domingo, 29 de março de 2020

UM DESEJO DE VIDA







10 – CIÊNCIA E CULTURA
Marília Gerhardt de Oliveira

UM DESEJO DE VIDA
Quando uma minoria inconsequente e irresponsável faz passeatas dentro de carros de luxo com suas famílias pelas ruas de algumas cidades, iludida por uma falsa premissa de derrocada econômica face ao isolamento social, meu sentimento é de pena. E convicção de que muito ainda precisa feito pela Educação, Ciência e Cultura no nosso amado Brasil.
Exemplos mundo afora já demonstram claramente que a crise econômica será ainda mais grave se a crise sanitária assumir maiores proporções.
Quando um Ministro da Saúde e sua Equipe agem com tecnicismo e qualidade, objetivando preservar VIDAS, atônitos, certamente, face à ignorância de um grupo ideológico no Poder, meu sentimento é de júbilo. E a convicção de que, nas graves crises, pode-se diferenciar claramente as mulheres e os homens com estatura patriótica de “meninas que vestem rosa e meninos que vestem azul”.
A OMS reúne Especialistas em Saúde Pública, Cientistas e, certamente, divulga orientações pertinentes. Há que escutar a voz da razão!
A COVID-19 não escolhe ideologia, religião, classe social, gênero e sequer idade (já há crianças mortas), embora acometa de forma mais letal os idosos.
Quando se propõe isolamento social, mantendo serviços de Saúde, Segurança e Transporte (de pessoas, medicamentos, vacinas, alimentos, combustíveis, gêneros de higiene e limpeza...), produção de alimentos no campo e nas empresas deste ramo de atividade, cabe ao Estado dar condições de Biossegurança aos que precisam seguir trabalhando (educação para higiene e desinfecção, acesso a máscaras e luvas, água e sabão...), reduzindo riscos e valorizando suas VIDAS; assim como provendo aos afastados das suas atividades laborais, condições mínimas de acesso aos bens indispensáveis a sua sobrevivência neste período (mantendo Aposentadorias, Pensões e Bolsa Família, investindo percentual do PIB em renda mínima aos demais, principalmente aos informais, autônomos e microempreendedores); e indispensável apoio a Empresas (empréstimos com prazos de início de retorno a partir de 6 meses e sem juros, mas com a exigência de garantia dos empregos pelo dobro do tempo do investimento público).
É tempo de refletir e não agir por impulso, mas sim com base na realidade. Haverá um período de dor (ainda não chegamos ao pico no Brasil), seguido (em 4 a 6 meses) de um período de reconstrução.
Não há como nem por quê nos dividirmos enquanto Nação devido a ambições politiqueiras de quem quer que seja.
Façamos POLÍTICA! Na acepção grandiosa do termo! Sejamos Patriotas! Aprendamos com a crise! Cresçamos! Honremos as Vidas dos Brasileiros (pacientes e profissionais da Saúde) que ficarão pelo caminho, infelizmente.
Tenhamos GRANDEZA, CORAGEM e FÉ!
Tenhamos AMOR pelo NOSSO BRASIL!

