherme de Almeida.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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Cirurgião-dentista aposentado
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