quinta-feira, 29 de setembro de 2022

MORAL SELETIVA

 

MORAL SELETIVA

“Tenho horror a ditaduras, sejam de direita ou de esquerda, impera, nos

dois campos, uma moral seletiva. Ditador sanguinário, insuportável

sempre é o outro, quando pertence ao grupo que militamos, começam as

relativizações”. (Leandro Karnal, professor, historiador, escritor e

palestrante).

Quando critico Pinochet os de esquerda se emocionam, eu estou ao lado

certo, sou o herói do dia, o pensador claro, crítico implacável.

Quando acuso Fidel Castro há protestos, alegam: “acabou com o

analfabetismo e ativou a distribuição de terras”.

Os de direita reagem: “fuzilou adversários no paredón, é uma ditadura

que oprime os cubanos até hoje e atacou diversos países, na África

(UNITA) e na América tentando exportar o comunismo”.

Constatei que para muitos existem malvados favoritos. No contexto, dos

dois lados, cada qual de acordo com sua tendência.

Quando acuso de maneira acre ditaduras de direita e de esquerda, sem

poupar ninguém, estou “em cima do muro”. Não concordo com esta

conotação, tenho valores muito claros: a liberdade e a vida não podem

ser alvos de disputas ideológicas, quem não as respeita merece o meu

mais veemente repúdio. Quem mata uma única pessoa é um assassino,

quando elimina milhares continua sendo um assassino, pior, um

genocida. Seja de direita ou de esquerda.

Lembro um mercenário a quem um entrevistador perguntou:

- Já vendeste teus serviços para ditadores dos mais diferentes matizes,

qual a diferença entre eles?

- Nenhuma. Fui ferido indistintamente, a dor não escolhe ideologia.

Hitler eliminou 6 milhões de judeus em campos de concentração e

crematórios. Stalin provocou mais de 20 milhões de óbitos, a maioria

eram compatriotas, nos Gulags descritos por Alexander Soljenítsin, um

escritor, dramaturgo e historiador russo. Preso político do regime


soviético, suas obras revelaram ao mundo as atrocidades cometidas nos

campos de concentração com trabalhos forçados existentes na antiga

União Soviética.

Não compactuo com nenhum deles, nem com outros que existem em

toda a parte.

Os fanáticos, sejam quais forem, sofrem a “Síndrome de Estocolmo”,

mitridatizam os horrores e acabam se transformando em mais um

“deles”. LAMENTÁVEL!

E qual seria o caminho que devemos seguir para obter um mínimo de

consenso, de justiça legal, social ou de convivência?

A democracia que se alicerça na realização de eleições livres e na

aceitação dos resultados por todos os envolvidos.

Winston Churchill, o grande 1º Ministro da Inglaterra no período crítico da

2ª Guerra Mundial lança uma luz sobre o assunto:

“Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-

se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as

demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”.

Democracia e ditadura são dois tipos de regimes de governo que

possuem características antagônicas: na democracia o poder de decisão

emana do povo enquanto na ditadura as decisões são impostas pelo

governo autoritário. Abraham Lincoln define como “o governo do povo,

pelo povo, para o povo”. As responsabilidades são divididas entre o

Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário.

O conceito de democracia, diferente do que se conhece hoje, surgiu na

Grécia Antiga. Nas assembleias, local onde aconteciam as decisões

políticas que regravam a vida dos cidadãos na época - que tinham o

direito de participação - exceto as mulheres, as crianças, os estrangeiros

e os escravos. Todo este arrazoado para concluir que chegamos ao

regime ideal? Na realidade, não! Por mais que seja o mais coerente com

as necessidades da população, tem, no meu conceito, um grave

empecilho para que possa ser considerado perfeito.

Podemos escolher nossos dirigentes. SIM. Com uma ressalva: os

candidatos propostos ao eleitorado são indicados pelos partidos. Nossas

opções se resumem em escolher um dos que o TSE aprova. Não


podemos recusar se forem incompatíveis com nossas convicções. A

possibilidade que poderia tornar a democracia realmente plena – que não

existe em nenhum lugar – aponta para este fulcro: permitir ao eleitor

recusar que nos são impingidos goela abaixo. No dia em que, se a

maioria dos eleitores (50%+1) votarem nulo ou em branco e com isso se

provoque uma nova eleição, com outros candidatos, teremos

DEMOCRACIA DE FATO. Como consequência os partidos políticos se

veriam na contingência de apresentarem candidatos que mereçam esta

honra e honrem seu compromisso. Jamais seríamos instados a escolher

entre o ruim e o péssimo.


SUPERBATERIA

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.


SUPERBATERIA

Todos os seres vivos têm como principal motivo de existir a perpetuação

da espécie. Desde o mais simples vírus ao homo sapiens, a maravilha do

universo conhecido (seu cérebro é o que o eleva a esta posição).

Incontestável. Abstraindo este fulcro podemos referir outros pontos que

permitem uma escala de valores e importância na biodiversidade: instinto

de sobrevivência, gregariedade para os do topo da pirâmide.

Na busca da sobrevivência via alimentação prevalecerão nos valores da

cadeia alimentar os mais fortes, mais capazes.

A Natureza, desde o primórdio – Charles Darwin explicou no se livro “A

Origem das Espécies” que sempre haverá uma evolução via mutações

em cadeia. Até os vírus se adaptam ao meio ambiente e também se

modificam estruturalmente para sobreviverem quando algo ou alguém

ameaça sua sobrevivência.

Vira a página e analisemos um dos componentes que mais influenciaram

(e ainda influenciam) a supremacia do homo sapiens: a busca incessante

da energia em suas diversas formas. Nasce com a possibilidade de usar

seus músculos para a locomoção, busca de alimentos, construção de

abrigos e formalizar a sociedade. Somos gregários.

A utilização de animais domesticados deu partida a uma escalada

ininterrupta e em ritmo cada vez mais rápido e eficiente. Na navegação:

remos, velas, barcos a vapor inventados por Robert Fulton em 1777,

motores de combustão interna, usados também em veículos terrestres e

aéreos. Reatores nucleares já operam.

A eletricidade abriu novos horizontes, inclusive para uso doméstico e

industrial. Sempre esbarrou nos percalços do transporte energético, as

baterias têm seu uso limitado por necessitarem recargas periódicas, o

calcanhar de Aquiles par seu uso.


Na realidade do dia a dia as baterias, pilhas e outras modalidades

facilitam, podemos até dizer que permitem a nossa maneira de viver. Da

lâmpada que ilumina nossos lares aos telefones celulares e

computadores tudo depende de podermos a energia de maneira

contínua.

Os satélites ficam reféns de acumuladores que podem ser abastecidos

utilizando energia solar ou atômica. Esta última tem como vantagem a

possibilidade de uso por longos períodos, o risco representado pela

radiação limita, e muito, seu uso doméstico.

Abracadabra, eis que surge um clarão no fim do túnel que, ao se

concretizar abrirá novos horizontes. A empresa americana Nano

Diamond Battery está desenvolvendo uma bateria que usa isótopos de

urânio e plutônio. Eles emitem calor, que é transformado em eletricidade.

Uma tecnologia similar já é usada em sondas espaciais desde a década

de 1970. A empresa assegura que a tecnologia não apresenta riscos e

poderá ser usada até em celulares

A bateria em foco poderá ter carga com duração de até 28 mil anos.

Será, quando disponibilizada, um novo “ovo de Colombo”.


Jayme José de Oliveira

cdjaymejo@gmail.com

Cirurgião-dentista aposentado

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

VACINAS

 



PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

VACINAS – 16/09/2022

O médico britânico Edward Jenner, em 1796, percebeu que as vacas infectadas com a versão bovina da varíola – vaccinus vaca – que provocavam pústulas nas tetas, ao serem ordenhadas infectavam os fazendeiros com a doença. Mas era uma versão atenuada e surpreendentemente gerava uma memória imunológica contra a varíola humana que é altamente letal, matava 30% dos adultos e 50% das crianças pequenas.

Na época os micróbios já eram conhecidos, o holandês Anton van Leeuwanhoek detectava os micróbios através dos microscópios que ele mesmo fabricava. Na época ninguém imaginava que esses seres minúsculos pudessem ser causas de doenças, pensava-se que eram  doenças eram originadas por “miasmas” , ares com cheiro pútrido provindos de zonas pantanosas. Isso mudou no final do século XIX quando cientistas com John Snow, Louis Pasteur e Robert Koch apresentaram a tese que atribuía a origem das infecções aos microorganismos patológicos.

Pasteur criou a segunda vacina – contra a raiva – para prevenir a doença e o soro, obtido através  do soro de sangue de cavalos infectados. Desde então as vacinas são utilizadas para prevenir doenças e os soros para tratamento.                                      Robert Koch estabeleceu pela primeira vez o vínculo de uma doença, a tuberculose , com m agente específico, um bacilo que recebeu a denominação de bacilo de Koch.

