“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
A JUSTIÇA QUE BUSCAMOS
Num canto do ringue o “Garantista” incondicional,
defensor do cumprimento rigoroso dos ritos processuais; no canto oposto o
“Lava-jatista” aflito com a onda de esmorecimento da justiça ante a corrupção.
Soa o gongo e o combate inicia. O Lava-jatista ataca com uma série de golpes
usando inclusive alguns que são reclamados pelo oponente por considera-los
ilícitos. O Garantista revida atingindo as “práticas ilícitas” que o oponente
tenta defender por todos os meios com outras, também ilícitas. A luta prossegue por várias instâncias para
delírio dos espectadores que se posicionam aplaudindo seu favorito. Soa o gongo
e mais um round termina sem resultado definido...
Esta
paródia desnuda cruelmente o que passa nos altos escalões da justiça brasileira.
A população ansiosa por presenciar a punição dos corruptos e esses recorrendo
por todos os meios no sentido de defender seus “direitos constitucionais de
ampla defesa” e para tanto dispõem de fartos recursos para contratar as
melhores e mais caras bancas de advogados. Recursos esses muitas vezes havidos
de maneira pouco decorosa.
Winston Churchill certa vez afirmou: “o pior
combate é aquele em que ambas as partes estão certas e erradas”. Ninguém
propugna por um Estado policialesco – já os tivemos e não deixaram saudades –
no qual o direito de defesa de defesa do cidadão seja negado. Por outro lado, ninguém
suporta mais a enxurrada de acusações - comprovadas e impunes – desnudando a
corrupção e outros “malfeitos” que pululam pelos meandros das altas camadas.
Políticos oportunistas, intermediários “convenientes”, empresas inescrupulosas
vêm, despudoradamente achacando a nação e direcionando recursos limitados para
rechear bolsas sem fundo em poder dos corruptos-corruptores. E pior, vezes sem
conta contratos são financiados para obras executadas em países estrangeiros
com financiamento do BNDES a juros subsidiados, sem garantias de retorno.
Basta de conchavos, basta de arranjos, basta de acomodações e impunidade que tem lastro financeiro no BNDES e amparo, por vezes explícito, nas nossas lideranças.
Não é recente o descalabro, Machado de Assis já
deplorava: “o povo é bom em sua índole. Nossas elites são torpes e burlescas”.
O mundo não se apresenta em preto e branco, os tons
cinza predominam e cabe a nós escolher a tonalidade que ainda podemos suportar.
O nosso futuro e o das futuras gerações está sendo decidido agora, infelizmente
num ambiente conspurcado. Decida a quem apoiar, sempre lembrando: OS
INDIFERENTES SÃO ALIADOS DAQUELES QUE ABOMINAM.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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