segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

CALBUCO, INFERNO NO CÉU





PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

CALBUCO, INFERNO NO CÉU
Intrínseca na natureza humana é a discordância em todos os campos. Na religião, ou na negação dela, ateus e crentes nunca chegaram a um acordo. Na política, jamais ocorreu nem ocorrerá um consenso, exceto em negociações que beneficiem as partes, nesse caso a corrupção ativa e passiva se mancomunam em detrimento do bem comum. Atualmente inventaram um termo para definir: governabilidade. Não passa dum abjeto toma-lá-dá-cá onde a tranquilidade dos governantes é negociada sem escrúpulos com a troca de benesses, muitos cargos e poucos encargos.
Esses preliminares para entender como e porque absurdos são difundidos e posam como verdades incontestes, por exemplo: A TECNOLOGIA está nos encaminhando a um aquecimento global que derreterá os gelos polares, provocará uma elevação do nível dos oceanos com catastróficas consequências para a vida em geral e a civilização em particular”. Na verdade, contribuímos com a nossa parcela, porém a natureza o faz com intensidade muito maior. O vulcão Calbuco, que em 22 de abril de 2015 entrou em erupção no Chile, expeliu enormes quantidades de dióxido de carbono, ácido sulfúrico, ácido clorídrico e outros gases igualmente tóxicos, além da lava e cinzas que cobriram vastas regiões do Chile e Argentina principalmente, destruiu plantações, dizimou rebanhos e inviabilizou o turismo. Este é apenas um dos que regularmente entram em erupção no planeta e causam efeitos poluidores superiores à soma de todos os emitidos pelo homem.
A comprovação que os “pums” dos rebanhos estão contribuindo decisivamente para a destruição da camada de ozônio que protege o planeta dos raios ultravioleta vindos do espaço não pode ser desconsiderada.  Agora, tente convencer pseudoecologistas que vulcões, terremotos, tsunamis e outras catástrofes naturais do meio ambiente são causadores muito mais danosos que a contribuição de seres vivos e dos efeitos colaterais da civilização na deterioração. “Nem que a vaca tussa”. Argumentarão que os “pums” de gás metano são mais danosos que as emanações do Calbuco.
Isso não quer dizer que descuidemos de diminuir emissões, isso é de vital importância por certo. Os pulmões dos chineses, por exemplo, sofrem, e muito, com o desleixo das indústrias. Em Minamata, Japão, a baía foi de tal modo poluída por efluentes de mercúrio que causou inclusive teratologias (perturbações no desenvolvimento fetal) e deu início à era da utilização de filtros e outros meios para evitar a contaminação, tanto da água como do ar. Graças a essas providências nos encaminhamos para uma exigência internacional de preservação do meio-ambiente.
Nossos netos e descendentes agradecem antecipadamente.
P.S.1: Já houve ao menos seis grandes catástrofes ocasionadas por causas naturais que quase exterminaram a vida na Terra. Há 500 milhões, 466 milhões e 253,8 milhões de anos. Impactante a extinção dos dinossauros há 65,5 milhões de anos, consequência da queda de um meteorito de aproximadamente 20 km de diâmetro, na baía de Yucatán México. Há 55 milhões de anos uma glaciação também quase eliminou os sobreviventes do meteorito. O homo sapiens sobreviveu à última glaciação ocorrida na Terra que começou há 100 mil anos e terminou há 12 mil.
P.S.2: erupção do Monte Tambora em 1815 foi ouvida na ilha de Sumatra (mais de 2000 km  de distância). Uma enorme queda de cinza vulcânica foi observada em locais distantes como nas ilhas de BornéuCelebesJava e arquipélago das Molucas. A atividade começou três anos antes, de uma forma moderada, seguindo-se a enorme explosão que lançou material a uma altura de 33 km, que, no entanto, ainda não foi o ponto culminante da atividade. Cinco dias depois, houve material eruptivo lançado a 44 km de altura, escurecendo o céu num raio de 500 km durante três dias e matando cerca de 60 000 pessoas, havendo ainda estimativas de 71 000 mortos, das quais de 11 a 12 mil mortas diretamente pela erupção.                                                                                       A erupção criou anomalias climáticas globais, pois não houve verão no hemisfério norte em consequência desta erupção, o que provocou a morte de milhares de pessoas devido à falta de alimento, com registros estatísticos confiáveis especialmente na Europa, passando o ano de 1816 a ser conhecido como o ano sem Verão. Culturas agrícolas colapsaram e gado morreu, resultando na pior carestia do século XIX


 Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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