 

Um mundo sem vacinas teria menos habitantes pois as doenças endêmicas que afetam durante décadas ou séculos causam um número impressionante de mortes. A varíola, antes de sua erradicação, causou 500 milhões de óbitos. Hoje, graças à vacina, talvez seja a única doença que é considerada pela Wikipedia como extinta, pertence ao passado. Antes de se alegar a existência da “vacina dos macacos” cumpre salientar que esta é causada por outro tipo de vírus. O vírus da varíola humana só existe conservado em estado criogênico (temperaturas abaixo de 150%) e é guardado em dois centros governamentais bem vigiados, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CCDC) de Atlanta, EUA e pelo Instituto Vector em Koltsovo, na Rússia.

O extremo cuidado que se emprega na vigilância desses vírus s justifica plenamente. Um descuido que permitisse a disseminação causaria uma catástrofe de proporções inimagináveis, principalmente nas mãos de terroristas.

 

Raciocinemos a partir do fato  que perder um recém-nascido era corriqueiro na era pré-vacinas, dizia-se a “a criança não vingou”. Sarampo, hepatite B, catapora, meningite, varíola e tantas outras infecções virais ou bacterianas diminuiriam drasticamente a população. Em 1500 havia 461 milhões de habitantes na Terra; em 1860, 989 milhões.  Nesse ritmo estaríamos atualmente com no máximo 2 bilhões de pessoas. Hoje, graças em parte às vacinas somos 7,8 bilhões.

 

Outro ponto a considerar é o conceito do “burden disease”, o “fardo da doença”. Quantos anos de vida saudável seriam perdidos porque não teriam sido evitadas doenças.

 

Vítimas graves de poliomielite (paralisia infantil) ficavam condenados a passar a vida em “pulmões de aço” para conseguir respirar, isso quando tinham acesso a tal maquinário.

 

O mundo sem vacinas é um mundo com menos idosos, a maioria das pessoas que padece com doenças e outras como o câncer e o Alzheimer seria significativamente menor, não viveríamos o suficiente para sermos vítimas delas, é um fato incontestável.

 

O Brasil teve uma das campanhas mais exitosas do mundo no que se refere à campanha de vacinação contra a poliomielite, tanto que o último caso registrado foi em 1989. Em 1994 o país recebeu certificado de erradicação da doença.

 

É um risco a tendência das populações relaxarem quando o perigo diminui, mesmo que temporariamente. A baixa vacinação contra a pólio no Brasil e novos casos no mundo acende um alerta para o risco de uma volta da doença. Nunca foi tão baixa no Brasil, caiu de 96,55% em 2012 para 67,71 em 2021. Está na hora dos pais lembrarem do horror que foi erradicado e levar os filhos para tomar as três doses e eliminar a possibilidade do retorno após mais de 30 anos.

 

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

 


NAZISMO E COMUNISMO

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

 

NAZISMO E COMUNISMO

Cerca de 90% dos Nazistas que fugiram da Europa continental no Pós 2ª Guerra Mundial o fez pela Itália, através de viagens planejadas e organizadas por pessoas com poder, dedicadas a proteger criminosos de guerra. Destes, cerca de 5 mil foram para a Argentina (ironicamente, o mesmo país que recebeu milhares de Judeus e possui, até hoje, uma das maiores comunidades judaicas do mundo fora de Israel). Para o Sul do Brasil vieram cerca 2 mil e ao Chile, cerca de mil. Isto, cultural e ideologicamente, teve repercussão ao longo de gerações.

No Brasil, a Coluna Prestes foi um movimento que percorreu o interior do país, entre 1925 e 1927, integrado por jovens oficiais liderados por Luís Carlos Prestes, que exigiam o voto secreto, a reforma do ensino público, a obrigatoriedade do ensino primário e a moralização da política, denunciando as condições de vida dos miseráveis e a exploração no trabalho dos pobres. Tinha por objetivo um levante popular contra o governo vigente, mas, após a deposição das armas, em 1927, suas lideranças se exilaram na Bolívia. Portanto, com base histórica inquestionável, pode-se afirmar, peremptoriamente, que nunca houve um governo comunista instalado no Brasil.

Para muito além das ditaduras de Getúlio Vargas e do Golpe Militar de 1964 (cujo regime ditatorial foi mantido até 1985), o povo brasileiro soube eleger, ao longo de décadas, governos democráticos dos mais variados matizes.

