CIÊNCIA E CULTURA
Marília Gerhardt de Oliveira e Jayme José de Oliveira
15
– FASCISMO ETERNO (Umberto Eco)
Se o navio está à deriva, o caos significaria seu
Capitão jogar a única bússola remanescente ao mar.
Abdicar de Ciência e Cultura significa, historicamente,
conduzir um Povo, onde o fosso entre as classes sócio econômicas já é
escandaloso, os direitos dos Cidadãos são prioritariamente atendidos para os
“mais iguais” (George Orwell – a Revolução dos Bichos), graça o crescente analfabetismo,
o desrespeito criminoso ao Meio Ambiente, os preconceitos de toda ordem, a
violência (nos lares com abuso nauseante de menores e feminicídios; no
trânsito; no dia a dia face ao Crime Organizado).
A falta de compromisso com a Verdade agrava a
marginalização de uma Nação na relação
com o Mundo Globalizado e de Inovações Tecnológicas em ritmo galopante .
Mister apoiar os que ainda lutam por manter vigente a
Constituição e a valorização da Vida em tempos de COVID-19 em que um Governo foge de todos os padrões a
que nos acostumamos (para o bem ou para o mal).
Enquanto “os cães ladram...”, “crimes de colarinho
branco” e relações promíscuas de Poder se repetem a exaustão, ante o olhar
atônito da maioria
de Eleitores que já não mais sabe em quem depositar
confiança para ser eticamente respeitada.
Há que planejar, desde já, um futuro luminoso como o
fizeram exitosamente, por exemplo, Finlândia e Coréia do Sul, com base sólida
em investimentos prioritários na Educação de qualidade.
Há que preservar os Centros de
excelêcia do pensamento plural como Universidades
e Institutos de Pesquisa, pela
segunda vez, somente neste ano de 2020, submetidos a
ataques friamente calculados, à
margem da legalidade vigente, no sentido de calar quem
tem capacidade de refletir,
analisar, ponderar, sugerir alternativas, com base na realidade,
sem maquiagens ou omissões.
Necessário dar-se a devida
importância sobre o sentido da História como instrumento vital
da memória.
Segundo Humberto Eco, entre as
possíveis características do “Fascismo Eterno” que se espraia
Mundo afora, estão o medo do
diferente, a oposição à análise crítica (vista como se fosse
traição), o racismo; o
machismo, a repressão e o controle da sexualidade, a censura da Arte,
a exaltação de uma liderança
(pai, padrinho, mito), um constante estado de ameaça pela força,
uma confusão
estruturada, o culto teatral midiático da tradição, a recusa da Modernidade
via
Revisionismo Histórico;
o apelo à classe média frustrada; uma constante atitude obsessiva por
teorias da
conspiração; o desprezo pelos fracos; o culto a heroísmo/morte (perseguição
aos
opositores e
tolerância à tortura); Populismo com base em mídias sociais alimentadas por
robôs (com fontes
de financiamento público e/ou privado a serem investigados e tornados
transparentes ) na
expectativa da reação emocional de parcela da população como parte de
um projeto de ascensão
e perpetuação no poder.
Queremos crer (e
trabalhar construtivamente por este valioso objetivo) que por ação (ou
reação) de uma
maioria consciente da sociedade este projeto de atraso e autoritarismo não
prospere.
Que a Democracia
fale mais alto.
Mas estejamos
atentos às contradições e ao comportamento falacioso de quem não pode
nos vencer (nem
convencer).
|
Marília Gerhardt de Oliveira
gerhardtoliveira@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário