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“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
EXEMPLOS EDIFICANTES
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor
de sua pele, por sua origem ou ainda pela sua religião. Para odiar as pessoas
precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”
(Nelson Mandela)
Nelson Mandela
(1918-2013) foi presidente da África do Sul. Foi o líder do movimento contra o
apartheid, legislação que segregava os negros no país. Condenado em 1964 à
prisão perpetua foi libertado em 1990, depois de grande pressão internacional. Em 1993 Nelson Mandela e Frederik Willem de
Klerk foram agraciados com o prêmio Nobel da Paz pelos seus esforços para
acabar com o apartheid na África do Sul. Frederik
de Klerk, um politico sul-africano, presidente da África do Sul foi o último branco a ocupar o cargo, passou para a história por ter
libertado Mandela da prisão e lutar pela abolição do apartheid. Um exemplo de como adversários figadais,
quando a boa vontade se faz presente podem cooperar sinergicamente para a
consolidação da paz e redimir um passado de ódio. Teremos no Brasil algum dia pessoas dignas e capazes de imitar um gesto
tão grandioso quão raro?
Após longas negociações Mandela conseguiu
a realização das eleições multirraciais em abril de 1994. Seu partido saiu
vitorioso e foi eleito presidente da África do Sul. Willem de
Klerk, com a democratização assumiu o cargo de vice-presidente. Finalmente, o governo de Mandela, com maioria
no parlamento, acabou com o longo período de opressão aprovando importantes leis
em favor dos negros. Governou até 1999, quando conseguiu eleger seu sucessor.
Em 2006 foi premiado pela Anistia Internacional por sua luta em favor dos
direitos humanos.
A história da
humanidade está repleta de exemplos onde os personagens praticaram atos de
altruísmo que os dignificaram. Nelson Mandela, Willem de Klerk e o bispo
anglicano Desmond Tutu conjugaram esforços para erradicar a chaga do apartheid
na África do Sul.
Desmond Tutu é um dos mais
conhecidos ativistas dos direitos humanos da África do Sul, ganhou o Prêmio
Nobel da Paz de 1984 pelos seus esforços em acabar com o apartheid. Quando as primeiras eleições
multirraciais da África do Sul foram realizadas em 1994 elegendo Nelson Mandela
como o primeiro presidente negro da nação, Desmond Tutu foi nomeado Presidente
da Comissão da Verdade e Reconciliação (CVR). Além do Prémio Nobel Tutu foi
agraciado com inúmeros prêmios, incluindo o Prêmio “Pacem in Terris”, o Prêmio
Bispo John T. Walker de Serviço Humanitário Distinto, o Prêmio Liderança
Lincoln e o Prêmio Gandhi da Paz.
Diametralmente oposta, a situação de conflito
entre árabes e judeus se arrasta desde os tempos bíblicos. O episódio Daniel X
Golias ilustra esta realidade secular.
Não podemos deixar de ressaltar que árabes e judeus podem ser
considerados povos irmãos geneticamente. Abraão teve vários filhos entre eles,
Isaac, da sua esposa Sara e Ismael filho da escrava Agar, dos quais descendem
respectivamente os judeus e
os árabes.
"Judeus
e árabes são realmente filhos de Abraão e preservaram suas raízes genéticas do
Oriente Médio por mais de 4.000 anos."
Harry Ostrer, Diretor do Programa de Genética da Universidade
de Nova York, traz a luz um ambicioso estudo realizado em conjunto por
Cientistas dos Estados Unidos, Israel, Itália, Grã-Bretanha e África do Sul
colhendo amostras de DNA de 1.300 homens das duas etnias, em 30 países.
Comprovou-se que judeus, palestinos, sírios e libaneses possuem um ancestral
comum que teria habitado o Oriente Médio há 4.000 anos. A Ciência pode
alicerçar pontes entre Fé e Razão, reconciliando estes campos do viver humano
com grandeza e inteligência emocional.
Num mesmo continente, duas situações que podem ser
consideradas similares, disputas aparentemente irreconciliáveis têm
desdobramento antípoda. África do Sul pacificada, Oriente Médio sem
perspectivas de acordo a curto, médio ou longo prazo. Faltam outros Mandelas,
Klerks e Tutus.
No Brasil é fato notório que conterrâneos não são
adversários, situação admitida numa democracia, são facções que se portam como
inimigas figadais, irreconciliáveis.
Getúlio X UDN de Lacerda, ditadura X guerrilhas, ARENA X MDB. Não
aprendemos nada com esses confrontos, atualmente a situação não é diferente.
Estamos atrelados ao que pejorativamente podemos classificar como bandos de
irresponsáveis. Podemos afirmar, sem a menor possibilidade de erro, que nossos
dirigentes se esmeram em pensar nas próximas eleições (reeleições) e descuram
das consequências que advirão para os brasileiros hoje e, também, para as
próximas gerações. Patinamos
diuturnamente e não vemos, mesmo remotamente, a possibilidade de surgirem
Mandelas, Klerks e Tutus brasileiros.
ATÉ QUANDO?
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Marília
Gerhardt de Oliveira
gerhardtoliveira@gmail.com
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