quarta-feira, 6 de setembro de 2017

REFORMA DA PREVIDÊNCIA 2





PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA - 2
Em coluna anterior ressaltei o fato de, desde o início, jamais as contribuições previdenciárias alocadas por empregados e empregadores foram destinadas a formar um fundo que garantisse o futuro. O governo, além de não contribuir com sua parte, dilapidou o que era aportado em obras alheias aos interesses da Previdência. Vilas populares, Itaipu e ponte Rio-Niterói por exemplo. Na hora de honrar aposentadorias, por volta de 1.960, o cofre estava vazio e desnudava a face cruel da prática abusiva. Os depósitos recolhidos pelos atuais associados não cobrem os compromissos assumidos com os que passaram uma vida inteira contribuindo. Desde 1960 esse fato só deteriorou.
Várias reformas foram implantadas, não suficientes, agora o fantasma da inadimplência oficial se aproxima inexorável e apenas uma reforma rigorosa poderá evitar o caos representado PELO CALOTE NOS BENEFICIÁRIOS. Essas reformas serão extremamente impopulares, variando entre o inaceitável para os atingidos e o inegociável para surtir efeito.
O ponto de partida para qualquer discussão a respeito do tema está numa pergunta elementar: é necessário mexer no sistema nacional de Previdência Social?                                                                                                                              A resposta pode ser dada com números. Segundo o IBGE, o número de pessoas acima de 65 anos crescerá 263% até 2050, chegando a 58,4 milhões. Enquanto isso, o número de trabalhadores em atividade cairá para 131,4 milhões e isso será fatal para o sistema. O governo está propondo mudanças significativas na legislação. A principal delas, fácil de compreender, mas difícil de aceitar, é a fixação da idade mínima da aposentadoria em 65 anos para homens e mulheres, tanto para o setor público como para o privado, elevando-se o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos. O considerado inaceitável é que para chegar ao valor integral serão exigidos 49 anos de contribuição. Praticamente inatingível. O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), assegura que o limite de 65 anos é inaceitável e o governo divulgou uma nota reafirmando que é inegociável.                                                                                                                        Para tornar mais intragável, o Planalto permite a exclusão dos militares no organograma atual, prometendo incluí-los em reforma posterior.                                     A missão, verdadeiro “Trabalho de Hércules”, é encontrar um consenso entre o inaceitável e o inegociável para garantir uma reforma que além de imprescindível é impostergável. Considerando que não se mantém emprego continuado por toda a vida, entre um emprego e outro fica um tempo ocioso de seis meses a um ano na média, num contexto econômico recessivo que remete a uma realidade de desemprego que atinge níveis assustadores. Outro fator a ser considerado: o primeiro emprego é dificultado e a manutenção após os 45-50 anos mais ainda e aposentar sem 49 anos de contribuição significa um valor a menor de recebimento. Acresça-se o fato de valores acima do salário mínimo sofrerem redução anual, se comparados com o básico.
SE PARAR O BICHO COME, SE CORRER O BICHO PEGA.  
 O eterno confronto dos interesses legítimos, com apoio irrestrito dos sindicatos, em vez de sinalizar uma luz no fim do túnel exacerba os ânimos e encaminha para um beco-sem-saída, cuja consequência será a insolvência do sistema e perda total dos direitos pelos quais houve contribuição durante toda a vida laboral.
Os dados a seguir apresentam as diferenças que precisam ser equalizadas a fim de se conseguir uma situação de justiça, sem os privilégios existentes no sistema atual.
SERVIDORES PÚBLICOS – CIVIS                                                                                Contribuições: R$ 29,5 bilhões                                                                                            Benefícios: R$ 69,5 bilhões                                                                                               Déficit: R$ 40 bilhões                                                                                                  Ativos: 840,9 mil - Aposentados: 418 mil - Pensionistas: 263,2 mil                                Déficit per capita: R$ 58,7mil
SERVIDORES PÚBLICOS – MILITARES                                                                      Contribuições: R$ 2,6 bilhões                                                                          Benefícios: R$ 35,1 bilhões                                                                                  Déficit:  R$ 32,5 bilhões                                                                                        Ativos: 359,5 mil – Aposentados: 148,3 mil – Pensionistas: 148,3 mil                            Déficit per capita: R$ 109,6 mil
Total de contribuições: R$ 32,1 bilhões                                                                     Total de benefícios: R$ 104,6 bilhões                                                                                 Déficit: R$ 72,5 bilhões
ESTADOS E DISTRITO FEDERAL                                                          Contribuições: R$ 59,3 bilhões                                                                                           Benefícios:      R$ 120,7 bilhões                                                                            Déficit: R$ 61,4 bilhões                                                                                                Ativos: 2,7 milhões                                                                                                             Aposentados: 1,4 milhão                                                                               Pensionistas: 490.2 mil                                                                                           Déficit per capita: R$ 31,8 mil
 CAPITAIS                                                                                                    Contribuições: R$ 12,5 bilhões                                                                       Benefícios: 16 bilhões                                                                                             Déficit: R$ 3,5 bilhões                                                                                            Ativos: 1,2 milhão - Aposentados: 425 mil – Pensionistas: 130 mil                      Déficit per capita: R$ 6,3 mil
DEMAIS MUNICÍPIOS                                                                                                    Contribuições: R$18,6 milhões                                                                        Benefícios: R$ 13 bilhões                                                                                      Ativos: 3,3 milhões – Aposentados: 485,9 mil – Pensionistas: 223,8 mil                          SUPERAVIT: R$ 5,6 bilhões
INICIATIVA PRIVADA – URBANOS                                                                    Contribuições: R$ 357,4 bilhões                                                                         Benefícios: R$ 351,9 bilhões                                                                                 Ativos: não informado – Aposentados: 12,2 milhões – Pensionistas: 5,2 milhões  SUPERAVIT: 5,5 bilhões
INICIATIVA PRIVADA – RURAIS                                                                             Contribuições: 7,4 bilhões                                                                               Benefícios: 102,1 bilhões                                                                                       Ativos: não informado – Aposentados: 6,8 milhões – Pensionistas: 2,3 milhões          Déficit: R$ 94,7 bilhões Total 
TOTAL INICIATIVA PRIVADA                                                                                                                   Total de contribuições: R$ 364,7 bilhões   Total de benefícios: R$ 453,9 bilhões      Total do déficit: R$ 89,2 bilhões
PROJEÇÕES CONSERVADORAS DO TESOURO NACIONAL APONTAM PARA, AO FINAL DE 2017, ROMBO DE R$ 260 BILHÕES.
Para vivermos em PAZ faz-se necessário que tenhamos FÉ, apesar dos caminhos tortuosos que trilhamos, o AMOR, indispensável no dia-a-dia e a ESPERANÇA que tem o condão de reacender o que já foi ou está prestes a sucumbir. O vídeo sinaliza uma réstia de luz que vislumbramos, apesar dos pesares.
 AS QUATRO VELAS – 2min04seg

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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