Marília Gerhardt de Oliveira
gerhardtoliveira@gmail.com

sexta-feira, 27 de março de 2020

A LUZ NO FIM DO TÚNEL






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

LUZ NO FIM DO TÚNEL
“É em momentos de severidade, como os atuais, que se distingue quem coloca acima de seus interesses ideológicos e eleitoreiros os valores maiores da democracia e da civilização – liberdade, fraternidade e igualdade, legados pela Revolução Francesa”. (Zero Hora, 25/03/2020 – Editorial) Acrescento: Além dos ideológicos e eleitoreiros, interesses pessoais também devem se submeter à circunstâncias.                                                                                                                                                 Aos que alegam o direito constitucional de ir e vir - art. 5º, XV, CF - para descumprir a quarentena, respondo que acima dos direitos individuais preponderam os da sociedade. O mesmo se aplica às manifestações que interrompem o trânsito, marchas do MST, greves (de caminhoneiros, por exemplo), que originam desabastecimento, etc.. Acima do direito individual e de corporações, repito, prepondera o coletivo.                                                                                                                                           É de Barack Obama a frase: “Na política e na vida a ignorância não é uma virtude”. Líderes não têm o direito de conduzir o povo a trajetórias catastróficas. O chargista Iotti enviou corretamente o recado citando o flautista de Hamelin.                                                                                                                          Os irmãos Grimm escreveram o conto folclórico:                                                                                Em 1284, a cidade de Hamelin sofria com uma infestação de ratos. Chegou à cidade um flautista que hipnotizou os ratos com sua música e os afogou no Rio Weser. Ao ver recusado o pagamento combinado tocou novamente sua flauta mágica, enfeitiçou as crianças e as trancou numa caverna. Até hoje, na cidade vazia, não se encontra nem um rato, nem uma criança.
A História vai julgar os homens e mulheres de hoje pelas suas atitudes.
Não esqueçamos, “onde há vida há esperança”. (Cervantes)
Complementando, “tudo passa ainda que algumas coisas passem mais lentamente”.                       Napoleão, Hitler, Gengis Khan, foram poderosos. Passaram. O mundo aprendeu a lição?
Lembremos que, ao nos protegermos num isolamento voluntário não estamos apenas afastando de nós o perigo como, e isto é de vital importância, não contaminamos os circundantes. Não apenas os nossos entes queridos, também pessoas que não conhecemos, nem sabemos que existem. O mais grave: aqueles que contaminarmos por não sermos racionais e por insistirmos em desrespeitar a quarentena se transformam em vetores de proliferação descontrolada. Por nossa desídia somos, sim, responsáveis pela morte daqueles que perecerão devido à nossa irresponsabilidade.
Portanto sejamos responsáveis, ao fim e ao cabo teremos não apenas contribuído para abreviar a duração da “peste” como evoluído como seres humanos e sairemos melhores do que éramos antes do horror planetário.
Enquanto a solidariedade se destaca nas pessoas conscientes, deixando evidente quem serão os que iluminarão as trevas do medo e da ignorância, outros exacerbam seu egoísmo e desnudam suas caras.
Uma luz no fim do túnel.
Líderes religiosos criticam decreto de Bolsonaro que torna as atividades religiosas essenciais em meio ao coronavírus. O texto dessas autoridades religiosas estabelece que essas atividades deverão obedecer às determinações do Ministério da Saúde.
Comentaram nesta quinta-feira (26/03) o decreto do presidente Jair Bolsonaro, que inclui na lista de atividades e serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavírus, as que são de fundo religioso. Na prática, a medida pode viabilizar que ocorram, por exemplo, missas e cultos com a presença física de fiéis, contrariando a quarentena social recomendada pelo Ministério da Saúde.
Os líderes das seguintes religiões tomaram a decisão de não abrir para o público as cerimônias:
CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil;
Pastor Henrique Vieira, Igreja Batista do Caminho no Rio de Janeiro;
Miguel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita e representante da Confederação Israelita e representante da Confederação Israelita do Brasil;
Federação Espírita Brasileira;
Monja Coen, missionária oficial da tradição Zen Budista Soto Shu;
Babalorixá Adailton Moreira, do terreiro de candomblé Ilê Omijuarô;
Sheik Rodrigo Rodrigues, do Centro Islâmico do Paraná;
Sociedade Budista do Brasil, Ali Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil.
Bruxelas: O isolamento apenas de idosos e pessoas com doenças prévias foi tentado em países europeus como Reino Unido e Holanda e abandonado quando o crescimento rápido de doentes e mortos passou a ameaçar de colapso o sistema de saúde.
Acima do direito individual e de corporações, repito, prepondera o coletivo.                                                                                                                                          
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

quarta-feira, 25 de março de 2020

MEDO






08 – CIÊNCIA E CULTURA
Marília Gerhardt de Oliveira

MEDO?

“Que nada nos defina.  Que nada nos sujeite.  Que a liberdade seja a nossa própria substância”.
(Simone de Beauvoir)

Em 24 de dezembro de 2018, houve a primeira das quatro fraturas por stress (etiologia por osteoporose) que me afastaram do trabalho (depois de 36 anos). Quinze meses após, apoiada por minha tia materna de (86-87) anos de idade, por meu pai (82-83) anos de idade, por Médicos e Fisioterapeutas dedicados, estava finalmente sem muletas e com a perspectiva de retorno ao trabalho em 90 dias.
Em janeiro de 2020, as primeiras notícias da Epidemia (hoje Pandemia) de Coronavírus (COVID-19), na China, deram o primeiro sinal de ALERTA para quem quisesse enxergar. Estive, de dezembro de 2018 a março de 2019, assim como, de dezembro de 2019 a março de 2020, instalada confortavelmente no apartamento de Capão da Canoa (RS). O interregno passei no apartamento de Porto Alegre. Sempre em companhia de meu pai (diabético), que tem limitações de deslocamento, e de minha tia materna (que foi nossas pernas em todos estes meses).  
Saí de casa apenas (e de muletas) para exames, consultas médicas e fisioterapia. Um agradecimento aos taxistas Amadeu (Porto Alegre) e Milton (Capão da Canoa), incansáveis e dedicados.
As perspectivas nada alentadoras, para os próximos 4 a 6 meses, no Brasil, fizeram-nos optar por ficar em Capão da Canoa até o final desta Crise Sanitária.
Agora, sem a tia materna andando pela cidade, entre compras e passeios, mas tornada nossa companheira na “internação domiciliar”, tele-entregas nos manterão, assim como o apoio inestimável de amigos de longa data e da Zeladoria do prédio.
15 meses (para mim) se tornarão 18 ou 21. Há que se ter disciplina, determinação, senso de realidade e fortaleza emocional.
Estou lendo o livro de número 53 da nossa biblioteca familiar. Obras de autores como Thomas Mann, Ken Follett, Virgínia Woolf, Agatha Christie, Isabel Allende, Jorge Amado, Érico Veríssimo, Juremir Machado da Silva, Chico Buarque de Holanda, entre outros.
“Mens sana in corpore sano”.
Importante RESPEITAR os que estão atendendo pacientes (incluindo colegas de Universidades e Hospitais), minha família, vizinhos e, principalmente, desconhecidos que estejam adotando medidas preventivas (e que constróem, portanto, mérito para VIVER).
Depende de nós! Força e Fé!
“Realize um ato de bondade, sem expectativa de recompensa, com a certeza de que algum dia alguém fará o mesmo por ti”.
(Princesa DIANA de Gales)

Medo?  Só do MAU EXEMPLO que vem de quem deveria liderar esta luta e que deveria primar por veracidade, estatura política e dignidade no cargo, sem medir patrioticamente as consequências trágicas de sua postura EQUIVOCADA.
Já EXEMPLOS MAGNÍFICOS como o do Papa Francisco, que sustou Missas com a presença de coletivos humanos, reiterando a onipresença de DEUS e considerando a comunicação de Sacerdotes com os fiéis com base na Tecnologia e nos Meios de Comunicação do Século XXI, deveriam vicejar entre os que, tragicamente, privilegiam a ignorância em detrimento da CIÊNCIA e da CULTURA.

Marília Gerhardt de Oliveira
gerhardtoliveira@gmail.com

DICOTOMIA NADA SAUDÁVEL





07 – CIÊNCIA E CULTURA
Marília Gerhardt de Oliveira

DICOTOMIA NADA SAUDÁVEL
Tempos difíceis estes que estamos vivendo. Há que refletir com serenidade e optar por evoluir democraticamente.
No Brasil, ao haver críticas a Lula, seus autores são alcunhados BOLSOMÍNIONS. E ao haver críticas a Bolsonaro, seus autores são alcunhados PETRALHAS.
Trágico!
Como se críticas fundamentadas em fatos REAIS, desprezando a ignorância truculenta de FAKE NEWS não fossem o melhor caminho para conduzir o Brasil a um futuro melhor, onde radicalismos deem lugar à inteligência emocional e à valorização da Ciência e Cultura.
Em tempo: já em 1940 (época de bombardeios alemães sobre Londres, durante  a 2ª Guerra Mundial), a espetacular autora britânica Virgínia Woolf – escrevia sobre a estreita conexão entre o patriarcado e o militarismo, assim como as dificuldades de mulheres a frente do seu tempo para ter acesso a profissões liberais. 
Cito-a:
 “Certamente somos mantidas sob sujeição; somos igualmente prisioneiros esta noite – os homens ingleses em seus aeroplanos e as mulheres inglesas em suas camas; mas, se pararmos para pensar, eles podem ser mortos; e nós também; tentemos fazer subir à consciência o hitlerismo subconsciente que nos subjuga; é o desejo de agressão; o desejo de dominar e escravizar; mesmo na obscuridade podemos ver isto se tornar possível; podemos ver vitrines resplandecentes; e mulheres olhando, admiradas; mulheres maquiadas, bem vestidas, de lábios e unhas carmesins; são escravas e tentam escravizar; se pudermos nos libertar da escravidão, libertaremos os homens da tirania; os hitlers são gerados por escravos”.


Mudou essencialmente este panorama?
Estamos nos esforçando verdadeiramente para atingir um elevado patamar ético em pleno século XXI?
Oremos!


Marília Gerhardt de Oliveira
gerhardtoliveira@gmail.com

DO BRASIL À RÚSSIA, REFLEXÕES






06 – CIÊNCIA E CULTURA
Marília Gerhardt de Oliveira

DO BRASIL À RÚSSIA – REFLEXÕES

Desde muito jovem, um alerta do meu pai, Cirurgião-dentista Jayme José de Oliveira, ecoa em minha mente: “se quiseres verdadeiramente muita segurança, terás que ser privada de parte da tua liberdade”.                                                                         Explico!                                                                                                                               Não deixar de ser livre, mas sim aceitar haver regras impostas a cumprir, acima de individualidades, priorizando o respeito ao bem-estar da maioria dos cidadãos.
Exemplos recentes são as reações da polícia britânica aos ataques com facas nas ruas de Londres. As forças de segurança, bem treinadas e equipadas, acorrem com presteza aos locais dos crimes e executam sumariamente os terroristas em ação delituosa contra vida de cidadãos e turistas.
Nada a ver com os elogios descabidos e eticamente injustificáveis de alguns governantes a psicopatas que utilizaram tortura como método de violação a adversários ideológicos de qualquer natureza.
Mas como se entende SEGURANÇA – do Brasil à Rússia?
Há três anos viajei pela Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia, exemplos de bem sucedida política social-democrática em benefício da qualidade de vida no mundo de hoje.
No interior da Noruega, entre Oslo e Bergen, encontrei, na margem de estradas vicinais, abrigos de madeira para venda de frutas colhidas nos pomares vizinhos. Era só parar, desembarcar do veículo, escolher as frutas e pagá-las, pois havia preço e uma caixinha com dinheiro e moedas para o troco.                                  Lembrei do interior de Estrela (RS), na minha infância, com o leite ordenhado pelos meus avós maternos, nas madrugadas, podendo ser coletado e pago com segurança e confiança, inclusive na qualidade do produto in natura fornecido.
Em tempo: no interior da Noruega, visualizei, ao longo do caminho, veículos abordados por policiais locais que, portando radares móveis e posicionados em lugares estratégicos e surpreendentes, controlavam com rigor o cumprimento de velocidade e leis de trânsito.
Já na Finlândia, desde Helsinque, viajei de trem até São Petersburgo, cruzando a fronteira seca com a Rússia.  A partir desta fronteira, passa-se a perceber com muita clareza o que significa segurança para o povo e o governo russos: pessoal atento a cada detalhe, método e disciplina, regras a serem cumpridas (prévia e detalhadamente esclarecidas).
São Petersburgo (no verão) é um lugar magnífico, com sua história, arquitetura, igrejas e museus (onde se destaca o Hermitage).
De lá, também de trem, fui a Moscou, cidade totalmente diversa, com seu povo aparentemente distante e silencioso.   
Imponente o Metrô moscovita, onde cada estação é uma obra e arte, além de ser bem arejado, limpo, seguro e funcional, transportando milhões de pessoas com qualidade.
Imperdível uma visita guiada ao Kremlin e observar a cidade do alto, desde a área do Campus da Universidade.
À noite, um episódio me fez compreender definitivamente o alerta do meu pai.
Sendo Moscou uma cidade de largas avenidas, com amplas passagens subterrâneas para pedestres (que devem obrigatoriamente utilizá-las para atravessar de uma calçada a outra) e querendo ir a um restaurante próximo para jantar, preocupada com minha segurança, solicitei informações sobre este necessário modo de deslocamento ao funcionário da Portaria do Hotel.
Inesquecível o seu olhar de estupefação! O que escancarou, na prática, o abismo cultural entre Brasil e Rússia no que se refere ao item SEGURANÇA.

