segunda-feira, 31 de outubro de 2022

ALEA JACTA EST

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

ALEA JACTA EST

Em 10 de janeiro de 49 a.C., no momento em que atravessava o Rubicão, rio que marcava a fronteira da Itália, Júlio César pronunciou a frase que que se tornou célebre pelo seu significado: “Alea jacta est” (A sorte foi lançada).

O dia 30 p. p. representou a escolha dos brasileiros por uma das ideologias que se digladiam desde 2002, ano em que Lula foi eleito presidente pela primeira vez. A atual refrega foi a mais renhida da História e cabe agora ao vencedor encetar uma trajetória que tente minimizar a cisão e promover um arriar as armas. No sentido real e também no figurado.

Analisemos a gestão pública no Brasil durante os últimos anos, singularizou-se por uma “gastança” fora de quaisquer limites. Lideranças distribuem verbas bilionárias para que seus escolhidos apliquem em interesses eleitoreiros e, pior, amiúde “forrem o poncho”, a fiscalização é um ”conto da carochinha”. Há um conluio desavergonhado que beneficia tanto as empreiteiras com os “donos da caneta”... quem paga somos nós.

Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o Brasil tem maia de 14 mil obras inacabadas. São escolas, hospitais, pontes, praças, estradas, ciclovias, quadras esportivas, mercados públicos, casas populares, aterros, sistemas de saneamento e urbanização e uma infinidade de outros empreendimentos esquecidos num limbo incrivelmente dispendioso. Se houvesse uma rubrica específica no orçamento para cobrir as despesas com obras paradas, a dotação seria maior que toda averba dos Ministérios da Educação (R$ 113 bilhões) e da Defesa (R$ 112,6 bilhões).

Através do BNDES foram patrocinadas obras bilionárias no exterior em detrimento das nacionais num valor que atinge R$ 441 bilhões financiando pontes, metrôs, portos, estradas, etc. Imaginem o quanto estaríamos aplaudindo sem tivessem sido realizadas no Brasil. As mesmas empreiteiras, certamente teriam deixado o nosso país bem mais habitável e o desemprego bem inferior ao que atualmente existe.

Agora tudo isso é passado, o que não tem remédio remediado está. Este provérbio nos incita a parar de chorar os erros do passado, vamos arregaçar as mangas e tentar consertar para que o futuro seja mais condizente com os nossos anseios.

No ato de Defesa da Democracia, na PUC de São Paulo Lula afirmou: “Se eleito vou montar um governo além do PT, não farei uma política pequena com adversários do Congresso, governos estaduais e municipais. Eu não vou procurar sarna para me coçar, vou atender os interesses do povo”.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 21 de outubro de 2022

ELEIÇÕES 2022

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

ELEIÇÕES 2022 – 21/10/2022

Infelizmente a política no Brasil tem mais a ver com interesses dos políticos que dos princípios fundamentais e benefícios à população.        O Fundo Eleitoral destinado para o financiamento do pleito de 2022 atinge R$ 4,9 bilhões, mais do dobro de 2018.

O único Brasil que os políticos querem é o Brasil que seja o melhor para eles, seus amigos e os amigos de seus amigos. Entre esses, empresas que executam obras no Brasil e no exterior. Em contrapartida recompensam regiamente “os donos da caneta” que lhes proporcionam o acesso aos contratos bilionários e todos ficam felizes.                                                                  Os brasileiros, todos nós, pagaremos a conta de uma campanha milionária.

O placar dos votos dos deputados e senadores atesta que o espírito de corpo é mais forte que os interesses da nação. Reduzir o valor do dinheiro público destinado a financiar as campanhas eleitorais? Jamais.                                        Na Câmara Federal: 317 votos a favor, 146 contra; no Senado: 53 a favor, 21 contra.

