segunda-feira, 2 de maio de 2016

A PRIMEIRA VÍTIMA



Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 02/05/2.016
http://www.litoralmania.com.br/a-primeira-vitima-por-jayme-jose-de-oliveira/


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

A PRIMEIRA VÍTIMA
Em coluna anterior citei frei Betto: “Existem três verdades, a sua, a minha e a verdade verdadeira. Nós dois, juntos, devemos procurar a verdade verdadeira”.
Bertrand Russel: “Quando você está estudando um assunto, ou considerando uma filosofia, pergunte a si mesmo, somente. Quais são os fatos? Qual a verdade que os fatos revelam”?
Verdades são eternas e não sofrem a erosão do tempo. Há 25 séculos quando na Grécia florescia a civilização em sua plenitude, Ésquilo (dramaturgo, 525 a.C. – 456 a.C.) afirmou: “Na guerra, a verdade é a primeira vítima”.
SOBRE CONTAS NO EXTERIOR:
Eduardo Cunha, em 12 de março de 2.015, logo após sair de uma reunião na CPI da Petrobras em que se defendeu das suspeitas levantadas:
- “Não tenho nenhum recurso, não sou sócio de nenhuma empresa, tudo o que tenho está no imposto de renda. Se eu não respondi essa pergunta lá ou passou batido eu peço desculpas mas é claro e textual: tudo o que eu tenho está no imposto de renda, declarado na Justiça Eleitoral, não sou sócio numa offshore, não mantenho conta no exterior de nenhuma natureza.

SOBRE A LUTA CONTRA O REGIME MILITAR, A FAVOR DA DEMOCRACIA:
FERNANDO GABEIRA
Era uma luta dos que lutavam pela democracia contra a ditadura como afirmam os ex-guerrilheiros? Acessem o link e acompanhem o depoimento de Fernando Gabeira um deles que, inclusive, foi preso e posteriormente trocado junto com 39 companheiros pelo embaixador alemão Ehrenfried von Holleben.

A ditadura do proletariado – Fernando Gabeira - 1min52seg
Transcrevo parte da entrevista:
- “Os principais ex-guerrilheiros costumam dizer que estavam lutando pela democracia. Eu não tenho condições de dizer isso. Eu estava lutando contra uma ditadura militar, mas se for examinado o programa político que nos movia naquele momento, era voltado para uma ditadura do proletariado. Então você não pode voltar atrás, corrigir o seu passado e dizer: olha, naquele momento eu estava lutando pela democracia. Havia muita gente lutando pela democracia no Brasil, mas não especificamente os grupos armados que tinham como programa esse processo de chegar a uma ditadura do proletariado...
(a entrevista segue por mais um minuto)
SATURNINO BRAGA
Entrevista concedida ao jornalista Geneton Moraes Neto – DOSSIÊ GLOBO NEWS:

O ex-senador e ex-prefeito do Rio de Janeiro Saturnino Braga já atravessou grandes tempestades políticas, não quer parecer alarmista, mas diante da atual crise se confessa profundamente preocupado. Nesta entrevista ele vai dizer porque. Filiado até hoje ao PT, constata uma rejeição aos políticos, mas faz uma defesa apaixonada da política.
 - “A política é a mais nobre ocupação do ser humano”.

Chegou ao senado na esteira da grande vitória que o MDB obteve em 1.974. Saiu do MDB para se aliar a um ex-exilado célebre: Leonel de Moura Brizola. Em 1.985 se elegeu prefeito do Rio de Janeiro. Em1.998 conquistou um 3º mandato como senador pelo PSB. Eleito passou para o PT.
Analisando a situação atual admite que pode haver uma guerra e uma guerra me lembra 52 anos atrás em que as duas partes, convenhamos, NENHUMA DAS PARTES TINHA APREÇO PELA DEMOCRACIA. A esquerda queria, realmente, fazer a revolução brasileira e a direita, os americanos principalmente – porque estava no auge da guerra fria – não poderiam tolerar uma 2ª Cuba no continente.
Houve a intervenção militar e a única figura de bom senso, que tinha percepção da realidade do que aconteceria no Brasil era o presidente João Goulart.    
SOBRE AS TORTURAS NO REGIME MILITAR:
Deputado Federal Rubens Paiva:
 A Comissão Nacional da Verdade apresentou na tarde de 27/01/2.014, relatório preliminar da pesquisa sobre a prisão e morte do ex-deputado federal Rubens Paiva. Segundo o relatório apresentado pela pesquisadora e advogada Rosa Maria Cardoso no auditório do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, Paiva foi preso na manhã do dia 20 de janeiro de 1.971, torturado até o dia seguinte, quando não suportou a violência dos militares e morreu. Os militares ainda foram acusados de ocultação de cadáver.

Considero que que os documentos supra falam por si mesmos, não requerem comentários. Apenas ressalto as palavras milenares de Ésquilo:
-“Na guerra, a verdade é a primeira vítima”.
Oremos para que a situação atual não descambe até um ponto incontrolável.




Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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