“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
PANDEMIAS AO LONGO DA HISTÓRIA
Estamos enfrentando uma pandemia, a tendência é
execrar os atingidos pelo coronavírus, quando o correto é promover seu
isolamento para evitar a contaminação. Isolados, diminui o risco para a
população, contudo, lembremos, são seres humanos que sofrem e correm o risco de
perder a vida. O Papa Francisco,
como é de seu feitio, expressou sua solidariedade e a esperança de voltarmos a
conviver.
“Esta noite, antes de dormir, pensa em quando
voltaremos para a rua. Quando nos abraçaremos de novo, quando iremos às compras
todos juntos e isso nos parecerá uma festa. Vamos pensar em quando
regressaremos aos cafés, aos bares, às conversas, às fotos em que nos
apertaremos uns aos outros. Vamos pensar que agora é apenas uma memória, mas
que a normalidade vai nos parecer um presente inesperado e lindo. Vamos
amar tudo o que até agora nos pareceu inútil. Cada segundo será valioso. Os
mergulhos no mar, o sol até tarde, o pôr do sol, os brindes, as gargalhadas.
Voltaremos a rir juntos. Força e coragem. Ver-nos-emos em breve”. (Papa
Francisco)
Em tempo de coronavírus não custa ressaltar que
pandemias acompanharam a História da Humanidade. Um rápido retrospecto das mais
impactantes será apresentado em sequência antes de abordarmos o mote principal:
o coronavírus.
Lepra
– a Bíblia faz referências a esta doença e a estigmatiza de maneira
contundente. Leprosos eram execrados, confinados em guetos e deles não podiam
se afastar. Do nome Lázaro deriva o pejorativo lazarento o doente e lazareto sinônimo de leprosário.
O Rico e Lázaro é um relato de Jesus registrado apenas no Evangelho de Lucas 16:19-31.
O Rico e Lázaro é um relato de Jesus registrado apenas no Evangelho de Lucas 16:19-31.
Peste Negra – A Peste Bubônica foi um dos episódios mais aterrorizantes
da História da Humanidade, durante o século XIV dizimou um quarto da população
da Europa, cerca de 25 milhões de pessoas.
Gripe Russa, subtipo H2N2, (1889-1890) – Deixou um rasto de 1,5 milhão de
mortos. Começou em Bukara, atual Usbequistão e, em três meses se espalhou pela
Ásia, Europa, África, e América. No Brasil, sobrou até para o Imperador D.
Pedro II.
Gripe Espanhola, (1918-1920) – Pandemia de Influenza A, do
subtipo H1N1, se espalhou por quase todo o mundo, contaminou mais de 500
milhões de pessoas, vitimou entre 50 milhões e 100 milhões. Apesar do nome ela
não se originou na Espanha, teve nos Estados Unidos seu início. Era um período
de guerra e os países não revelavam seus dados, a Espanha, neutra, não
censurava. Personalidades ilustres
tiveram suas vidas ceifadas: o rei Alfonso XIII (Espanha), Franklin Delano
Roosevelt, Franz Kafka, Woodrow Wilson, Walt Disney. No Brasil, o presidente
Rodrigues Alves e o futebolista Belfort Duarte, patrono do prêmio Belfort
Duarte, destinado a atletas escolhidos por seu comportamento exemplar.
Gripe Asiática, subtipo H2N2, (1957-1958) – Até 2 milhões de
pessoas perderam a vida. Desenvolveu-se no norte da China e avançou para a
Ásia, Oceania, África, Europa e Estados Unidos. Com a tecnologia mais avançada foi
possível detectar o agente com rapidez e trabalhar em soluções como as vacinas,
infelizmente, não foram em quantidade suficiente.
Gripe Hong Kong, subtipo H3N2, (1968-1969) – Até 3 milhões de
mortos. Transmitida por aves, provocava febre alta, cansaço e dor nas
articulações. De rápida progressão. O mundo caminhava a passos largos para a
globalização e o incremento de voos internacionais favoreceu a disseminação.
Gripe Aviária, subtipo H5N1, (1997-2004) – Letalidade baixa, apenas 300
mortes contabilizadas. Sudeste Asiático, Europa e África. Para frear a
proliferação, só em 1997, foram abatidas 1,5 milhão de aves. Ela segue como motivo de preocupação, lavar
as mãos com água e sabão é uma forma simples e eficiente de evitar o contágio.
Gripe Suína, subtipo H1N1, (2009-2010) – Causou 17 mil mortes. O vírus
sofreu uma mutação no México e passou a infectar seres humanos. Parecida com a
Gripe Espanhola, vitimou jovens, que, geralmente por terem vida social agitada,
correm maior risco de contágio.
CORONAVÍRUS, 2019
– COVID-19 – O vírus se manifestou em dezembro de 2019 na província de Wuhan,
na China, em pessoas que estiveram em uma feira de animais vivos. O vírus se
espalhou mesmo entre pessoas que não tiveram contato com a feira, pois é de
fácil transmissão via respiratória. O coronavírus veio da natureza, não é o
resultado de uma experiência transgênica de um laboratório. Assim que a
doença começou a se propagar na China, os cientistas do país sequenciaram o
genoma e tornaram os dados públicos. Há dois cenários possíveis:
1.
O vírus passou por uma mutação natural dentro de um hospedeiro animal e,
depois, chegou aos seres humanos, já com
capacidade infecciosa. Nesta especulação o vírus tem capacidade de evoluir ainda nos animais e podemos esperar
surtos repetidos no futuro.
2. O vírus também passou do animal para o humano, mas só se tornou patogênico no corpo do homem. Nesta hipótese é menor o
perigo de futuros surtos. Ainda não se sabe qual das hipóteses é a correta.
A maneira mais barata e eficaz de
eliminar os vírus é lavar as mãos com água e sabão porque eles não têm estrutura
para resistir à higiene, são protegidos apenas por uma cápsula de gordura que
se dissolve e, com isso, o vírus morre. Pelo mesmo motivo o álcool GEL deve ser
usado em trânsito – o álcool líquido não
deve ser usado, é agressivo para a pele.
Importante: As pessoas que não têm
necessidade absoluta de saírem de casa devem obedecer à quarentena. Quando
tiverem que se deslocar, tomem as seguintes providências: Ao retornar,
troquem de roupa e tomem um banho; as roupas que não forem lavadas
imediatamente devem ser penduradas em local isolado de tudo (em 8 horas os
vírus morrem); limpem com álcool todas
as superfícies que foram tocadas no retorno. Todas. Este procedimento não dará proteção absoluta, mas é o que
podemos fazer para garantir uma proteção considerável.
Se todos se conscientizarem da gravidade da situação e obedecerem rigorosamente os procedimentos
recomendados as contaminações e mortes ainda serão consideráveis, porém, na
hipótese de haver desleixo criminoso,
preparemo-nos para uma hecatombe. É
hora de não menosprezar, é hora de precaver para sobreviver, é hora e respeitar a vida do próximo.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
Comentário educativo .
ResponderExcluirGostei.