Reuniram-se PT, PSDB, MDB, PDT, PSB, PCdoB, Republicanos e Solidariedade para a aprovação dos R$ 4,9 bilhões.                                            PSOL, PSL defendiam manter o valor distribuído em 2018: R$ 2,1 bilhões.                                                                                                                             

O NOVO é o único partido que não usa dinheiro público para se manter.  Isso por que, afirmam, acreditamos que esses recursos vindos de impostos pagos pelos cidadãos – devem ser aplicados no que é prioritário para o país: EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA.

Um partido e seus candidatos não deveriam ganhar um real sequer do Brasil nas campanhas eleitorais ou fora delas. Acreditamos que um candidato deve fazer por merecer receber dinheiro diretamente de seus apoiadores.

Além de exorbitante, há uma total falta de critérios na distribuição dos recursos, os caciques escolhem quem e quanto receber, repartem para os que possuem mandato e concorrem à reeleição criando uma concorrência desleal com os novos candidatos. Como conseguir a tão almejada renovação dessa maneira?

Mary Westmacott, heterônimo da escritora Agatha Christie: “À medida que envelheço, fico cada vez mais convencida de que não há nada mais patético, tão ridículo, tão absurdo, e, ao mesmo tempo, tão maravilhoso como o homem”.

No Brasil a verdade dança conforme as conveniências. No fim da década de 1950 o crítico inglês Martin Essin definiu como “Teatro do Absurdo” as peças teatrais que tratam da atmosfera de desolação, solidão e falta de comunicação da humanidade. Serve como uma luva para a situação atual do Brasil.

A Lava Jato provou que o Governo Federal comandou um sistema de corrupção que desperdiçou bilhões de reais dos cofres públicos em obras mundo afora, com provas incontestáveis: fotos, e-mails, telefonemas, testemunhas e delações premiadas de implicados no afã de diminuir suas penas. Fatos concretos e assustadores a prova de qualquer sindicância.

”Mas o amor dos brasileiros pelos políticos carismáticos existe em grau superlativo. Faz parte do imaginário da população absolver os CULPADOS  e criminalizar os AGENTES DA LEI”.  (David Coimbra)

Grande parcela dos brasileiros apoia incondicionalmente os políticos e não acredita em nada que os desabone. São os seus ídolos, são deuses intocáveis. Você pode ter todas as provas científicas, matemáticas, vídeos com as imagens dos indigitados, fatos inquestionáveis da verdade, se as pessoas não acreditam você não tem NADA. Nada abala a fé nos mitos.

Os negacionistas da atualidade conseguem a façanha de boicotar a VACINA, única maneira de conter a pandemia instalada ou as variantes que continuam surgindo ainda mais estarrecedoras.

As vacinas vão transformar as pessoas em jacarés, ou como afirmou o médico inglês Andrew Wakefield em 1998, tornar seus filhos autistas.   THE LANCET é uma revista científica sobre medicina com revisão por pares que é publicada semanalmente. É uma das mais antigas e conhecidas revistas médicas do mundo e descrita como uma das mais prestigiadas deu guarida à tese não fundamentada. Após a comprovação dos recursos fraudulentos que embasaram a tese reconsiderou, uma investigação mais rigorosa resultou na perda do diploma do médico. O mal já estava feito e no mundo inteiro os grupos antivacina tiveram êxito em suas campanhas, inúmeras vidas foram sacrificadas no altar da ignorância. A revista é publicada pela Elsevier no Reino Unido, do Lancet Publishing Group. O periódico foi fundado em 1823 pelo cirurgião e membro do parlamento inglês Thomas Wakley (1795-1862) que se manteve como editor até a velhice, auxiliado e sucedido por um de seus filhos. 

Sua sede principal fica na London Wall 125, Londres, Inglaterra, mas a revista tem filiais também nos Estados Unidos e na China)                            Mesmo uma revista médica do gabarito da “The Lancet” pode cair numa esparrela e provocar o que ocorreu após a publicação, as reações que resultaram do infeliz compartilhamento.