A Constituição Brasileira de 1988 não previa reeleições, mas, em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 16 que passou a permitir somente uma reeleição, para mandatos subsequentes, mas sem restrições para mandatos não consecutivos de Presidentes, Governadores e Prefeitos. Esta modalidade se revelou, na prática política e administrativa, equivocada, pois, a partir de então, os Executivos eleitos passaram a trabalhar, durante o seu primeiro mandato, com o claro objetivo de obterem sucesso eleitoral para um segundo mandato consecutivo.

Em janeiro de 2018 tomou posse, por decisão democrática legitimada por processo eleitoral com uso de urnas eletrônicas, o Presidente Jair Messias Bolsonaro. Mas, ao longo de seu governo, não conseguiu cumprir uma das promessas mais relevantes de seu governo: o de não vir a se aliar a políticos que criticava duramente a campanha eleitoral e que, outrora, também viabilizaram, no Congresso Nacional, outros governantes, hoje na oposição. Também o tão anunciado combate à corrupção ficou soterrado, incluindo a promulgação de inúmeros decretos de 100 anos de sigilo, a cada impasse surgido em seu entorno familiar, de assessores e apoiadores. Graves problemas gerados por escândalos como as “rachadinhas”, a prescrição cientificamente equivocada da cloroquina, a falta de oxigênio e a demora na aquisição de vacinas durante a Pandemia Covid-19, a prisão de um Ministro da Educação após denúncias de movimentações pouco convencionais de Pastores na liberação de verbas públicas, entre tantas outras excentricidades.

Em manifestações públicas inequívocas, assumiu caráter machista, misógino e homofóbico, tendo fracassado em áreas estratégicas com Educação e Cultura, Combate à Fome e à Pobreza, Meio Ambiente e Relações Internacionais.

Também não se houve bem, desafortunadamente, enquanto Estadista nas efemérides relativas aos 200 Anos da Independência do Brasil.

Muito em breve os eleitores brasileiros irão optar democraticamente por um entre vários modelos propostos por Políticos que buscam se eleger para cargos, no Executivo e no Legislativo, no sentido de definirem, pelo voto em urnas eletrônicas, que projetos aprovarão objetivando concretizar o que acreditarem ser o melhor para as futuras gerações, integradas ao mundo civilizado, em pleno século XXI. Serão estes Cidadãos, os autores responsáveis pela História Brasileira próximo-futura.

Que continuemos sendo um Estado Laico, com respeito irrestrito à diversidade e, principalmente, à Constituição.

 

Marília Gerhardt de Oliveira

gerhardtoliveira@gmail.com                                                                                                                                            

 

Jayme José de Oliveira

cdjaymejo@gmail.com

 


sexta-feira, 2 de setembro de 2022

FRONTEIRAS DO PENSAMENTO

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

FRONTEIRAS DO PENSAMENTO – 06/09-2022

Em 2022 Porto Alegre está sediando 12 conferências do “Fronteiras do Pensamento”. Respeitados pensadores nacionais e internacionais nos aproximarão do Conhecimento, o principal capital do mundo de hoje. Arte, sustentabilidade, ciência, internet, redes sociais, economia, ativismo, neurociência e medicina serão alguns dos assuntos abordados. Temas desafiadores, pensamentos transformadores.

O neurocientista americano Stuart Firestein e a microbiologista brasileira Natália Pasternak falaram na abertura da temporada de 2022 realizada na Casa da Ospa, localizada dentro do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Av. Borges de Medeiros, 1501). Propõem uma revolução no modo como se ensina a ciência, defendem um formato de ensino que não se restrinja a  respostas prontas – que não levam a avanços, apenas repetem o já sabido – mas instiga a questionar e assim abrir novos caminhos. Foi tema de coluna anterior, que inclusive dedica um espaço à nova modalidade de ensino que recebeu notável impulso na pandemia: “Ensino à Distância” (EAD).

Cristiano Englert, anestesiologista especialista em Inovação na Saúde e estrategista de programas de inovação do Health Plus Innovation Center apresentará palestra na qual estabelece um link entre medicina e IA. Novas empresas estão apostando na tecnologia para oferecer produtos e serviços que tornam a medicina mais acessível e proficiente. As possibilidades de realizar exames e até mesmo intervenções cirúrgicas à distância ampliam seu horizonte com a implantação da rede 5G.  Um cirurgião se posiciona diante de um computador e por meio de robótica via internet pode realizar procedimentos em qualquer parte do globo e elas podem ser acessadas por estudantes, fato já corriqueiro.

