Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br - 15/09/2017
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
ESTATURA
MORAL?
O depoimento do ex-ministro (PT) Antônio
Palocci provoca pesadelos nas hostes do partido. Isso para dizer pouco... A
avaliação no partido é de que não teve a “estatura moral” do também ex-ministro
José Dirceu e dos ex-tesoureiros Delúbio
Soares e João Vaccari Neto, que não entregaram os colegas. Há, inclusive, uma
troca de mensagens nas redes sociais entre militantes e dirigentes discutindo o
momento mais oportuno para uma expulsão (José Américo, deputado estadual do
PT(SP).
Senhores,
que país é este? Fui criado num ambiente em que a verdade, a honra, o respeito
às leis que regem uma sociedade minimamente organizada e sadia nos direciona
não apenas a evitar deslizes, sejam quais forem, mas, também, não sermos cúmplices
de falcatruas alheias. Partam donde partirem. Cumplicidade é crime, sim.Lei nº 59/2007, de 04/09/2007, Art.27º: 1- É punível como cúmplice quem, dolosamente e por qualquer forma prestar auxílio material ou moral à prática por outro de fato delituoso. 2- É aplicada ao cúmplice a pena fixada ao autor, especialmente atenuada.
O Presidente a República pode ser responsabilizado na lei de cumplicidade e vige desde longa data. Decreto nº 30, de 8 de janeiro de 1892. Art. 1º - São crimes de responsabilidade do Presidente da Republica os que esta lei especifica. Art. 2º - Esses crimes serão punidos com a perda do cargo somente ou com esta pena e a incapacidade para exercer qualquer outro, impostas por sentença do Senado, sem prejuízo da ação da justiça ordinária, que julgará o delinquente segundo o direito processual e criminal comum. Art. 3º - O Presidente da Republica é também responsável por cumplicidade nos crimes de que trata esta lei, quando perpetrados por outrem.
Na opinião firmada entre os
simpatizantes e cúmplices em falcatruas perpetradas pelos crápulas do
PT, PMDB, PP, PSDB e quantos mais forem, Antônio Palocci deveria seguir o
exemplo dos incriminados que, apesar de condenados e presos, permaneceram com a
“boca fechada”, obedecendo à “omertà”. Omertà é um “código de honra” da máfia
italiana que, na verdade, se relaciona à cumplicidade do grupo criminoso e o
voto de silêncio de seus integrantes, sempre contrários à cooperação com a
polícia e com a justiça, especialmente no que diz respeito a informações sobre
esquemas criminosos e os envolvidos neles.
Lembrando: Roberto Jefferson, deputado
federal pelo PTB, do qual era presidente, foi quem deu início ao mensalão no
governo Lula. Marcos Valério Fernandes de Souza, empresário e publicitário
seguiu o script da omertà julgando, erroneamente, que seria protegido como o
foram José Dirceu e outros do partido. Foi relegado à própria sorte e condenado
a 37 anos de prisão, acrescidos posteriormente com mais 18.
Possivelmente, Antônio Palocci (um dos
fundadores do PT, Ministro da Fazenda de Lula, Ministro da Casa Civil de Dilma)
não pretende ter destino semelhante.
Nunca militou em outros partidos.
Geddel Quadros Vieira Lima (PMDB desde 1990,
sem nunca trocar de sigla, exerceu cargos em governos do PT). Já fora Ministro
da Integração Nacional de Lula (2007-2010) e vice-presidente de Pessoa Jurídica
da Caixa Econômica Federal de Dilma antes de ocupar o cargo de Ministro da
Secretaria de Governo da República de Temer. Ao ser novamente preso após a
descoberta dos R$ 51 milhões num apartamento deve estar pensando seriamente em
não assumir sozinho o ônus da culpa.
É muito conveniente dizer, agora, que
Palocci é um médico frio e calculista, como Ministro da Fazenda essas eram as
qualidades elogiadas.
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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