France Presse:

Um médico britânico que relacionou a vacina contra sarampo-papeira-rubéola (MMR) ao autismo perdeu seu registro depois de ter sido condenado por má conduta profissional.

O Conselho Geral de Medicina (GMC) considerou que Andrew Wakefield, 53 anos agiu de forma "desonesta", "enganosa" e "irresponsável" enquanto fazia uma pesquisa sobre uma possível ligação entre a vacina com doenças intestinais e autismo.

Os negacionistas, mesmo após a verdade ser reestabelecida, conseguem a façanha de boicotar a vacina em nome de suas crenças políticas.

Parodiando a Bíblia: “É mais fácil um camelo passar pelo furo de uma agulha que um convicto culpar seu ídolo pelos despautérios que comete”.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 14 de outubro de 2022

UMA PESCARIA INESQUECÍVEL

 

 

 

PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura

 

 

UMA PESCARIA INESQUECÍVEL – 16/12/2.015

 

Reproduzo a coluna que publiquei em 16/12/2015. Não tenho o hábito de reprisar, porém, na atualidade brasileira ela se encaixa como uma luva. Preconizar atitudes consentâneas com a ética e o respeito às leis devem ser aplaudidas de pé

 

O autor é James P. Lenfestey, confira e reflita.

Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia ia pescar no cais próximo ao chalé da família numa ilha que ficava em meio a um lago.

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

O menino iscou e começou a praticar arremessos provocando ondas coloridas na água, logo elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço vergou, soube que havia algo enorme no outro lado da linha.

O pai olhava com admiração enquanto o garoto habilmente e com muito cuidado erguia o peixe exausto da água. Era o maior peixe que já tinha visto, porém a pesca só era permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente.

O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Pouco mais de dez da noite... Ainda faltavam quase duas horas para o início da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:

- Você tem de devolvê-lo, filho!

- Mas, papai, reclamou o menino.

- Vai aparecer outro, insistiu o pai.

- Não tão grande como este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto sabia, pela firmeza de sua voz, que a decisão era irrevogável. Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. Naquele momento, o menino teve certeza que jamais pescaria um peixe tão grande como aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje o garoto é um arquiteto bem sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago e ele leva os filhos para pescar no mesmo cais. Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que se depara com uma questão de ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.

Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém nos está observando. Esta conduta só é possível quando, desde criança, se aprende a DEVOLVER O PEIXE À ÁGUA.

 

Ah! Se cada um de nós souber devolver seu peixe na hora da tentação, o mundo em geral, o Brasil em particular e, principalmente, cada um de nós será, não apenas melhor, mas poderá ao fim da noite repousar a cabeça no travesseiro. E ISSO É O MAIS IMPORTANTE NA VIDA!

Cada um de nós tem a oportunidade de, amiúde ver-se na contingência de optar entre devolver ou recolher um peixe fisgado de maneira ilegal. Os que abdicam do proveito imoral e veem os circunlóquios que políticos utilizam para alcançar objetivos a qualquer preço estão estarrecidos com o que se escancara em Brasília. O pior, infelizmente verdadeiro, é que ambos os lados se esmeram em segurar o peixe sem o menor resquício de dúvida, hesitação. Remorso? Honorabilidade? Essas palavras não constam no dicionário deles.

 





sexta-feira, 7 de outubro de 2022

PREPOTÊNCIA VERSUS DIGNIDADE

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

PREPOTÊNCIA VERSUS DIGNIDADE

O homem segue a lógica da natureza: quando em desgraça ou desvantagem é humilde, simpático, risonho, parece boa gente por que tem de despertar a boa vontade alheia da qual depende para sobreviver com um mínimo de dignidade. Quando é ou se torna poderoso, aí sim é que ele mostrará quem é na realidade: por vezes prepotente, impiedoso, egocêntrico e todos os correlatos imagináveis. Todas as facetas que põem a nu os lados ignominiosos, vergonhosos, explodem num frenesi escandaloso. Guia-se pelo lema: “Nós é nós, o resto é o resto”.                                                                                     Os das classes inferiores, quando contaminados por baixos instintos também reagem com a mesma desfaçatez dos egocêntricos na eventualidade de atingirem os píncaros da fama ou da fortuna. Como lembram o quanto foram espezinhados antes, agora que “apitam” também desnudam seus podres que sempre existiram. E, frequentemente, com maior desfaçatez.

