“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
LUZ
NO FIM DO TÚNEL
“É em momentos de severidade, como os atuais, que se
distingue quem coloca acima de seus interesses ideológicos e eleitoreiros os
valores maiores da democracia e da civilização – liberdade, fraternidade e
igualdade, legados pela Revolução Francesa”. (Zero Hora, 25/03/2020 –
Editorial) Acrescento: Além dos ideológicos e eleitoreiros, interesses pessoais
também devem se submeter à circunstâncias.
Aos que alegam o
direito constitucional de ir e vir - art. 5º, XV, CF - para descumprir a
quarentena, respondo que acima dos direitos individuais preponderam os da sociedade. O mesmo se aplica às
manifestações que interrompem o trânsito, marchas do MST, greves (de
caminhoneiros, por exemplo), que originam desabastecimento, etc.. Acima do direito individual e de
corporações, repito, prepondera o coletivo. É de Barack Obama a frase: “Na política e
na vida a ignorância não é uma virtude”. Líderes não têm o direito de conduzir
o povo a trajetórias catastróficas. O chargista Iotti enviou corretamente o
recado citando o flautista de Hamelin.
Os irmãos Grimm escreveram o conto folclórico: Em 1284, a cidade de
Hamelin sofria com uma infestação de ratos. Chegou à cidade um flautista que
hipnotizou os ratos com sua música e os afogou no Rio Weser. Ao ver recusado o
pagamento combinado tocou novamente sua flauta mágica, enfeitiçou as crianças e
as trancou numa caverna. Até hoje, na cidade vazia, não se encontra nem um
rato, nem uma criança.
A
História vai julgar os homens e mulheres de hoje pelas suas atitudes.
Não esqueçamos, “onde
há vida há esperança”. (Cervantes)
Complementando, “tudo
passa ainda que algumas coisas passem mais lentamente”. Napoleão, Hitler, Gengis
Khan, foram poderosos. Passaram. O mundo aprendeu a lição?
Lembremos que, ao nos protegermos num isolamento
voluntário não estamos apenas afastando de nós o perigo como, e isto é de vital
importância, não contaminamos os circundantes. Não apenas os nossos entes
queridos, também pessoas que não conhecemos, nem sabemos que existem. O mais
grave: aqueles que contaminarmos por não sermos racionais e por insistirmos em
desrespeitar a quarentena se transformam em vetores de proliferação descontrolada.
Por nossa desídia somos, sim, responsáveis pela morte daqueles que perecerão
devido à nossa irresponsabilidade.
Portanto sejamos responsáveis, ao fim e ao cabo
teremos não apenas contribuído para abreviar a duração da “peste” como evoluído
como seres humanos e sairemos melhores do que éramos antes do horror
planetário.
Enquanto a solidariedade se destaca nas pessoas
conscientes, deixando evidente quem serão os que iluminarão as trevas do medo e
da ignorância, outros exacerbam seu egoísmo e desnudam suas caras.
Uma
luz no fim do túnel.
Líderes religiosos criticam decreto de Bolsonaro que
torna as atividades religiosas essenciais em meio ao coronavírus. O texto dessas
autoridades religiosas estabelece que essas atividades deverão obedecer às determinações
do Ministério da Saúde.
Comentaram nesta quinta-feira (26/03) o decreto do
presidente Jair Bolsonaro, que inclui na lista de atividades e serviços essenciais
durante a pandemia do novo coronavírus, as que são de fundo religioso. Na
prática, a medida pode viabilizar que ocorram, por exemplo, missas e cultos com
a presença física de fiéis, contrariando a quarentena social recomendada pelo
Ministério da Saúde.
Os líderes das seguintes religiões tomaram a decisão
de não abrir para o público as cerimônias:
CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil;
Pastor Henrique Vieira, Igreja Batista do Caminho no
Rio de Janeiro;
Miguel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita e
representante da Confederação Israelita e representante da Confederação
Israelita do Brasil;
Federação Espírita Brasileira;
Monja Coen, missionária oficial da tradição Zen
Budista Soto Shu;
Babalorixá Adailton Moreira, do terreiro de candomblé
Ilê Omijuarô;
Sheik Rodrigo Rodrigues, do Centro Islâmico do Paraná;
Sociedade Budista do Brasil, Ali Zoghbi,
vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil.
Bruxelas:
O isolamento apenas de idosos e pessoas com doenças prévias foi tentado em
países europeus como Reino Unido e Holanda e abandonado quando o crescimento
rápido de doentes e mortos passou a ameaçar de colapso o sistema de saúde.
Acima
do direito individual e de corporações, repito, prepondera o coletivo.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
Cirurgião-dentista aposentado
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