“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
ILUMINISMO
Alguém pode ser contra a razão, a ciência, o humanismo
ou o progresso? Essas ideias precisam mesmo de defesa?
COM CERTEZA. A segunda década do século XXI viu a
ascensão de movimentos populistas autoritários em vez de democráticos,
desprezam especialistas que abrem os caminhos do conhecimento e têm saudade de
um passado que supõem ter sido idílico (antigamente se vivia melhor) em vez de
lutar por um futuro melhor. Afirmam que o destino da natureza humana não é o
progresso, é o declínio.
“Intelectuais” odeiam o progresso. Intitulam-se
“progressistas”, porém odeiam muito o progresso. NÃO OS FRUTOS DO PROGRESSO,
usam computadores que representam o suprassumo do progresso, por que não
recusam este progresso? Antibióticos, vacinas, anestesia, internet, etc.
representam o progresso e são usados à farta.
Lembro que sapateavam sobre as mesas da Assembleia do RS
contra a encampação da Telefônica. Na época não se conseguia adquirir um
telefone fixo, muito menos um celular sem recorrer a um “pistolão” e pagar
caro, muito caro pela intermediação. Contrassenso: observem fotos da época,
todos exibiam na cintura, celulares. Nunca esquecendo o ágio, ao redor de dois
mil e quinhentos dólares (adquiri um na época por necessidade) mais o preço da
transferênci e, pasmem, era declarado no Imposto e Renda.
As dificuldades e maracutaias necessárias para adquirir
um celular na época podem ser considerados um meio mais fácil, mais barato, que
entrar numa loja e sair com o aparelho habilitado como ocorre na ATUALIDADE?
Respondam os “intelectuais progressistas”.
A “Progressofobia” merece um capítulo especial na obra
de Steven Pinker: O “Novo Iluminismo” de onde recolhi dados.
A pergunta que não quer calar:
- A quem interessa a desqualificação da ciência?
Desconsiderando os parvos, que por sua pequenez em raciocinar regridem séculos
no conhecimento, até o tempo em que o terraplanismo era considerado
indiscutível. As religiões também terçam armas nesta luta perdida. E não deveriam,
a ciência não se antagoniza com a religião, pelo contrário, a complementa.
Em 27/07/2015 escrevi uma coluna cujo título: “Se Deus
não tivesse criado o homem”, na qual afirmo que “o homem se veria compelido a
criar Deus”. Dotado
de curiosidade observava o mundo, para ele incompreensível em muitos quesitos.
Instado pela insatisfação não se conformava com a ignorância.
Curiosidade+insatisfação = inconformidade. Como explicar um raio destruindo em
segundos uma árvore frondosa? Que ser tão potente o conseguia? Sem resposta
intuiu o primeiro deus, superpoderoso. Para cada mistério, um novo deus era
criado e o problema resolvido.
Dan Brown em se livro “Origem” (traduzido para o
português em 2017), na página 80 aborda de forma similar e cita a Grécia como a
culminância do politeísmo. Zeus, Vulcano, Minerva, Eros, Marte... e sobreveio a
ciência. Para cada mistério solucionado desaparecia um deus e, em seu lugar, o
conhecimento resplandecia. E assim continuará até chegarmos ao CONHECIMENTO
ABSOLUTO. A religião nos serve de arrimo, a ciência colabora e se alia. Juntas
nos permitem seguir na trilha que os crentes nos afirmam apontada pelo Criador,
os cientistas desbravam passo a passo e TODOS almejam a chegada ao conúbio
final, quando a criatura se incorporará ao Criador, como Ele planejou desde o
início. Quanto tempo levará? Irrelevante. Para um Ser Eterno o tempo não conta.
A religião quando comete erros os conserta. O Papa
João Paulo II, em 31/10/1992 reconheceu o erro cometido Tribunal Eclesiástico
ao condenar Galileu Galilei em 1633.
Em 13/03/2017 o Papa Francisco fez um dos seus
pronunciamentos que ficarão marcados na sua trajetória já tão impactante:
“Não é necessário crer em Deus para ser uma pessoa
boa.
De certa forma, a ideia
tradicional de Deus não está atualizada. Alguém pode ser espiritual, porém não
necessariamente religioso. Não é necessário ir à igreja e dar
dinheiro.
Para muitos, a natureza pode ser uma
igreja.
Algumas das melhores
pessoas da história não criam em Deus, enquanto que muitos dos piores atos se
praticaram em seu nome”.
Voltaire, pensador iluminista, anticlerical, poderia
ser incluído no contexto do Papa Francisco. É de Voltaire o texto a
seguir:
PRECE PELA TOLERÂNCIA
“Não é
mais aos homens que me dirijo.
É a Você, Deus de
todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos. Que os
erros agarrados à nossa natureza não sejam motivo de nossas calamidades. Você não nos
deu coração para nos odiarmos, nem mãos para nos enforcarmos.
Faça com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida
penosa e passageira. Que as
pequenas diferenças entre as vestimentas que cobrem nossos corpos, entre nossos
costumes ridículos, entre nossas leis imperfeitas e nossas opiniões insensatas
não sejam sinais de ódio e perseguição.
Que aqueles
que acendem velas em pleno dia para Te celebrar, suportem os que se contentam
com a luz do sol.
Que os que
cobrem suas roupas com um manto branco para dizer que é preciso Te amar, não
detestem os que dizem a mesma coisa sob um manto negro.
Que aqueles que dominam uma pequena parte desse mundo, e que possuem
algum dinheiro, desfrutem sem orgulho do que chamam poder e riqueza e que os
outros não os vejam com inveja, mesmo porque Você sabe que não há nessas
vaidades nem o que invejar nem do que se orgulhar. Que eles
tenham horror à tirania exercida sobre as almas, como também execrem os que
exploram a força do trabalho.
Se os
flagelos da guerra são inevitáveis, não nos violentemos em nome da paz.
Que todos os homens possam se lembrar que são irmãos”! (Voltaire)
Abram a cabeça, reflitam, acordem
os que resistem em reconhecer o valor da ciência para a humanidade. Os que
temem a ciência por preconceito, reflitam: “Teria o Criador permitido o
raciocínio humano se fosse contrário aos seus desígnios”?
No começo Deus criou os céus e a
Terra. A Terra era um vazio, sem nenhum ser vivente... Então Deus disse:
- Que a Terra produza todo o tipo de animais, cada um de acordo com a
sua espécie. E Deus viu que o que havia feito era bom. Aí Ele disse:
- Agora vamos fazer os seres humanos, que serão à Nossa Imagem e
Semelhança. Ele os criou homem e mulher e os abençoou dizendo:
- Tenham muitos filhos; espalhem-se por toda a Terra e a dominem. E
tenham poder sobre os peixes do mar, sobre as aves no ar e sobre os animais que
se arrastam no chão. E
assim aconteceu. E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom.
Esse trecho da Bíblia faz parte
do Livro do Gênesis, Capítulo 1, versículos de 1 a 31.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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