TROPICAL TROPICAL
Fernando Gabeira, em 2017 publicou “Democracia
Tropical”, onde analisou as consequências desastrosas dos últimos governos que
o Brasil teve de suportar. Chegou a conclusões que, após o resultado do último
pleito, impõem uma nova obra para atualizar e nos por a par do quanto houve em mudanças.
O segundo turno consolidará ou trará mais uma reviravolta não prevista nas pesquisas dos órgãos mais destacados:
DATAFOLHA e IPEC.
“A decomposição do sistema político em 2016, posta a
nu pelas investigações da Lava Jato, gerou um vendaval de surpresas. Graças ao
impeachment da presidente Dilma Rousseff, os aliados da esquerda, cuja
experiência fracassou, têm de tocar o barco em plena tempestade”. (Democracia
Tropical)
O núcleo desta tormenta é o desastre econômico que
demanda um programa de austeridade, difícil de ser aceito pelos políticos que,
depois de restabelecida a democracia se habituaram a mamar nas gordas mas não
inesgotáveis tetas do erário.
Os candidatos que foram ao segundo turno não admitem,
sob nenhuma hipótese, terem seus projetos delimitados pelo teto de gastos. A
tentação de utilizar o dinheiro arrecadado
pelos impostos para atender a projetos mirabolantes, mais do interesse próprio
e de seus áulicos (puxa-sacos) que para o bem-estar da população é de tal
magnitude que nossa economia segue em ritmo alucinante para o abismo.
Em 2002, a dívida acumulada em 180 anos, desde a
proclamação da Independência, era de R$ 852 bilhões de reais. Em junho de 2022
catapultou para R$ 5.845 trilhões e continua num crescendo avassalador.
Os juros que oneram nosso orçamento, palatáveis até
2002, transformaram-se num estapafúrdio garrote que nos oprime e ameaça não
apenas o nosso futuro, mas o dos nossos filhos e dos filhos dos nossos filhos.
Seja quem for o nosso futuro presidente, caberá a ele
redirecionar o “Titanic Brasil” para evitar a fatal colisão com o recife que se
avista no horizonte. Oremos para que, após tomar posse, governe pensando nas
futuras gerações e não nas próximas eleições. Se assim agir, merecerá a
gratidão do povo brasileiro e um lugar de destaque na História.
Argumenta-se que a corrupção é endêmica no Brasil,
diz-se que sempre foi assim, mas, no momento atual os smartphones – mais de 170
milhões no Brasil – escancaram e impõem uma transparência aos fatos, impossível
no passado. As redes sociais desnudam tudo e, por vezes abusam do seu poder
veiculando fakes que deturpam este moderno e poderoso meio de comunicação
incoercível. Se por um lado nos informam do que temos direito de saber, por
outro nos impingem mentiras grotescas que tentam nos enganar e muitas vezes
conseguem.
Há de se separar o joio do trigo... ficar com o trigo
e descartar o joio. Aliás, as decisões por demais lenientes da justiça com os
que mistificam a população permitem copa-franca para esses delinquentes.
Optemos pela transparência e a transformemos numa
poderosa arma nas mãos de um governo honesto, pois ela traz outra bênção: a
credibilidade.
Oremos para que o futuro governo nos brinde com aquilo
que merecemos: a ESPERANÇA. Não poderá esquecer que os assaltos serão
descobertos, não poderá tentar interferir em instituições autônomas, a
sociedade não permitirá. Com os atuais meios de controle é impossível a
sobrevivência de um governo corrupto. Os futuros governantes precisam refletir
sobre este fato.
“Os fins justificam os meios? Mas agora que conhecemos
os deputados, cerca de 90 deles são investigados no STF, não seria hora de se
questionar o foro privilegiado? Ao longo de 16 anos de Congresso sempre defendi
privilégio para voz e voto, como na
Inglaterra. Fora daí, justiça comum”. (pg. 27)
“É longo e espinhoso o caminho de uma renovação
política no Brasil”. (Fernando Gabeira – Democracia Tropical, pg. 28)
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
Nenhum comentário:
Postar um comentário