PONTO E CONTRAPONTO - por
Jayme José de Oliveira
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
ELEIÇÕES 2022 –
21/10/2022
Infelizmente a política no Brasil tem mais a ver com
interesses dos políticos que dos princípios fundamentais e benefícios à
população. O Fundo Eleitoral
destinado para o financiamento do pleito de 2022 atinge R$ 4,9 bilhões, mais do
dobro de 2018.
O único Brasil que os políticos querem é o Brasil que
seja o melhor para eles, seus amigos e os amigos de seus amigos. Entre esses,
empresas que executam obras no Brasil e no exterior. Em contrapartida recompensam
regiamente “os donos da caneta” que lhes proporcionam o acesso aos contratos
bilionários e todos ficam felizes.
Os brasileiros, todos nós, pagaremos a conta de uma campanha milionária.
O placar dos votos dos deputados e senadores atesta
que o espírito de corpo é mais forte que os interesses da nação. Reduzir o
valor do dinheiro público destinado a financiar as campanhas eleitorais?
Jamais. Na
Câmara Federal: 317 votos a favor, 146 contra; no Senado: 53 a favor, 21
contra.
Reuniram-se PT,
PSDB, MDB, PDT, PSB, PCdoB, Republicanos e Solidariedade para a aprovação dos
R$ 4,9 bilhões.
PSOL, PSL defendiam manter o valor distribuído em 2018: R$ 2,1 bilhões.
O
NOVO é o único partido que não usa dinheiro público para se manter. Isso por que, afirmam, acreditamos que esses
recursos vindos de impostos pagos pelos cidadãos – devem ser aplicados no que é
prioritário para o país: EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA.
Um partido e seus candidatos não deveriam ganhar um real sequer
do Brasil nas campanhas eleitorais ou fora delas. Acreditamos que um candidato deve
fazer por merecer receber dinheiro diretamente de seus apoiadores.
Além de exorbitante, há uma total falta de critérios na
distribuição dos recursos, os caciques escolhem quem e quanto receber, repartem
para os que possuem mandato e concorrem à reeleição criando uma concorrência
desleal com os novos candidatos. Como conseguir a tão almejada renovação dessa
maneira?
Mary Westmacott, heterônimo da escritora Agatha Christie: “À medida que envelheço, fico cada vez mais
convencida de que não há nada mais patético, tão ridículo, tão absurdo, e, ao
mesmo tempo, tão maravilhoso como o homem”.
No Brasil a verdade dança conforme as conveniências. No fim da
década de 1950 o crítico inglês Martin Essin definiu como “Teatro do Absurdo”
as peças teatrais que tratam da atmosfera de desolação, solidão e falta de
comunicação da humanidade. Serve como uma luva para a situação atual do Brasil.
A Lava Jato provou que o Governo Federal comandou um sistema de
corrupção que desperdiçou bilhões de reais dos cofres públicos em obras mundo
afora, com provas incontestáveis: fotos, e-mails, telefonemas, testemunhas e delações
premiadas de implicados no afã de diminuir suas penas. Fatos concretos e
assustadores a prova de qualquer sindicância.
”Mas o amor dos brasileiros pelos políticos carismáticos existe
em grau superlativo. Faz parte do imaginário da população absolver os
CULPADOS e criminalizar os AGENTES DA
LEI”. (David Coimbra)
Grande parcela dos brasileiros apoia incondicionalmente os
políticos e não acredita em nada que os desabone. São os seus ídolos, são
deuses intocáveis. Você pode ter todas as provas científicas, matemáticas,
vídeos com as imagens dos indigitados, fatos inquestionáveis da verdade, se as
pessoas não acreditam você não tem NADA. Nada abala a fé nos mitos.
Os negacionistas da atualidade conseguem a façanha de boicotar a
VACINA, única maneira de conter a pandemia instalada ou as variantes que
continuam surgindo ainda mais estarrecedoras.
As
vacinas vão transformar as pessoas em jacarés, ou como afirmou o médico inglês
Andrew Wakefield em 1998, tornar seus filhos autistas. THE LANCET é uma revista
científica sobre medicina com revisão por pares que é
publicada semanalmente. É uma das mais antigas e conhecidas revistas médicas do
mundo e descrita como uma das mais prestigiadas deu guarida à tese não
fundamentada. Após a comprovação dos recursos fraudulentos que embasaram a tese
reconsiderou, uma investigação mais rigorosa resultou na perda do diploma do
médico. O mal já estava feito e no mundo inteiro os grupos antivacina tiveram
êxito em suas campanhas, inúmeras vidas foram sacrificadas no altar da
ignorância. A revista é publicada pela Elsevier no Reino Unido, do Lancet Publishing Group. O periódico
foi fundado em 1823 pelo cirurgião e membro
do parlamento inglês Thomas Wakley (1795-1862) que se manteve como editor até a
velhice, auxiliado e sucedido por um de seus filhos.
Sua sede principal fica na London Wall 125, Londres, Inglaterra, mas a revista tem filiais
também nos Estados Unidos e na China) Mesmo uma
revista médica do gabarito da “The Lancet” pode cair numa esparrela e provocar o
que ocorreu após a publicação, as reações que resultaram do infeliz
compartilhamento.
France
Presse:
Um
médico britânico que relacionou a vacina contra sarampo-papeira-rubéola (MMR) ao
autismo perdeu seu registro depois de ter sido condenado por má conduta
profissional.
O Conselho Geral de Medicina (GMC) considerou que Andrew Wakefield, 53
anos agiu de forma "desonesta", "enganosa" e
"irresponsável" enquanto fazia uma pesquisa sobre uma possível
ligação entre a vacina com doenças intestinais e autismo.
Os
negacionistas, mesmo após a verdade ser reestabelecida, conseguem a façanha de
boicotar a vacina em nome de suas crenças políticas.
Parodiando
a Bíblia: “É mais fácil um camelo passar
pelo furo de uma agulha que um convicto culpar seu ídolo pelos despautérios que
comete”.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado