segunda-feira, 13 de junho de 2022

RÉCORDE?

 


RÉCORDE?

“O saber não melhora eticamente uma pessoa. Canalhas podem ser

cultos e até refinados musicalmente. Ortografia não garante criatividade

ou estratégia”. (Leandro Karnal)

Atenhamo-nos à palavra ignorante. Uma pessoa que ignora, que não tem

instrução. Em alguns casos a palavra não possui sentido pejorativo - tolo,

inepto, imbecil - pode designar alguém que desconhece alguma coisa por

não ter estudado a respeito e isto se aplica a qualquer pessoa. Ninguém

no mundo é onisciente.

Como cirurgião-dentista, seria ignorante na eventualidade de

desconhecer algo referente à minha profissão, contudo, não sou

obrigado a conhecer os meandros dum cálculo estrutural, um

engenheiro, sim.

Profissionais da TV, rádio, mídia impressa e que tais, quando

desconhecem o vernáculo são ignorantes.

Por que gizo este fato? Ouço, vejo, leio palavras paroxítonas grafadas

ou pronunciadas como se proparoxítonas fossem. A que mais me afeta,

embora muito utilizada é rÉcorde, está errada. Outras tantas poderíamos

citar, abundam.

Há anos, muitos, anda cursava a faculdade, um repórter cujo nome não

lembro entrevistou um candidato a vereador em Porto Alegre.

- Qual o eu maior objetivo, se eleito?

- Vou apresentar um projeto de lei para acabar com o caÓs no Brasil.

O repórter apenas comentou:

- Vou pegar meu lapÍs e escrever no pÁpel: o ilustre candidato vai propor

um projeto de lei para acabar com o caÓs no Brasil. Depois se jogará do

caís.

 

Voltando ao rÉcorde, usado e abusado na Rede Globo, não será para

evitar uma pronúncia que lembre a rival TV Record?

Quanto às demais, perfÓrmance, por exemplo, quando utilizadas por

profissionais da mídia, trata-se de ignorância, no sentido pejorativo

 

 

 

 

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


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