“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
ANTIGAMENTE ERA MELHOR? – 14/05/2022
Nossos antepassados tinham uma vida melhor que a
nossa? Como era a vida em séculos passados, mesmo nos países mais ricos? A
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE), após analisar as
mudanças no bem-estar e a qualidade de vida em todas as regiões concluiu que
ocorreu um salto positivo nos últimos séculos.
O estudo avalia a evolução do Produto Interno Bruto
(PIB), a diminuição da desigualdade, a educação, a esperança, o fortalecimento
da democracia e da segurança em nível global, com exceção da África
subsaariana. Mesmo esta região teve progressos consideráveis.
A renda per capita cresceu dez vezes e o salário dos
operários se multiplicou por oito. Outro ponto a considerar é a globalização, embora
tenha contribuído para acentuar a desigualdade entre países diminuiu as
diferenças entre as economias. É indiscutível que há discrepâncias entre países
do 1º mundo e os demais, porém, estes cresceram de maneira consistente.
Há dois séculos, menos de 20% da população mundial era
alfabetizada, hoje subiu para 80%. A expectativa de vida era de apenas 30 anos
na média, subiu para 70 anos em nível mundial e acima de 80 anos em núcleos
mais privilegiados. Após a descoberta dos telômeros
e da enzima telomerase, abre-se a
perspectiva de atingir os 150 anos ou mais num período não muito distante. Um
detalhe a ser considerado, será imperativo vencer as degenerações cerebrais,
principalmente o Alzheimer. Não tem sentido viver dezenas de anos a mais em
estado de senilidade total. Os progressos da medicina apontam para a resolução
deste e de outros entraves. Já vencemos epidemias com as vacinas, infecções com
os antibióticos e outros que tais, os transplantes estão ao alcance até para os
menos abonados e tantos outros avanços que é impossível abordar numa coluna.
Quanto à violência, ela persiste, porém em escala
infinitamente menor, práticas que eram inclusive admitidas pela Justiça, como a
crucificação e morte em fogueiras, por exemplo, atualmente seriam
inadmissíveis. Hoje causa repulsa e opróbio público a escravidão e os casos que
se verificam são motivo de execração pública.
Pergunte para o seu avô e ele lhe dirá que em alguns
aspectos era mais aprazível. Não havia o estresse que o assola, mas as
diversões, por exemplo, eram limitadas. Sem televisão, rádio era luxo para
abonados, internet, computadores, telefone, celulares só em filmes de ficção, o
próprio cinema então... Viajar uma dificuldade, para a Europa, em navios a vela
com tempo avaliado em meses e perigos sempre presentes, sujeitos a naufrágios.
Partia-se sem saber se haveria chegada.
Tem os que afirmam que antigamente tudo era melhor.
Mentira! A vida era mais dura, cirurgias SEM ANESTESIA.
Aposentadoria, o que é isso? Trabalhava-se até 16
horas diárias, sem descanso semanal nem feriados. Thomas Morus escreveu
“UTOPIA” em 1516 e até hoje soa como um sonho quando nela SE ADMITIA A
ESCRAVIDÃO e escalada social não estava no horizonte. Envelhecer? Uma angústia
para os que não eram socorridos por familiares.
Como complemento estender-me-ei no nosso modo de viver
enfrentando as doenças com técnicas médicas eficientes e, principalmente, a
erradicação de doenças milenares após o advento das VACINAS.
Edward Jenner, em 1796, criou a vacina contra a
varíola inoculando o pus da ordenadora
Sarah Nelmes num menino de oito anos de nome James Phillips que ficou
imunizado, foi o primeiro caso comprovado de sucesso para se prevenir de uma
doença que tinha uma letalidade de 60%. Uma doença que no século passado matou
mais de 300 milhões de infectados, não se pode calcular o total nos mais de 3
mil anos em que agiu sem esperança de cura.
Há 50 anos, em abril de 1971, 19 moradores da Vila
Cruzeiro, Penha, Rio de Janeiro, foram os últimos a terem varíola no Brasil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez os derradeiros
registros em 1975, em Bangladech e na Somália. Como nenhum caso foi mais
notificado, em 1980 reconheceu a erradicação no mundo.
A varíola não é apenas uma doença para a qual foi
desenvolvida a primeira vacina, sua erradicação livrou o mundo da MORTE DE 30%
DOS INFECTADOS. Os sobreviventes ficavam com as cicatrizes desfigurantes bolhas
pelo resto da vida.
Oficialmente, só dois laboratórios, altamente vigiados
possuem culturas do vírus: um em Atlanta, Estados Unidos e outro em Koltsovo,
Sibéria. A razão deste fato é a possibilidade de, principalmente se forem
usados como arma biológica, possam ser usados para a fabricação imediata de
vacinas.
Como as novas gerações não foram imunizadas, uma
pandemia incontrolável seria deflagrada antes que os laboratórios pudessem
utilizar os vírus coletados de doentes.
FATO: As vacinas dão a única forma de prevenir e
erradicar doenças e, após o sucesso com a varíola, nos encaminhamos para que
isso se concretize em outras mais. Existe um enorme esforço global para a
erradicação de doenças como a poliomielite (paralisia infantil) – a mais
próxima de ter sucesso -, o sarampo, a rubéola e a difteria.
É inconcebível que autoridades desdenhem reconhecer
este FATO e insistam em recomendar tratamentos ineficazes. A Covid-19, no
Brasil inclusive, é responsável por centenas de milhares de mortes que poderiam
ter sido evitadas, caso nossas autoridades tivessem implementado uma vacinação
em massa desde o INÍCIO DA PANDEMIA.
IDESCULPÁVEL é o termo correto para nominar este despautério.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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