“O dinheiro é insípido, inodoro, portátil e fácil de esconder. Às vezes torna-se mortal. Alguns, quando têm dinheiro suficiente, podem até matar qualquer pessoa que tentar tirá-lo de suas mãos.                     Cada vez mais grande parte do dinheiro que flui pelas artérias do sistema financeiro global é sujo, derivado de atividades criminosas ou drenado dos cofres do Estado por autocratas cleptomaníacos. Ele envenena tudo o que toca. Negócios escusos entre autoridades, seus prepostos e empresas têm na corrupção uma ligação promíscua e, havendo interesse das partes, difícil de comprovar”. (Daniel Silva, autor de “A Violoncelista”, pg. 105)

Analisemos o reverso da medalha, almas nobres existem em todas as classes e nos permitem sorrir.

Milionários, muitos, disponibilizam fortunas para prestar assistência a despossuídos. Exemplo dignificante foi proporcionado por Bill Gates, empresário, bilionário, dono da Microsoft, financia investimentos em pesquisas e tecnologias de saneamento básico ao redor do mundo.

Uma máquina, o OmniProcessor transforma fezes, inclusive humanas, em água potável. Exibido na série Netfix, Bill Gates a bebeu para comprovar sua qualidade. Além de proporcionar o precioso líquido em zonas carentes, transforma dejetos em fertilizantes e evita a contaminação do solo e das fontes naturais, inevitável de outra maneira. Este é apenas um exemplo, George Soros, Mark Zuckerberg, Michael Bloomberg, Jeff Bezos e sua ex-esposa Mac Kenzie Scott (doou U$ 5,8 bilhões de dólares para 500 iniciativas). No total, 25 bilionários doaram cerca de U$ 149 bilhões para caridade ao longo de suas vidas.

Não podemos competir com esses, porém pequenas doações feitas por gente comum e alguns inclusive pobres, são de uma significância que nos toca fundo na alma. Um pescador (cujo nome não recordo) usou sua rudimentar balsa para salvar 121 pessoas de uma enchente. Luciano Huck, ao tomar conhecimento apresentou-o no seu programa. Os patrocinadores deram uma recompensa em dinheiro que o pescador repassou para os que haviam sido resgatados. É de aplaudir de pé uma pessoa humilde e também carente, abrir mão do prêmio para minorar os sofrimentos dos atingidos pela enchente.

A TV, anualmente recolhe verba no programa “Criança Esperança”, doações de R$ 7,00 a R$ 40,00 que se acumulam e, enquanto diminuem as agruras dos despossuídos, aumentam nossa esperança e demonstram que existe, SIM, uma parcela da humanidade que tem um “coração de ouro” e se preocupa ao ver que a miséria se espraia.

Mirem o reverso impactante no procedimento de indivíduos que não merecem ser considerados humanos com os que, SIM, dignificam o “homo sapiens” e nos permitem crer num futuro mais justo para o qual, creio firmemente, estamos avançando, lenta e paulatinamente.

Para finalizar, quando nos defrontarmos com os retrocessos advindos de pessoas indignas, não esqueçamos que “dois passos de recuo, seguidos ou precedidos por três de avanço, representam um de progresso”.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

 


quarta-feira, 5 de outubro de 2022

DEMOCRACIA TROPICAL


TROPICAL TROPICAL

Fernando Gabeira, em 2017 publicou “Democracia Tropical”, onde analisou as consequências desastrosas dos últimos governos que o Brasil teve de suportar. Chegou a conclusões que, após o resultado do último pleito, impõem uma nova obra para atualizar e nos por a par do quanto houve em mudanças. O segundo turno consolidará ou trará mais uma reviravolta não prevista nas pesquisas dos órgãos mais destacados: DATAFOLHA e IPEC.

“A decomposição do sistema político em 2016, posta a nu pelas investigações da Lava Jato, gerou um vendaval de surpresas. Graças ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, os aliados da esquerda, cuja experiência fracassou, têm de tocar o barco em plena tempestade”. (Democracia Tropical)

O núcleo desta tormenta é o desastre econômico que demanda um programa de austeridade, difícil de ser aceito pelos políticos que, depois de restabelecida a democracia se habituaram a mamar nas gordas mas não inesgotáveis tetas do erário.

Os candidatos que foram ao segundo turno não admitem, sob nenhuma hipótese, terem seus projetos delimitados pelo teto de gastos. A tentação  de utilizar o dinheiro arrecadado pelos impostos para atender a projetos mirabolantes, mais do interesse próprio e de seus áulicos (puxa-sacos) que para o bem-estar da população é de tal magnitude que nossa economia segue em ritmo alucinante para o abismo.

Em 2002, a dívida acumulada em 180 anos, desde a proclamação da Independência, era de R$ 852 bilhões de reais. Em junho de 2022 catapultou para R$ 5.845 trilhões e continua num crescendo avassalador.

Os juros que oneram nosso orçamento, palatáveis até 2002, transformaram-se num estapafúrdio garrote que nos oprime e ameaça não apenas o nosso futuro, mas o dos nossos filhos e dos filhos dos nossos filhos.

Seja quem for o nosso futuro presidente, caberá a ele redirecionar o “Titanic Brasil” para evitar a fatal colisão com o recife que se avista no horizonte. Oremos para que, após tomar posse, governe pensando nas futuras gerações e não nas próximas eleições. Se assim agir, merecerá a gratidão do povo brasileiro e um lugar de destaque na História.

Argumenta-se que a corrupção é endêmica no Brasil, diz-se que sempre foi assim, mas, no momento atual os smartphones – mais de 170 milhões no Brasil – escancaram e impõem uma transparência aos fatos, impossível no passado. As redes sociais desnudam tudo e, por vezes abusam do seu poder veiculando fakes que deturpam este moderno e poderoso meio de comunicação incoercível. Se por um lado nos informam do que temos direito de saber, por outro nos impingem mentiras grotescas que tentam nos enganar e muitas vezes conseguem.

Há de se separar o joio do trigo... ficar com o trigo e descartar o joio. Aliás, as decisões por demais lenientes da justiça com os que mistificam a população permitem copa-franca para esses delinquentes.

Optemos pela transparência e a transformemos numa poderosa arma nas mãos de um governo honesto, pois ela traz outra bênção: a credibilidade.

Oremos para que o futuro governo nos brinde com aquilo que merecemos: a ESPERANÇA. Não poderá esquecer que os assaltos serão descobertos, não poderá tentar interferir em instituições autônomas, a sociedade não permitirá. Com os atuais meios de controle é impossível a sobrevivência de um governo corrupto. Os futuros governantes precisam refletir sobre este fato.

“Os fins justificam os meios? Mas agora que conhecemos os deputados, cerca de 90 deles são investigados no STF, não seria hora de se questionar o foro privilegiado? Ao longo de 16 anos de Congresso sempre defendi privilégio para voz e  voto, como na Inglaterra. Fora daí, justiça comum”. (pg. 27)

“É longo e espinhoso o caminho de uma renovação política no Brasil”. (Fernando Gabeira – Democracia Tropical, pg. 28)

 

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com

Cirurgião-dentista aposentado