AS CATACUMBAS
DE PARIS - UM PASSEIO NOS SUBTERRÂNEOS –
29/05/2019
Longe do glamour da Champs-Elysées e ainda desconhecidas
por muitos turistas, as Catacumbas de Paris fazem parte do patrimônio turístico
francês. Na verdade, elas compõem um pedaço de um conjunto de mais de 300 km de
galerias, conhecidas como Subterrâneos de Paris. Era dali que saía todo o
calcário para as construções da cidade. A parte das Catacumbas, ou Ossuário
Municipal, destinadas à visitação, se estende somente por cerca de 1,7 km a 20
metros de profundidade. Mas é um percurso diferente e você nunca mais vai ver
Paris com os mesmos olhos. A história das Catacumbas começa no final do século
XVIII. Naquela época, a cidade de Paris contava com 200 cemitérios, fora os
mortos enterrados dentro das igrejas. Segundo uma lei datada do período do
Império Romano, os locais de descanso dos mortos deveriam ficar na periferia de
Paris. No entanto, com o crescimento da cidade, os cemitérios passaram a
integrar a área urbana e se tornaram locais de reunião de prostitutas, mendigos
e ladrões. Além disso, com tantas epidemias, fome e guerras, a cidade já não
tinha mais lugar para enterrar seus mortos e os cemitérios passaram a ser focos
de infecção.
A situação de Paris era insalubre. O cemitério dos Santos
Inocentes (cimetière des Saints-Innocents), que ficava no bairro de Les Halles
e era o mais importante da cidade, já tinha quase dez séculos de vida.
Estima-se que nos seus últimos 30 anos de atividade, 80 000 cadáveres tenham
sido depositados lá.
Então, em 1780, a administração da cidade decide
fechá-lo. Cinco anos depois, uma nova ordem determina a transferência das
ossadas para um outro lugar, no subsolo parisiense, chamado “Tombe-Issoire”. O
local era onde funcionavam as antigas pedreiras de calcário. Logo em seguida,
as ossadas dos outros cemitérios foram também transferidas para o lugar e todos
os cadáveres passaram a ser colocados ali, principalmente na época da reforma
urbana de Haussmann, que começou em 1852.
Outra curiosidade é em relação à disposição dos ossos que
vemos ao visitarmos o local. Inspetor geral dos subterrâneos de 1808 a 1831,
Visconde de Thury era o responsável para dar uma arrumação digna para o
descanso eterno dos cadáveres. Então, ele decide dar a esses anônimos uma
decoração sombria e melancólica, com os ossos maiores e crânios alinhados de
maneira decorativa, atrás dos quais os esqueletos são depositados sem ordem.
Desde o início do século XIX, as Catacumbas são locais de
turismo. Elas já acolheram, inclusive, visitantes famosos, como o imperador
austríaco, Francisco I, em 1814, e até Napoleão III, que levou o filho para
passear ali em 1.860,
Hoje, as Catacumbas de Paris detêm o título de maior
necrópole do mundo, com seis milhões de ossadas. A cada ano, atraem milhares de
visitantes dispostos a conhecer um pouquinho mais de um lado muito diferente da
Cidade Luz.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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