“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
GENES, A RAZÃO DA VIDA
O homo sapiens, orgulhoso,
prepotente, se considera a razão principal da vida no planeta Terra, nada nem
ninguém pode se ombrear com ele quanto mais estar situado em nível superior.
O antropocentrismo é a teoria que se baseia neste
fulcro, considera que a espécie humana, possuidora da inteligência, reina
absoluta sobre a Natureza e que a Natureza foi criada para servir o homem.
Deste modo, qualquer existência que não seja humana acaba ocupando um lugar de
menor importância na escala biológica. Ledo engano, assim como o geocentrismo
considerava a Terra o centro do Universo um Universo que pretensamente orbitava
ao redor deste minúsculo planeta, isso antes que Nicolau Copérnico (1473-1543)
e seguidores, Galileu Galilei o mais conhecido, provocarem uma revolução ao
afirmarem ser o Sol o centro. Progressivamente o círculo foi se ampliando e,
hoje, a Terra não assa de um minúsculo planeta orbitando uma estrela entre
inúmeros astros.
Voltando ao fulcro: os organismos vivos, o homo sapiens inclusive, não são o que o antropocentrismo
apregoa, como a Terra não é o centro do Universo. Vamos por partes, dispamo-nos
da empáfia para início de conversa. Em 1976 o biólogo britânico Clinton Richard
Drawkins atualizou a teoria de Charles Darwin, elevando os GENES à condição básica
da vida e da evolução. No livro “O Gene Egoísta” afirma que são os genes a
razão da vida e o que eles querem é se propagar e perpetuar, passando por cima,
se for o caso, dos interesses dos indivíduos e das espécies. Pode ser chocante
para o nosso orgulho, mas é assim que caminha a evolução. Isso não quer dizer
que não podemos criar ferramentas para inspecioná-los e até modifica-los, a
ciência está promovendo uma revolução ao possibilitar a manipulação dos genes,
anunciando a teoria da transgenia em 1990, na China. Nos Estados Unidos, a primeira aprovação de uso comercial de
uma planta transgênica ocorreu em 1994, quando a empresa Calgene lançou um
tomate com elevada resistência ao armazenamento.
Não é brincar de Deus, mas intervir
no DNA e no RNA, para prevenir doenças, salvar vidas e aperfeiçoar os genes e
com eles as espécies. DNA e RNA são ácidos nucleicos que possuem diferentes
estruturas e funções. Enquanto
o DNA é responsável por armazenar as informações genéticas dos seres vivos, o
RNA atua na produção de proteínas.
Em meio a uma epidemia
como a Covid-19 a genômica decifrou os detalhes do coronavírus e criou uma nova
geração de vacinas baseadas na manipulação dos genes, ampliando as nossas
expectativas de perpetuá-los e aprimorá-los
Surgem as terapias
gênicas capazes de tratar doenças consideradas incuráveis como o câncer, entre
outras. As terapias gênicas abrem uma perspectiva infinita de erradicar doenças
que são propagadas aos descendentes por hereditariedade.
Os genes sofrem
mutações, inclusive provocadas por mudanças no meio ambiente. Por exemplo, em
climas tropicais provocam o aumento da carga de melanina que resulta no
bronzeamento progressivo, o resultado ansiado pelos que se dirigem às praias no
verão. Com a sucessão de gerações (muitas), mutações acabam se introjetando nos
genes, se propagando aos descendentes e induzem à pele mais escura nos países
tropicais, nas zonas frias ocorre o inverso.
Doenças transmissíveis
de geração em geração: hemofilia, anemia falciforme, diabetes, fenilcetonúria,
etc, estão na alça de mira da ciência e terapias genéticas pipocam.
Se a vida depende dos
genes, a medicina está encontrando nesse microscópico universo uma evolução que
evoluirá constantemente.
Concluindo, somos o
veículo para a perpetuação dos genes e, também, artífices da evolução desses
microtransmissores da vida. Podemos nos orgulhar de, ao contrário dos
microorganismos, vegetais e animais, termos a capacidade de provocar evoluções
proativas no curso da evolução.
O Criador deve sorrir
ao constatar o sucesso do plano que iniciou no Gênesis e está avançando a
passos largos.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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