Marília Gerhardt de Oliveira
gerhardtoliveira@gmail.com

ESTERTORES





PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

ESTERTORES
É indiscutível que atividades essenciais: hospitais, supermercados, serviços de segurança, transporte, etc., não podem parar. Eventos esportivos, desfiles de moda, exposições, casamentos, formaturas e até velórios devem se compatibilizar com a situação excepcional pela qual passamos.
No seu devido tempo o pesadelo será passado. Esperamos e torcemos por isso, mas ninguém pode vaticinar quando a pandemia estará controlada. O essencial, no momento, é a saúde das pessoas, vamos cerrar fileiras no que importa.
Um exemplo de nonsense, falta de sentimento, de responsabilidade, está sendo protagonizado pelo Comité Olímpico Internacional (COI). Reafirmaram que, apesar da pandemia, a Olimpíada de Tóquio vai prosseguir em sua programação e os jogos serão realizados entre 24 de julho e 9 de agosto de 2020. Como explicar uma atitude tão fora da realidade que nos assola? Como admitir que a decisão parta de pessoas ilustres, de elevado índice cultural, de padrão moral ilibado? Afinal de contas citam sempre Pierre de Frédy, mais conhecido pelo título nobiliárquico de Barão de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna – “O IMPORTANTE NÃO É COMPETIR, MAS COMPETIR COM DIGNIDADE” – e desdenham toda a angústia que assola o mundo? Será que os patrocínios, as verbas já empenhadas e os lucros que deixarão de abarrotar suas contas bancárias são mais importantes que a DIGNIDADE tão apregoada? Para que báratro relegam o ESPÍRITO OLÍMPICO?
O futebol profissional, esporte mais popular e mais caro do mundo tem seus campeonatos, torneios e exibições em geral adiados para as calendas gregas (kalendas graecas), uma expressão latina que indica algo que nunca acontecerá pois o calendário grego não comportava dia análogo e se referia a datas em que o fato não poderia ocorrer. Se o futebol profissional pode se dar “ao luxo” de postergar, por que a Olimpíada de Tóquio deverá ser realizada a custo de, possivelmente, inúmeras vítimas fatais não apenas entre os turistas e habitantes locais, inclusive de atletas.          OS MELHORES DO MUNDO!
Não seria mais racional e humano – no sentido de solidário, consciente – postergar, não para as calendas gregas, para outra data? Por que não 2021?
Voltaremos à arena do Coliseu, lembrando a sentença em língua latina citada em Suetônio, de Vita Caesarum – “Ave Caesar, morituri te salutant” (Ave César, aqueles que estão prestes a morrer te saúdam) – Palavras dirigidas pelos gladiadores ao Imperador, antes de entrarem em luta?
O ESPÍRITO OLÍMPICO NÃO RESPIRARÁ DURANTE A OLIMPÍADA DE TÓQUIO EM 2020, OUVIREMOS SEUS ESTERTORES.
P.S.: Parece que estão acordando, a imprensa estampa notícia de que países estão pressionando para adiar a Olimpíada de Tóquio.
P.S.: 2 – Nas últimas 24 horas o bom senso deu as caras, a Olimpíada de Tóquio foi adiada para 2021. HOSANA!
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

