segunda-feira, 6 de setembro de 2021

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 3

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – 3

Em colunas anteriores abordei sucintamente a extraordinária evolução que o homo sapiens provocou ao estimular seu cérebro e com isso se diferenciar de todos os demais seres vivos. Desde as primeiras tentativas de comunicação, e em consequência, a possibilidade da transmissão de conhecimentos aos seus pares e descendentes - a descoberta da escrita permitiu que os dados permanecessem inalteráveis e fidedignos – numa escalada rumo a um patamar que sequer podemos imaginar, apenas saber que não terá descontinuidade nem fim.

Alguns itens, como a introdução do ZERO (a criação do zero pode ser considerada um fato tão importante para a humanidade quanto o domínio sobre o fogo ou a invenção da roda, na pré-história. O zero e a escrita posicional resolveram o problema da mecanização das operações numéricas, permitiu a criação das máquinas de calcular e dos computadores), são degraus que nos alçaram ao ponto que hoje alcançamos. Do ábaco ao computador, do computador à Inteligência Artificial (IA), e continuamos sobrepondo, a bola da vez – efêmera como todas – é o 5G.                                                                                                                                                               Com a velocidade até 100 vezes superior ao 4G, deve ter um impacto extraordinário no nosso dia a dia e são muitos os usos que se tornarão corriqueiros, praticamente o mundo inteiro estará conectado on-line. Cirurgias via robô à distância já são realizadas atualmente no Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre. Com o “Da Vinci” usarão redes ultrarrápidas, com melhor definição de imagem, diminuindo o risco de erros médicos.

Milhões, até bilhões de aplicativos para controle de máquinas poderão ser rodados simultaneamente. O 5G poderá integrar todos os aparelhos e até seres humanos com máquinas.

Como todas as inovações terá inicialmente custos elevados, acentuando a diferença entre ricos e pobres. Paulatinamente políticas públicas adequadas permitirão a capilarização. Durante o período de transição as tecnologias atuais continuarão em uso até a conexão universal.



Atualmente, na Coreia do Sul, Estados Unidos e China o 5G já é realidade. Ao longo de 2020, Canadá, Noruega, Suíça, Japão e Austrália também participaram. O Brasil deve ficar para 2021 porque o governo ainda não decidiu as regras para a integração nem a opção entre o que ofereceram Estados Unidos e China, atuais detentores da tecnologia. Além da escolha do processo a decisão depende de uma opção política, como ocorreu na introdução da TV colorida.

A disputa comercial é compreensível, os países que saírem na frente terão vantagens econômicas de até uma década em relação aos demais.

A chinesa Hauwei desenvolveu equipamentos mais potentes, menores e operam com todos os tipos de tecnologia (2G, 3G, 4G, 4,5G e 5G) e a preço significativamente inferior ao que oferecido pelos norte-americanos. A China, por meio da Hauwei, já desenvolve pesquisas para uma tecnologia 6G. A disputa não vai parar por aí e a corrida se acelera de maneira irrefreável até onde não podemos prever. Os mais afoitos apontam para a Inteligência Artificial (IA).

PROMESSAS DA 5G:                                                                                                                                             Velocidade de conexão: espera-se que alcance até 100 vezes mais que a 4G.                                                                                                                A internet das coisas: a promessa de interconexão entre equipamentos sem precisar de intervenção humana, eletrodomésticos inteligentes sairão da ficção para a realidade.                                                                              Saúde: Cirurgias robóticas com alta qualidade de imagem e minimização de erros durante as operações. Impensável até poucos anos, o cirurgião poderá estar operando afastado do paciente, até em outro continente.                                                                                                                                      Transporte: Carros autônomos, que já circulam, mais confiáveis e seguros.

No momento em que escrevo esta coluna as pesquisas prosseguem em ritmo acelerado e, talvez já esteja obsoleta ao ser publicada. É incrível a velocidade da roda do progresso.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


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