sexta-feira, 27 de março de 2020

A LUZ NO FIM DO TÚNEL






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

LUZ NO FIM DO TÚNEL
“É em momentos de severidade, como os atuais, que se distingue quem coloca acima de seus interesses ideológicos e eleitoreiros os valores maiores da democracia e da civilização – liberdade, fraternidade e igualdade, legados pela Revolução Francesa”. (Zero Hora, 25/03/2020 – Editorial) Acrescento: Além dos ideológicos e eleitoreiros, interesses pessoais também devem se submeter à circunstâncias.                                                                                                                                                 Aos que alegam o direito constitucional de ir e vir - art. 5º, XV, CF - para descumprir a quarentena, respondo que acima dos direitos individuais preponderam os da sociedade. O mesmo se aplica às manifestações que interrompem o trânsito, marchas do MST, greves (de caminhoneiros, por exemplo), que originam desabastecimento, etc.. Acima do direito individual e de corporações, repito, prepondera o coletivo.                                                                                                                                           É de Barack Obama a frase: “Na política e na vida a ignorância não é uma virtude”. Líderes não têm o direito de conduzir o povo a trajetórias catastróficas. O chargista Iotti enviou corretamente o recado citando o flautista de Hamelin.                                                                                                                          Os irmãos Grimm escreveram o conto folclórico:                                                                                Em 1284, a cidade de Hamelin sofria com uma infestação de ratos. Chegou à cidade um flautista que hipnotizou os ratos com sua música e os afogou no Rio Weser. Ao ver recusado o pagamento combinado tocou novamente sua flauta mágica, enfeitiçou as crianças e as trancou numa caverna. Até hoje, na cidade vazia, não se encontra nem um rato, nem uma criança.
A História vai julgar os homens e mulheres de hoje pelas suas atitudes.
Não esqueçamos, “onde há vida há esperança”. (Cervantes)
Complementando, “tudo passa ainda que algumas coisas passem mais lentamente”.                       Napoleão, Hitler, Gengis Khan, foram poderosos. Passaram. O mundo aprendeu a lição?
Lembremos que, ao nos protegermos num isolamento voluntário não estamos apenas afastando de nós o perigo como, e isto é de vital importância, não contaminamos os circundantes. Não apenas os nossos entes queridos, também pessoas que não conhecemos, nem sabemos que existem. O mais grave: aqueles que contaminarmos por não sermos racionais e por insistirmos em desrespeitar a quarentena se transformam em vetores de proliferação descontrolada. Por nossa desídia somos, sim, responsáveis pela morte daqueles que perecerão devido à nossa irresponsabilidade.
Portanto sejamos responsáveis, ao fim e ao cabo teremos não apenas contribuído para abreviar a duração da “peste” como evoluído como seres humanos e sairemos melhores do que éramos antes do horror planetário.
Enquanto a solidariedade se destaca nas pessoas conscientes, deixando evidente quem serão os que iluminarão as trevas do medo e da ignorância, outros exacerbam seu egoísmo e desnudam suas caras.
Uma luz no fim do túnel.
Líderes religiosos criticam decreto de Bolsonaro que torna as atividades religiosas essenciais em meio ao coronavírus. O texto dessas autoridades religiosas estabelece que essas atividades deverão obedecer às determinações do Ministério da Saúde.
Comentaram nesta quinta-feira (26/03) o decreto do presidente Jair Bolsonaro, que inclui na lista de atividades e serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavírus, as que são de fundo religioso. Na prática, a medida pode viabilizar que ocorram, por exemplo, missas e cultos com a presença física de fiéis, contrariando a quarentena social recomendada pelo Ministério da Saúde.
Os líderes das seguintes religiões tomaram a decisão de não abrir para o público as cerimônias:
CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil;
Pastor Henrique Vieira, Igreja Batista do Caminho no Rio de Janeiro;
Miguel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita e representante da Confederação Israelita e representante da Confederação Israelita do Brasil;
Federação Espírita Brasileira;
Monja Coen, missionária oficial da tradição Zen Budista Soto Shu;
Babalorixá Adailton Moreira, do terreiro de candomblé Ilê Omijuarô;
Sheik Rodrigo Rodrigues, do Centro Islâmico do Paraná;
Sociedade Budista do Brasil, Ali Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil.
Bruxelas: O isolamento apenas de idosos e pessoas com doenças prévias foi tentado em países europeus como Reino Unido e Holanda e abandonado quando o crescimento rápido de doentes e mortos passou a ameaçar de colapso o sistema de saúde.
Acima do direito individual e de corporações, repito, prepondera o coletivo.                                                                                                                                          
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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