segunda-feira, 23 de março de 2020

CORONAVÍRUS






‘PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

CORONAVÍRUS – 21/03/2020
Fakes podem ser punidas.                                                                                                                           Autores de notícias estão sujeitos à legislação penal, mediante investigação das autoridades. O Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), está monitorando a evolução de casos em nosso território e tomando as medidas conforme previsto no Plano de Ação.                                               O Conselho Regional de Medicina (Cremers) diz que muitas das informações em redes sociais não são verídicas e contribuem para espalhar pânico.
Prestigiar cientistas – Paga-se até um milhão de euros mensais para um jogador de futebol e 1.800 euros para um cientista. Agora, quando procuram desesperadamente o tratamento do coronavírus a quem recorrerão?
Não se contaminar é importante, não transmitir, muito mais. Respeitem os mais fracos e vulneráveis. Respeitem os profissionais da saúde. Conscientizem-se, recolham-se, cumpram medidas de prevenção e quarentena quando indicado. HOJE, não amanhã.                                    Atenção: pessoas assintomáticas, que não tossem, não espirram, não têm febre nem qualquer sintoma de resfriado também podem ser transmissores – até mais perigosos porque não despertam cuidados nos circundantes -, o aparecimento desses sinais da doença só ocorre de sete dias a três semanas após o contágio. Lembrem que devem se resguardar para não serem contagiadas e evitar uma possível disseminação para os circundantes. Cuidem-se seja onde for. Para higienizar as mãos não use álcool líquido, é corrosivo no uso continuado. Apenas álcool gel é recomendado, a economia no preço não compensa mãos afetadas.
Telefones para contato – Números de telefone que devemos acessar para informar sobre casos suspeitos de coronavírus, acionarão equipes que vão comparecer à residência para fazer o teste.                                         (51)3202-1722 – das 10 às 17 horas; (51)99982-0841 – atendimento durante as 24 horas.
Dica de um ortopedista – Na rua, tudo o que você precisa tocar (botão de elevador, maçanetas, corrimões, no transporte público, nos supermercados, etc.), TOQUE COM SUA MÃO NÃO DOMINANTE. Se você é destro, use a mão esquerda, a probabilidade de levar a mão ao rosto é muito menor. E vice-versa.
Não fujamos ao humor, permanecer triste 24 horas ao dia não melhora em nada a situação. Uma boa piada alivia a tensão, lá vai uma:                                                                                                            AVISO IMPORTANTE – Se vocês comerem “xis” nos próximos dias e perceberem alteração no sabor, não se alarmem. É que agora, obedecendo às determinações, o chapeiro está lavando as mãos. Tudo voltará ao normal em breve! 
Não deixa de ser irônico que, em tempos de rejeição à ciência – chega-se a reviver coisas que considerávamos há muito superadas: terraplanismo, criacionismo e outros absurdos -  a CIÊNCIA se torna fundamental para todos. Não será com orações, com óleos bentos, água benta, despachos de mães-de-santo, etc., que nos livraremos da pandemia. Será com a descoberta de como produzir vacinas, – para prevenir – e drogas, – para curar -, que CIENTISTAS estão afanosamente pesquisando. Isso não quer dizer que devemos menosprezar a FÉ, seja a religião que for. O valor psicossomático da FÉ, do otimismo, da proatividade auxiliará, SIM, uma recuperação. Conjuguem-se os dois fatores sinérgicos e os resultados serão mais fácil e rapidamente atingidos. Vacinemos, recorramos aos medicamentos alopáticos e TAMBÉM OREMOS.
Cedo, mais cedo que os céticos acreditam, o pesadelo será PASSADO e continuaremos a agir racionalmente, sem dar ouvidos às fakes que pululam (vacinas causam autismo. E outras sandices). Repito, a CIÊNCIA encontra a prevenção e a cura, a FÉ auxilia. Muito.
Última hora: Cientistas israelenses afirmam que uma vacina contra o coronavírus está sendo pesquisada e poderá estar à disposição em breve. Duzentos e sessenta pesquisadores e oitenta doutores estão próximos dum resultado positivo. Outros países, Estados Unidos, Inglaterra e China também estão atuando no mesmo sentido.
PESQUISEMOS E OREMOS!


Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 13 de março de 2020

E ESTAVA LIVRE






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

E ESTAVA LIVRE
Enquanto a proibição da prisão após condenação em segunda instância causa revolta nos cidadãos que obedecem à lei, estruge como um petardo a prisão, mais uma vez, após ser beneficiado com progressão de pena (???) de um estuprador de 51 anos. Aproveitou o relaxamento da sua prisão para continuar cometendo crimes.  Assaltava e estuprava mulheres em diversos lugares onde as vítimas estacionavam seus carros. As condenações do criminoso somam mais de cem anos.
Podemos considerar que esta prisão há de trazer maior tranquilidade para a população, principalmente às mulheres, alvos contumazes do criminoso. Continua, porém, a dúvida cruel: até quando permanecerá trancafiado? O delegado Rafael Liedke, que participou das investigações também questiona: “como pode um indivíduo com esta ficha criminal receber o benefício da progressão de pena”?
Cabe aqui uma constatação indesmentível: a ditadura (1964-1985) foi um tempo em que os desmandos ocorreram de ambos os lados. Guerrilheiros sequestravam, assaltavam, assassinavam e os dirigentes de plantão prendiam, torturavam e assassinavam. O caldeirão efervesceu e propiciou um caldo de cultura para que a Constituição de 1988 gestasse uma lei em que a leniência a atos criminosos se fez preponderante. A pretexto de combater o “autoritarismo” instituiu-se o combate à “autoridade”, esta sim, essencial para a existência de uma sociedade na qual se diferenciam os cidadãos que cumprem a lei dos meliantes que não têm o menor escrúpulo em delinquir. “In medio stat virtus”, a virtude está no meio e os cidadãos pacíficos, ordeiros, MERECEM ser protegidos dos que apenas pensam no “quero o meu”, não lhe importa quem, quantos e como serão atingidos, com requintes de crueldade o mais das vezes. BASTA! Basta de afagar criminosos, basta de condenar à intranquilidade a população.
A prisão após condenação na segunda instância foi detonada pelo STF.                                                 “Só continuarão atrás das grades os réus sem dinheiro, que não podem pagar bons e caros advogados. Justiça para poucos não é uma justiça justa”. (Lasier Martins, senador - RS)
Alemanha, Canadá, Argentina, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra prendem os condenados após a condenação em 1ª instância.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: “Ninguém é considerado CULPADO até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Em parte alguma estabelece que ninguém possa ser PRESO até o trânsito em julgado. Se assim determinasse impediria as prisões preventivas, em flagrante, provisória, etc.
Rodrigo Constantino escreve em Zero Hora, 23/11/19, aludindo à declaração de uma jornalista: “Quase metade das ações no Rio de Janeiro tiveram vítimas”. Quando lemos o artigo, descobrimos que não são inocentes os mortos durante ações de policiais, mas, sim, bandidos que se confrontaram com agentes da lei. Quem condena as ações policiais, quem chama bandido de vítima e ainda rechaça a realidade estatística de que essas ações foram responsáveis pela queda de 22% nos homicídios, vira as costas para a realidade. Afinal de contas querem COMBATER TRAFICANTES ENVIANDO FLORES?
O que causa inconformidade na maioria da população que cumpre a lei é o fato de que autoridades de grande influência são adeptas dessa leniência: “Eu não posso mais ver um jovem de 14, 15 anos assaltando e sendo violentado pela polícia, às vezes porque roubou um celular”. (Luís Inácio Lula da Silva)
David Coimbra, expressando a inconformidade da maioria da população: “Houve júbilo entre os gaúchos, ao ser revelado que todos os assaltantes que participaram do confronto com policiais durante uma tentativa de assalto em Paraí foram mortos. Alguém mais sensível talvez considere isso uma prova de barbárie, mas esse alguém decerto não conhecerá nossa realidade”.
Encerro a coluna, tão deprimente, com Andre Rieu, o maestro-violinista que, este sim, merece nosso aplauso incondicional.
ANDRÉ RIEU – ZORBA O GREGO  2min45seg
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 6 de março de 2020

