“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
DEMOCRACIA
Por duas décadas sofremos sob o tacão da ditadura dos
generais. Já tínhamos ultrapassado a “Era Vargas”, ainda mais feroz e
sanguinária.
A DEMOCRACIA é uma flor bela e frágil. Pode ser
varrida do mapa pelos ventos gélidos oriundos de políticos inconsequentes,
corruptos e egocêntricos.
Felizmente, ditaduras fazem parte do passado, mas,
para nos prevenirmos de uma reincidência catastrófica temos que manter em
evidência uma memória coletiva escoimada do culto a líderes carismáticos,
aqueles que prometem mundos e nos afundam traiçoeiramente depois de eleitos,
seguindo ditames egoístas que apenas atentam para o próprio umbigo e os dos
seus acólitos.
Os eleitores devem se abstrair da reverência aos
ídolos que, como o gigante sonhado por Nabucodonosor tinha a cabeça de ouro, o
corpo composto por metais diversos, contudo se assentava sobre frágeis pés se
barro. Temos de observar com especial cuidado as plataformas eleitorais dos
candidatos, filtrá-las com acuidade e descartar as que não se adequem ao papel
decisivo que lhes caberá exercer: conduzir o país ao destino que merece.
MERECEMOS. Cobrar os compromissos dos eleitos não terá legitimidade se formos
omissos na hora de depositar os votos nas urnas. Como não podemos vetar os que
nos são impostos pelos partidos, somos submetidos frequentemente a optar entre
o ruim e o pior.
Trilhamos uma senda cheia de percalços, obstáculos,
lodaçais. Saímos do autoritarismo das ditaduras e apenas podemos escolher
líderes, não podemos rejeitar crápulas.
Uma democracia, para merecer este nome, deve não
apenas oportunizar a escolha, em dois turnos, candidatos que disputarão a
final. Uma democracia, para merecer este nome, deve permitir que vetemos nomes
que não consideramos dignos de exercer o mandato. Absurdo? Imaginem (vou citar
nomes do passado para evitar constrangimentos) um segundo turno onde os nomes
fossem Marighella e o coronel Ustra. Afora os convictos, fanáticos, a maioria
silenciosa não teria opção factível. Um voto de rejeição onde candidatos
PALATÁVEIS disputariam. Repito, enquanto não pudermos rejeitar os que não
consideramos dignos não haverá DEMOCRACIA DE FATO.
Nos últimos pleitos apenas nos disponibilizaram mais
do mesmo. Saímos do autoritarismo das ditaduras para o cabresto dos partidos.
Imaginem o clima de um “Samba do crioulo doido”
(Demônios da Garoa) que 33 partidos legalizados no Brasil nos oferece. Como um
presidente consciente de sua responsabilidade poderá governar sem se submeter
aos ritos espúrios da “governabilidade”? Como cumprir as promessas da campanha
eleitoral – que todos almejamos – se cada ato terá de ser “negociado” para
tramitar para ser aprovado pelo congresso que temos?
“Todo
o homem que se vende recebe mais do que vale”. (Barão do Itararé)
PERGUNTAS, PERGUNTAS, PERGUNTAS. Alguém pode sugerir
RESPOSTAS?
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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