RÉCORDE?
“O saber não melhora eticamente uma pessoa. Canalhas
podem ser
cultos e até refinados musicalmente. Ortografia não
garante criatividade
ou estratégia”. (Leandro Karnal)
Atenhamo-nos à palavra ignorante. Uma pessoa que
ignora, que não tem
instrução. Em alguns casos a palavra não possui
sentido pejorativo - tolo,
inepto, imbecil - pode designar alguém que desconhece
alguma coisa por
não ter estudado a respeito e isto se aplica a
qualquer pessoa. Ninguém
no mundo é onisciente.
Como cirurgião-dentista, seria ignorante na
eventualidade de
desconhecer algo referente à minha profissão, contudo,
não sou
obrigado a conhecer os meandros dum cálculo
estrutural, um
engenheiro, sim.
Profissionais da TV, rádio, mídia impressa e que tais,
quando
desconhecem o vernáculo são ignorantes.
Por que gizo este fato? Ouço, vejo, leio palavras
paroxítonas grafadas
ou pronunciadas como se proparoxítonas fossem. A que
mais me afeta,
embora muito utilizada é rÉcorde, está errada. Outras
tantas poderíamos
citar, abundam.
Há anos, muitos, anda cursava a faculdade, um repórter
cujo nome não
lembro entrevistou um candidato a vereador em Porto
Alegre.
- Qual o eu maior objetivo, se eleito?
- Vou apresentar um projeto de lei para acabar com o
caÓs no Brasil.
O repórter apenas comentou:
- Vou pegar meu lapÍs e escrever no pÁpel: o ilustre
candidato vai propor
um projeto de lei para acabar com o caÓs no Brasil.
Depois se jogará do
caís.
Voltando ao rÉcorde, usado e abusado na Rede Globo,
não será para
evitar uma pronúncia que lembre a rival TV Record?
Quanto às demais, perfÓrmance, por exemplo, quando
utilizadas por
profissionais da mídia, trata-se de ignorância, no
sentido pejorativo
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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