É a telemedicina aplicada não apenas em consultas, robôs em qualquer lugar obedecem diretrizes partidas da outra ponta da rede. A internet permite o que há pouco tempo permanecia na elucubração dos ficcionistas.

Apenas as elites endinheiradas estão se beneficiando? Não! O SUS pode contatar empresas privadas com tecnologia avançada e aplicar esses recursos em hospitais e unidades básicas de saúde. É importante que os médicos desde a faculdade aprendam a utilizar essas ferramentas e isto não significa que a IA vai substituí-los, eles continuarão imprescindíveis. A robotização à distância é apenas mais uma arma que a humanidade dispõe para beneficiar ricos e pobres.

Não devemos nem podemos supor que o médico perca suas características fundamentais: a empatia, o tratamento humanizado e individual. Por mais que disponha de tecnologias possibilitadas pela IA, sempre haverá um peso inestimável na interação médico-paciente. É importante salientar que teremos acesso em qualquer parte a especialistas de primeira linha. A telemedicina permite cuidar dos dados do paciente como em qualquer outro serviço de saúde presencial.

Já existe tecnologia disponível para fazer um ultrassom à distância acoplando um celular e cirurgia robótica, permite contar com profissionais distantes. O 5G vai agilizar o que já estamos realizando, os procedimentos serão mais rápidos, seguros e universais,

 

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


LEI MARIA DA PENHA

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

LEI MARIA DA PENHA – 23/08/2022

Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha.

Art.1º - Esta lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do parágrafo 8 do art. 226 da Constituição Federal.

Art. 2º - Toda a mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades de viver sem violência.

Farmacêutica e natural do Ceará, Maria da Penha sofreu constantes agressões por parte do marido. Em 1.987, seu esposo tentou matá-la com um tiro de revólver, sobreviveu, mas ficou paraplégica.

Em 2002 o Estado Brasileiro foi condenado por omissão e negligência pela Corte dos Direitos Humanos.

A Lei Maria da Penha é uma conquista da defesa dos direitos das mulheres que podem acessar o telefone 180 para efetuar denúncias e pedidos de proteção.

Sem a menor sombra de dúvidas é um dos maiores avanços da jurisprudência brasileira.

Agora, comparar a proteção de mulheres agredidas por seus companheiros com delinquentes presos por policiais e estender aos malfeitores medidas protetivas é um “caso de polícia” permitam-me o desabafo irônico.

Juízes têm proibido policiais de se aproximarem de pessoas que tenham prendido, configurando-se uma espécie de medida protetiva. Determinam que policiais mantenham distância de delinquentes? O trabalho dos PMs é iminentemente de rua, abordando suspeitos. “A atividade policial não pode ser cerceada. Não é porque há casos de abusos que se vai desconfiar do policial só por ser policial” (Gustavo Ronchetti, promotor de justiça).

A ocorrência recente do jovem de 18 anos que foi presumivelmente assassinado por policiais é uma exceção, não regra, deve ser investigado com todo o rigorismo e caso haja comprovação do crime, sejam punidos de acordo com a lei.

O Ministério Público (MP) pediu habeas corpus contra a decisão do magistrado. O Tribunal de Justiça, por liminar, suspendeu a decisão do juiz de 1º grau, mas ainda depende de julgamento do mérito.

Reflita, como pode ser efetivo o policiamento na rua se for proibida a abordagem de suspeitos?

O juiz, no mesmo despacho, determinou que “oficie-se a Polícia Civil para identificação dos policiais que realizaram prisão em flagrante e notifique-os da proibição de contato com o flagrado e sua família”.

Voltaremos aos selvagens tempos do Far-West, em que cada um se defendia como podia e os tiroteios se sucediam a cada “visita” que quadrilheiros faziam às cidades protegidas precariamente pelo xerife? E mesmo isso entre nós seria impossível em vista da li que desarmou os cidadãos, estamos no “mato sem cachorro” e às quadrilhas, bem organizadas, seria o ambiente que mais desejam.

Quanto à possibilidade das pessoas se armarem, na opinião do colunista, o porte de armas deve ser severamente controlado, porém o direito de possuí-las para proteger suas vidas e seu patrimônio deve ser autorizado. Da maneira que vige a legislação somos presas fáceis para os delinquentes. Indefesos.  Os delinquentes não “estão nem aí” para a Lei nº10.826, de 22 de dezembro de 2003 que dispõe sobre o registro, posse e comercialização de armas de fogos e munição.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado