“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
ERATÓSTENES
O
potencial do nosso cérebro – a maravilha suprema do universo conhecido – nos
leva a crer na possibilidade infinita do progresso e isso é fácil de
compreender. Na mega sena são escolhidos conjuntos de seis números de um grupo
de sessenta. Quantas as combinações possíveis? Nada menos de 50.063.860, mais
de cinquenta milhões. Possuímos 86 bilhões de neurônios, cada um pode realizar
sinapse (contato entre neurônios). Quantas combinações possíveis? Um matemático
pode calcular usando uma fórmula, se quiser discriminar com algarismos não
encontrará espaço para tanto. Todas as estrelas do Universo não atingem esta quantidade.
O
conhecimento é semelhante a uma escada, cada degrau corresponde a uma
descoberta e cresce continuamente. Nossos antepassados legaram seus
conhecimentos, Eratóstenes calculou a circunferência da Terra 200 anos antes de
Cristo. Errou por 75 quilômetros. Incrível precisão, se considerarmos os
recursos disponíveis na época. A ilustração permite uma percepção da forma como
solucionou a questão.
Carl
Sagan na série “Cosmos” dedicou um episódio, no qual relata a experiência de
Eratóstenes:
ERATÓSTENES
– Vídeo da série COSMOS de Carl Sagan – 6min38seg
Cérebros
exponenciais descobriram o que sabemos hoje. Sermos o que somos devemos a
Eratóstenes, Euclides, Arquimedes, Copérnico, Pasteur, Newton, Einstein, Volta,
Asimov, Fermi e tantos que impossível citar. Por outro lado, somos seres também
espirituais e a religião, os costumes e a civilização foram criados e
difundidos por Cristo, Maomé, Buda, Lutero, Mandela, Luther King, Gandhi...
Somos o que somos por sermos o produto
desses cérebros.
O
formato e dimensões do planeta Terra foram alvo da curiosidade dos homens desde
a antiguidade. As mais diversas teorias foram aventadas, terraplanismo e
esfericidade coexistiram durante séculos, atualmente, não restam dúvidas sobre
a esfericidade, salvo para grupos recalcitrantes. Nenhuma evidência científica é
apresentada por eles.
Nos
pensamentos primitivos egípcio e mesopotâmico, o mundo era retratado como um
disco flutuando no oceano. Um modelo semelhante é encontrado
no relato homérico do século VIII a.C. em que
"Oceano, o corpo de água personificado que envolve a superfície circular
da Terra, é o engenheiro de toda a vida e possivelmente de todos os
deuses".
Os
israelitas também imaginavam a Terra fosse como um disco flutuando nas águas; um firmamento arqueado separava a
Terra dos céus. Como a maioria dos povos antigos, os hebreus acreditavam
que o céu era uma cúpula sólida com o Sol,
a Lua, as estrelas errantes (planetas) e as estrelas embutidas nela.
O terraplanismo é um movimento cuja
tese fundamental é a alegação de que a Terra é plana, em oposição à visão
comprovada de que a é esférica. Traços desta crença são encontrados em
tempos remotos (por exemplo: os sumérios, os babilônios, os antigos egípcios,
os hebreus primitivos e a maior parte dos gregos). Mesmo na Grécia antiga, esta
tese já havia sido questionada por alguns cientistas e, depois, na Idade Média,
por alguns padres (como, por exemplo: Alberto Magno, Venerável Beda e Tomás de Aquino). No
final da Idade Média e início da modernidade, o terraplanismo foi contestado de
maneira mais incisiva. A esse respeito, os principais nomes são: Copérnico, Galileu, Colombo e Fernão de Magalhães.
No entanto, curiosamente, esta crença reaparece no final do século XIX e tem ganhado força atualmente com as mídias sociais.
No entanto, curiosamente, esta crença reaparece no final do século XIX e tem ganhado força atualmente com as mídias sociais.
Uma
pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha revelou que 7% dos brasileiros
acreditam que a Terra é plana. O levantamento entrevistou 2.086
pessoas maiores de 16 anos em 103 cidades espalhadas pelo País.
De acordo com o
resultado, a estimativa é que cerca de 11 milhões de brasileiros acreditem na
teoria da Terra
plana. 90% dos
entrevistados declararam que o planeta era esférico e os outros 3% não souberam
responder a pergunta.
Ainda segundo o
levantamento, os menos escolarizados são os mais propensos a acreditar no
terraplanismo. 10% das pessoas que tem até o ensino fundamental completo
disseram que a Terra era plana, contra 6% entre os que completaram o ensino
médio e 3% entre os que têm curso superior.
Jayme José de Oliveira
Dra.
Marília Gerhardt de Oliveira
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