CIÊNCIA
E CULTURA
Marília Gerhardt de Oliveira
LEONARDO DA VINCI – 16/12/2019
Na Itália Renascentista, nascer bastardo entre
as classes aristocráticas não era problema ou embaraço. Muitos artistas
criativos daquela época eram filhos ilegítimos.
Autodidata, o canhoto de escrita espelhada
Leonardo da Vinci iniciou a desenvolver sua genialidade na Florença do século
XV, de economia próspera e onde havia a maior taxa de alfabetização da Europa
(um terço de sua população).
Perfeccionista, obsessivo, distraia-se
facilmente, postergava tarefas. Muitos de seus projetos e obras ficaram
inacabados. Estudar Anatomia, através de minuciosas dissecações de cadáveres, o
levou a conceber movimentos do corpo ao seu desejo de artista genial de
retratar emoções intensamente, no que foi pioneiro.
Quando se mudou de Florença para Milão, passou
a projetar dispositivos militares engenhosos, além de conjuntos de planos
arquitetônicos revolucionários para a cidade, incluindo sistema de esgotos,
objetivando reduzir surtos de pestes, o que qualificaria a vida da população
local se as ideias tivessem sido
implementadas. Foi também um exímio produtor de espetáculos artísticos e
culturais.
Ao contrário de muitos artistas de seu tempo,
Leonardo da Vinci era bonito e asseado, de personalidade agradável, divertido e
vestia-se de forma surpreendentemente colorida. À medida que envelhecia, foi
cultivando longa barba.
O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci
simboliza um ideal de Humanismo, dentro do quadrado e do círculo, em que as
medidas e as proporções do corpo humano refletem estudos detalhados de Anatomia.
A abordagem empírica de Leonardo da Vinci, que
embasava Ciência, principalmente em observações e experiências, o fez, mais uma
vez, estar à frente do seu tempo. Mas também se permitiu evoluir, passando a
estudar em livros (1490) e complementar as evidências experimentais a partir de
estruturas teóricas já publicadas. A partir de então, passou a perceber que a
Matemática era a base para transformar suas observações em teorias.
Sempre trabalhou em equipe. Era um observador
obsessivo, principalmente no que diz respeito aos efeitos de luz e sombras. O
uso inteligente de sombras como técnica para representar objetos
tridimensionais significou a ruptura com as práticas de pintores da época,
distinguindo inequivocamente as suas obras. Seus profundos estudos de Óptica
impactaram sua Arte por sua crença no fato de que a visão dos limites na
natureza e nas telas devessem ser borrados, o que o tornou pioneiro do SFUMATO,
técnica levada ao seu máximo de perfeição na MONA LISA.
Já a principal contribuição de Leonardo da
Vinci no estudo de perspectiva na Arte foi ter incluído, para além da
perspectiva linear, técnicas para criar sensação de profundidade através de
mudanças em cores e claridade. Para exemplificar, basta admirar a ÚLTIMA CEIA.
Notável e tremendamente humano: Leonardo da Vinci.
Às leitoras e aos leitores do Litoralmania, um
NATAL de LUZ e um NOVO ANO DE PAZ!
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