“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
ALEA JACTA EST
Em 10 de janeiro de 49 a. C., Júlio César, desafiando
o Senado Romano, atravessou o rio Rubicão com sua legião. A lei proibia
qualquer general atravessar esse rio com seu exército, a menos que
expressamente autorizado pelo Senado. Ao transgredir violou a lei romana e
declarou guerra ao Senado. Quando atravessou o Rubicão exclamou: “Alea jacta est” (A sorte está lançada).
A partir desse momento ninguém mais seguraria Júlio César.
A frase “atravessar
o Rubicão” passou a ser usada para se referir a qualquer pessoa que tome
uma decisão arriscada, irrevogável.
Atenção, muita atenção: “Pode-se atravessar o Rubicão para realizar um sonho – como Júlio
César” – ou para desgraçar um povo, como Hitler, Stalin, Fidel Castro e
muitos outros no decorrer da História.
No Brasil, nos últimos anos, o Rubicão foi atravessado
duas vezes, no mínimo.
A primeira quando Lula afundou a economia do país encarregando
empreiteiras, a Odebrecht em primeiro plano, para realizar obras megalômanas
mundo afora. Porto Mariel, em Cuba; ponte sobre o rio Orinoco na Venezuela;
obras viárias na África, etc., tudo financiado pelo BNDeS, sem garantias de
retorno e com juros subsidiados. Atentem, obras realizadas no exterior e que o
Brasil acolheria de braços abertos porque nos fazem falta. Muita falta. Abram o
link. https://raymundopassos.jusbrasil.com.br/noticias/177552720/a-bomba-do-bndes-esta-para-estourar-20-obras-e-3000-emprestimos-a-outros-paises
Quando
Lula assumiu a presidência herdou uma dívida de R$ 852 bilhões,
Fora acumulada durante 180 anos, desde a Proclamação da Independência, em 1822.
Entregou para Dilma R$ 1,89 trilhão, em julho de 2021 catapultada para R$ 6,797
trilhões (dados do Banco Central). IMPAGÁVEL. Nós, os nossos filhos e os filhos
dos nossos filhos teremos de conviver com ela.
Bolsonaro foi eleito na esteira da inconformidade.
Qualquer um o seria, tamanha a revolta com a situação Até Tiririca, aquele que
baseou a campanha para deputado federal com o bordão “Vote no Tiririca, pior que está não fica”.
E, como um raio, estrugiu a pandemia Covid. O mundo
foi pego de surpresa, não tinha vacinas para prevenir, muito menos remédios
para curar. Fazia-se necessário iniciar um processo a partir do nada. URGENTE,
para ontem como se costuma dizer. Os laboratórios, no mundo inteiro, se
mostraram dignos da confiança depositada. Elaboraram vacinas, várias, algumas
com eficácia comprovada. Países com dirigentes dignos de tal nome se lançaram
com afinco a VACINAR a população. Se não conseguiram a responsabilidade recai
sobre a população negacionista.
E no Brasil? Bolsonaro iniciou uma solerte campanha
anti vacina, anti distanciamento social, anti lockdown, anti procedimentos
adotados nos países que minoraram as consequências.
O que preconizou adotar para enfrentar a hecatombe? O “kit-covid”. Azitromicina, ivermectina,
cloroquina. Um tratamento estapafúrdio que, além de ser ineficaz tem efeitos
colaterais que podem até levar a óbito. Foram gastos bilhões de reais na compra
desses inúteis medicamentos e, pior, os hospitais foram estimulados a
aplica-los como tratamento. VACINAS? Esforços contínuos para impedir a
aprovação pela Anvisa e, absurdo dos absurdos, tentativas de adquirir, a preços
superfaturados, a Covaxin, vacina produzida na Índia pelo laboratório Bharat
Biotech. A população,
quando havia oferta de vacinas aprovadas pela Anvisa acorreu em massa e os
índices de vacinação só não foram os preconizados devido à falta de vacinas na
quantidade suficiente. Fez-se o possível e o impossível para
dificultar a única arma eficiente que combate a disseminação do vírus e,
consequentemente as mortes.
Pela “Lei de Murphy “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior
maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.
Quando já se cogitava num possível arrefecimento da
pandemia, eis que surge, na África do Sul, uma variante de potencial
avassalador. O coronavírus teve uma nova variante identificada “B.1.1.529”, que já causa temores
globais devido às mutações genéticas. No total são 50 variações de vírus, sendo 30 na proteína “spike”, que o vírus utiliza para se
prender às células humanas.
Qual a maneira mais racional para minimizar a
propagação da nova variante? Restrição total do tráfego aéreo à África do Sul.
No momento, além da Alemanha, Áustria, Itália, Israel e Reino Unido já
impuseram restrições aos voos a partir da África do Sul.
E o Brasil, como reagiu? Incrivelmente, o governo
federal autoriza a entrada de estrangeiros, de qualquer nacionalidade, em todos
os aeroportos do Brasil. A medida foi publicada em edição extra do Diário
Oficial da União no dia 24 de novembro e prorroga, por 30 dias a restrição à
entrada de estrangeiros.
Esta foi a segundas travessia do Rubicão. Se na
primeira as consequências se contabilizaram em desperdício irresponsável de
dinheiro, a mais recente provocou e continuará provocando a perda de vidas
insubstituíveis. Perguntem aos familiares.
ÚLTIMA HORA – Estava digitando a coluna quando a televisão anunciou uma notícia
alvissareira:
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa)
publicou nota técnica nesta sexta-feira (26)
recomendando que o governo brasileiro adote medidas de restrições para voos e
viajantes vindos de parte da África, em decorrência da identificação de nova
variante do SARS-CoV-2, identificada como B.1.1.529.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado