“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
RADICALIZAÇÃO DA BAGUNÇA
- 16/11/2.015
Agora que decorreu o tempo suficiente para baixar a temperatura do
debate e voltamos à relativa normalidade pode-se examinar sem o aguilhão da
emoção, sem esquecer o passado recente ou remoto e agir para prevenir
ocorrências futuras que jamais contribuirão para a normalidade e o bem-estar da
população.
Em pouco tempo uma greve de caminhoneiros, que sequer unidos estão, estabeleceu
um clima de apreensão nos brasileiros que dependem do transporte e deflagrou um
confronto com o governo central. Razões lhes sobram para descontentamento, porém
a população não pode sofrer o ônus do descalabro.
Na primeira vez, em março/2.015, o ministro José Eduardo Cardozo
apressou-se a agir e conseguiu contornar. As multas aplicadas nos
recalcitrantes jamais foram pagas e as penalidades ficaram nas ameaças. Agora
se repete o esquema, com multas aumentadas por decreto-lei. Obviamente jamais
serão quitadas porém surtiram o efeito desejado.
Lembro que defendi em coluna pretérita: “O que é bom para o João, é bom
para o Joaquim”. Mais uma vez não vejo equivalência com a atitude exercida em
outros episódios de bloqueios, invasões, vandalismos. Se os caminhoneiros são
confrontados, com justa razão, por que “movimentos sociais” como os
black-blocs, protestos em vias públicas - as vezes meia dúzia de gatos pingados
- impedindo o ir e vir da maioria até agora silenciosa e, principalmente o MST e
indígenas são tratados com leniência, por mais que exorbitem, inclusive
invadindo e impunemente depredando?
Em 11/11/2.015 Elio Gaspari escreveu no Correio do Povo:
“A BAGUNÇA É UM PERIGO PARA TODOS. Uma greve de caminhoneiros pedindo a
saída da presidente da República não é uma greve, nem é de caminhoneiros, mas
apenas de alguns donos ou motoristas que resolveram obstruir estradas”.
Mais adiante:
“Administradores ineptos, bem como provocadores, são riscos da vida. Pela lógica, uns deviam ser demitidos e os outros responsabilizados criminalmente”.
“Administradores ineptos, bem como provocadores, são riscos da vida. Pela lógica, uns deviam ser demitidos e os outros responsabilizados criminalmente”.
Continua:
“O senador Renan Calheiros anunciou que na próxima terça-feira votará
pelo menos oito vetos da doutora Dilma. Três desses poderão custar R$ 68,3
bilhões ao Erário até 2.019. Derrubar qualquer desses vetos nada tem a ver com
a construção de uma sociedade melhor. Relacionam-se apenas com a radicalização
da bagunça”.
Quem ainda consegue manter um pouco do equilíbrio na análise do país
nesses últimos anos está, seguramente, em vias de desesperançar de vez.
Pensar que dominamos uma inflação que atingiu o pico de 2.708,39%
(IGP-FGV) em 1.993 para os atuais níveis inferiores a dois dígitos e, apesar
disso, planos mirabolantes, corrupção desenfreada e politicagem (que não é
barata como se costuma dizer, pelo contrário, é muito cara) nos reconduzem ao
despenhadeiro. Politicagem oriunda de todos os lados indistintamente, uns se
aferrando ao poder usando todos os recursos, lícitos ou não, outros tentando
abocanhá-lo usando todos os recursos, lícitos ou não.
É preciso muita fé - fé que nos permita crer em mudanças de atitudes -
muita determinação, trabalho e, principalmente, honestidade. Produto tão
escasso na atualidade.
Ah! Ia me esquecendo, salvadores da pátria, só na novela.
ÚLTIMA HORA: A Polícia Federal (15/11/2.015) passou um pente fino nas
barracas dos acampados ao redor do palácio e que reivindicam “Fora Dilma”.
Foram encontradas e confiscadas barras de ferro e outras peças passíveis de
serem usadas em eventuais confrontos.
Aplausos à medida que doravante certamente será estendida às foices e
outras armas brancas que elementos ligados ao MST portam em suas manifestações,
ocupações e ameaças de enfrentamentos. Caso tal procedimento equitativo não
ocorrer, retiro minha solidariedade e lamentarei profundamente a constatação de
dois pesos e duas medidas.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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