“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
CONHECIMENTO
PERIGOSO – 24/01/2020
Um dos perigos de se
adotar progressos científicos sem realizar pesquisas minuciosas para comprovar
a inexistência de efeitos colaterais catastróficos se consubstanciou no emprego
da talidomida em mulheres grávidas. O objetivo era minimizar os enjoos que
ocorrem no período. Quando se verificaram teratologias (ausência de membros
superiores completos) em bebês, deu-se início a um cuidado redobrado antes de
licenciar novos medicamentos e lança-los no mercado, um esforço pertinente para
aumentar o bem-estar da humanidade com segurança. Vacinas e soros deram o pontapé
inicial e a explosão da biologia molecular não parou mais de fornecer novas e
eficazes ferramentas. A descoberta da vacina preventiva para a poliomielite foi
um estímulo e os laboratórios investiram altas somas, os resultados foram
compensadores. Na oncologia (estudo do câncer), até o momento os progressos são
incomensuráveis, inclusive com a utilização de vetores heterodoxos, vírus
transportando agentes de combate às células malignas minimamente acompanhados
por efeitos colaterais indesejados. O iodo 131, radioativo, para combate ao
câncer da tireóide, etc.
O incremento da
pesquisa básica, que sempre inicia sem objetivo definido apostando na hipótese
de que cedo ou tarde surgirão os resultados que sem esses estudos prévios
seriam impossíveis de alcançar. Quando Pièrre e Marie Curie isolaram o rádio em
20 de abril de 1902 longe estavam de saber que futuramente seria usado no
combate ao câncer. Foram agraciados com o Prêmio Nobel de Física em 1903. James
D. Watson e Francis Crick propuseram, em 1953, o modelo da dupla hélice do DNA
e abriram as portas para que se realizassem as mutações dirigidas, os
transgênicos foram possibilitados e nunca mais parou a vertiginosa
escalada. O DNA, ao produzir replicações diferentes de si mesmo dá origem às
mutações. Algumas são deletérias, inclusive causadas por fatores estranhos,
radiações, por exemplo, enquanto outras são propositadamente estimuladas para
facilitar a adaptação ao meio ambiente modificado. A cor escura da pele pode se
tornar mais evidente na África em razão da insolação acentuada ou mais pálida
em zonas frígidas, sempre buscando uma adaptação que facilite a vida e a das
gerações futuras. Tem sido assim desde o início e continuará sem interrupções,
sempre buscando a adaptação indispensável.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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