RIDENDO CASTIGAT MORES






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

RIDENDO CASTIGAT MORES

A espécie humana se distingue dos outros seres vivos por uma série de características que ao longo do tempo vão se adaptando à evolução técnica, mas principalmente ética e moral.
A comunicação mais sofisticada que desenvolvemos nos remete incontinenti a interações e estas desembocaram na arte cênica. Religiões usam esse filão bem como a política, chegamos ao teatro e derivados. Desde os gregos, as tragédias, exteriorização da vida social e, numa posição proeminente, a comédia. A sátira persegue os políticos desde os tempos antigos.
Cícero (Marcus Tullius Cicero, 106 a.C. – 43 a.C.), filósofo, orador, escritor, advogado, político romano, considerado uma das mentes mais brilhantes e versáteis das Roma antiga talvez tenha sido o criador de “Ridendo castigat mores” (com o riso se castigam os costumes).
Gil Vicente (1465-1537), tido como o pai do teatro português, além dos textos mais convencionais também utilizou a sátira para vergastar as autoridades da época.
Na atualidade com o boom das comunicações os políticos têm pesadelos quando seus atos são esmiuçados por chargistas e cômicos.  A ironia se transforma num algoz das atitudes aceitas com relutância pela população.
Leandro Karnal, historiador, professor universitário e conferencista renomado nos proporciona uma página que utiliza com maestria a sátira. Transcrevo-a.
KIT, EXTINTORES, ETC.
Eu vou fazer uma suposição totalmente aleatória, sem nenhuma vontade de aplicá-la na prática.
“Vamos imaginar um país no século XVI onde haja uma lei exótica: Sua Majestade, chamemos de Rei Henry, determinou que todas as carruagens tivessem um kit de primeiros socorros. Vamos imaginar uma história absurda e totalmente sem base. Todos que possuem carruagens se esforçam para comprar um kit de primeiros socorros e logo após todos terem comprado, Sua Majestade Henry anuncia que não é mais necessário. É justo e lícito que essas pessoas cometam regicídio ou reflitam: será que este rei tem interesse na produção de kits de primeiros socorros? Será que este rei têm ações, um irmão dele é dono da fábrica? Que coisa mais ridícula obrigar uma nação inteira comprar um kit e logo dispensá-la pelo motivo óbvio de que eu não saberia fazer nada com um kit de primeiros socorros diante de alguém atropelado por um cavalo e sofresse uma fratura exposta. Eu posso passar a mão na cabeça, rezar junto. Eu não tenho nenhum conhecimento médico, provavelmente eu pioraria o estado da vítima e não ajudaria.                                                                                        Uma ideia absurda e derrubada, Sua Majestade voltou atrás. Sua Majestade decide então que é seguro em caso de incêndio das carruagens, um extintor. Como ainda não há extintores, um balde de água em todas as carruagens. Todas as carruagens devem ter um balde de dez litros para caso de incêndio. Sua Majestade obriga o país inteiro e toda a frota de carruagens a comprar esse balde e assim que todos compram, Sua Majestade diz que o correto é que o balde seja de quinze litros, um modelo mais avançado e toda nação compra porque é obrigatório. Terminada a compra, alguns multados pela posse do balde errado, Sua Majestade comunica feliz que a posse do balde agora é facultativa.                                    Eu recomendaria para esse povo, guardem o balde porque a qualquer instante... governo é como herpes, sempre volta”.
O que dá pra rir dá pra chorar.
Questão só de peso e medida.
Problema de hora e lugar,
Mas tudo são coisas da vida.
Canto chorado – Jair Rodrigues



Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado