“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
PSICOPATAS 3
Quando um colunista publica um texto
que possa provocar controvérsias, expõe-se à possibilidade de receber ora
contestações, ora apoios, faz parte do contexto. As manifestações devem ser
analisadas e, certamente, oferecem subsídios preciosos para avaliar a
repercussão do escrito. A coluna
“Psicopatas” estimulou o envio por parte de umaleitora opiniões de renomados
especialistas, fato que agradeço e me permito utilizar na coluna que
segue.
Detenho-me em particular em Júlia
Bárány, psicanalista formada pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa
e Renato M.E. Sabbatini, PhD, neurocientista e especialista em Informática
Biomédica, doutor pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado no Instituto
de Psiquiatria Max Planck em Munique, na Alemanha.
“A maioria das pessoas é incapaz
de entender como uma personalidade antissocial e criminosa é possível em um ser
humano como nós”.
Os sociopatas são incapazes de
aprender com a punição e de modificar seus comportamentos. Quando descobrem que
seu comportamento não é tolerado pela sociedade reagem escondendo, mas nunca o
suprimindo, disfarçando de forma inteligente as suas características de
personalidade. Por isso os psiquiatras usaram no passado o termo insanidade
para caracterizar esta psicopatologia. Um sociopata clássico foi Donatien
Alphonse François de Sade (1740-1814), um nobre francês cujas
preferências sexuais perversas originaram o termo sadismo.
O indivíduo sociopata geralmente exibe
um charme envolvente para as outras pessoas e tem uma inteligência acima da
média. Não mostra sintomas de outras doenças mentais tais como neuroses,
alucinações, delírios ou psicoses. Eles podem ter um comportamento tranquilo no
relacionamento normal e têm uma considerável presença social e boa fluência
verbal. Em alguns casos são os líderes de seus grupos. Poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com sociopatas são
capazes de imaginar o seu lado negro, a maioria deles é capaz de ocultar com
sucesso durante a vida inteira, levando uma dupla existência. O mais assustador é o fato que entre 1 e 4% da população é sociopata em
maior ou menor escala. Cada um de nós conhece alguém que se ajusta a esta
descrição. Políticos corruptos e cínicos, que sobem rapidamente na carreira,
líderes autoritários, etc., estão entre eles. Uma característica comum é que
eles se engajam sistematicamente na manipulação dos outros para ganhos
pessoais. O Marquês de Sade diz que tudo é justificado quando o objetivo é a
gratificação de seus sentidos e que a ele é permitido usar outros seres humanos
da forma como desejar para alcançar aquele propósito. Mutatis
mutandis, substituindo “gratificação dos sentidos” por “consecução
dos objetivos”, podemos incluir no rol políticos que não consideram
infamantes as torpes manobras que realizam. Quando descobertos não se acanham
em tentar desconstruir inclusive a honorabilidade dos que ousam denunciar as
tramoias tão meticulosamente urdidas. Exemplos recentes abundam e são do
conhecimento geral. Aninhados em siglas diferentes que, aparentemente são
rivais e disputam as mesmas posições, mas, na realidade, quando lhes é
conveniente constroem as mais estapafúrdias coligações. Na realidade, são
vinhos (azedos) da mesma pipa. NÃO TEM ANJINHOS NA PARADA. Desse conúbio
indecente resulta, fatalmente, uma miscigenação escandalosa. Benjamim Franklin
definiu essa promiscuidade magistralmente com um pensamento: “QUEM DORME COM
CÃES ACORDA COM PULGAS”. Haja inseticida para desinfestar. Além disso, agindo em situações
de stress, tais como guerras, pobreza geral, quebra da economia, brigas
políticas, etc., os sociopatas podem adquirir o status de líderes regionais ou
nacionais, tais como Adolf Hitler, Stalin, Saddam Hussein, Idi Amin Dada, etc.
Quando alcançam posições de poder podem causar mais danos do que como
indivíduos.
A psicopatia é um estado no qual
existe excesso de razão e ausência de emoção. O funcionamento alterado de uma
área específica do cérebro impede as emoções em pessoas com psicopatia.
“É comum que se confunda o psicopata,
que tem uma psicopatia, com psicótico, que tem psicose, são duas
alterações diferentes. Psicose é uma doença mental que inclui problemas no
contato com a realidade, distorções, alucinações e manias. Já a psicopatia é um
distúrbio de personalidade que não tem problema algum na relação com a
realidade, ele não alucina, pelo contrário, domina muito bem a realidade”.
(Júlia Bárány – psicanalista)
Segundo a psicanalista, um psicopata
sabe que é diferente, pois se sente superior aos outros. Por serem incapazes de
sentir emoções, buscam prazer no sofrimento do outro.
Como remate, posso assegurar que todas
as referências que pude pesquisar convergem para pontos básicos e não há
discrepâncias entre elas. Conhecendo as
artimanhas subjacentes à personalidade dos psicopatas, cumpre não nos deixarmos
iludir. Se existem psicopatas aptos a nos convencer e aliciar, também há
candidatos à liderança merecedores do nosso apoio, cabe a nós separar o joio do
trigo.
7 CARACTERÍSTICAS DOS PSICOPATAS – 6min27seg
PSICOPATA NÃO É PSICÓTIC0 – 16 min
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