Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 14/04/2.017
http://www.litoralmania.com.br/um-exemplo-a-ser-imitado-jayme-jose-de-oliveira/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
UM EXEMPLO A
SER IMITADO
A barbárie generalizada, protagonizada mais uma vez
pelo EI (Exército Islâmico) no Domingo de Ramos, no Egito: duas explosões em
igrejas coptas (cristãs) mataram pelo menos 43 pessoas e deixaram mais de cem
feridos. Os alvos foram a igreja de Mar Girgis, na cidade de Tanta e a catedral
de São Marcos em Alexandria. O Papa Tawadros, líder da Igreja Ortodoxa Copta
estava nesse local, mas não se feriu. Este foi o último ato de barbarismo
patrocinado pelo EI e, certamente, não será o derradeiro.
Agora, comparem esse procedimento com o contraponto
proporcionado pelos esforços do Papa Francisco, desde o início do seu
pontificado:
Quando da 38ª Jornada da Juventude do Rio de
Janeiro, reuniu-se com o rabino argentino Abraham Skolka. Na sua viagem à
Palestina, estabeleceu encontros com Shimon Peres (1923-2016), político
israelense que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964, Muahmmad Abbas,
presidente da Autoridade Nacional da Palestina e o Patriarca Bartolomeu de
Constantinopla.
São do Papa Francisco as palavras: “É preciso mais
coragem para a paz que para a guerra”.
Cerimônia da páscoa judaica
será realizada na Catedral de Porto Alegre
Uma
ceia de páscoa judaica – o sedes de Pessach – será realizada pela primeira vez
dentro de uma igreja católica em Porto Alegre. O evento acontece no próximo dia
11 de abril, e deve reunir 300 pessoas de ambas religiões.
“É
provavelmente o primeiro no mundo, já que não se tem registro de nada
semelhante”, diz ao G1 o rabino da Sinagoga Sibra, Guershon Kwasniewski.
Conforme
o rabino, a ideia surgiu a partir de uma conversa com o bispo auxiliar Dom
Leomar Burstolin, como forma de estender o diálogo para as comunidades. “Será
um momento de profunda espiritualidade em que iremos transitar pelos rituais”,
explicou Kwasniewski.
O
arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, diz que a iniciativa está
alinhada com o pensamento de união propagado pelo Papa Francisco, “construir
pontes, espaços de aproximação e diálogo, e também de fé”, afirma.
O
ritual, que terá a realização dos 15 passos da liturgia da religião judaica e
alimentação típica da cerimônia, é aberto ao público. No entanto, é necessário
adquirir ingressos por conta da refeição.
Maiores informações podem ser obtidas por meio do site da arquidiocese ou pelo telefone 51 3331-8133.
Maiores informações podem ser obtidas por meio do site da arquidiocese ou pelo telefone 51 3331-8133.
Enquanto notícias de intolerância e violência
crescem e atacam a pluralidade cultural e religiosa atual, em Porto Alegre a
Arquidiocese e a Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência
(Sibra) aproximam-se para desenvolver a cultura do encontro. Nos passos de São
João Paulo II, do Papa Bento XVI e do Papa Francisco, a Igreja Católica busca
concretizar o ensinamento da Nostra Aetate, a declaração do Concílio Vaticano
II que sugere o diálogo fraterno com os judeus. A Ceia Pascal Judaica,
tradicionalmente realizada nas sinagogas, terá como cenário neste ano o subsolo
da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, que serve de espaço de eventos
culturais e sociais.
A celebração chamada de Pêssach, que recorda o
êxodo do Egito, será no dia 11 de abril, às 19h30m. Os ingressos custam R$ 90
(R$ 70 para crianças de quatro a 12 anos) e já podem ser adquiridos na Cúria
Metropolitana e na sede da Sibra (Rua Mariante 772, bairro Rio Branco). Cerca
de 250 pessoas são esperadas para o jantar, que seguirá todos os rituais
tradicionais, com comida típica e cânticos em hebraico e aramaico. “Este é um
claro exemplo do que significa, na prática, o diálogo inter-religioso que
existe em Porto Alegre. São fatos como esse que marcam, aproximam e que criam
respeito entre as religiões”, destaca o líder religioso da sinagoga Sibra,
Rabino Guershon Kwasniewski.
A iniciativa surgiu diante da proposta de se
promover um jantar da Páscoa judaica para apresentar o ritual aos cristãos da
Arquidiocese. A ceia é um tributo à liberdade, afirma o rabino. Ao ouvir a
narrativa do Êxodo, os judeus se ligam aos antepassados e refletem sobre a
importância de viver em liberdade. “Devemos sentir como se nós mesmos
tivéssemos saído do Egito, ou seja, devemos nos colocar no lugar do outro.
Entendendo o que foi a escravidão, podemos desfrutar ainda mais a liberdade”,
pondera Kwasniewski, ressaltando que esse não é apenas um valor judaico, mas
universal.
Para
o arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, a realização da
Páscoa judaica na Catedral Metropolitana vai ao encontro do pedido do Papa
Francisco. “Estamos construindo pontes, criando espaços de aproximação, de
diálogo e também de fé”, enfatiza.
Kwasniewski
avalia que o diálogo inter-religioso é uma realidade relativamente nova dentro
da histórica. Ele observa que iniciativas como o Concílio Vaticano II e a
declaração Nostra Aetate, que aproximaram o mundo católico às outras crenças,
têm apenas 50 anos. “Avançamos muito e esses exemplos (da celebração da Páscoa
Judaica num espaço destinado a eventos católicos) são uma forma de levar esse
diálogo para o povo, de sair das salas e mostrar publicamente que esse diálogo
é possível”, afirma o líder da Sibra, ressaltando que à medida em que se que
caminha, se gera confiança. “Essa confiança derruba preconceitos”, argumenta.
QUE
EXEMPLOS DIGNIFICANTES COMO ESTE, FRUTIFIQUEM.
Para a
grande família representada pelos leitores e responsáveis pela edição de
“Litoralmania”:
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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