Salvador da pátria nunca mais - coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 20/01/2018
http://www.litoralmania.com.br/salvador-da-patria-nunca-mais-jayme-jose/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
SALVADOR DA
PÁTRIA, NUNCA MAIS!
“A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NÃO É PARA
SERVIR PRIMEIRO OS GOVERNANTES, MAS, SIM, AOS GOVERNADOS”. (Steven Spielberg)
O ser humano se move pelo medo ou pela
ganância. O Estado deve impedir a exploração de uns por outros. A ganância não
deve se sobrepor, pelo medo que provoca, ainda mais quando é amparada pelo
aparato, seja qual for.
A renúncia parcial da liberdade individual em favor de um soberano
artificial, o Estado, concede a este o poder e o ônus para garantir a todos o
bem maior, a vida e a existência da civilização por meio de leis justas e
equitativas. A preservação da vida, acima de tudo, da propriedade privada e do
patrimônio secundariamente (são corolários interligados).
No Brasil, contrariando esses princípios, a exploração da
população pela classe política é contínua e descarada. Lideranças despreparadas
e inescrupulosas concentram-se em defender interesses particulares e imediatos;
serviços públicos assoberbados pela demanda universal são relegados a um segundo
plano e não é por outro motivo que deixam muito a desejar. Todo o esforço
despendido pela coletividade escoa pelo ralo e não havendo reciprocidade,
políticos, autoridades em geral e mesmo setores do judiciário são levados de
roldão pelo descrédito generalizado. Pensando bem, nem figuras carismáticas que
afirmam estarem representando os anseios da população sobrevivem no respeito popular.
Acabam chafurdando no opróbio.
Quando anos consecutivos apresentam um quadro desolador de
truculência, soberba, desperdício, corrupção (ativa ou passiva), um país que
poderia emergir como paradigma sucumbe, lamentavelmente, no lodaçal generalizado.
O presente não configura tranquilidade e o futuro se apresenta sombrio,
desesperançado.
E NÃO SERÁ UM “SALVADOR DA PÁTTRIA” QUE IRÁ REALINHAR O COMBOIO
NOS TRILHOS. Já nos apegamos a vários e os resultados foram desastrosos. Não
devemos, não podemos ressuscitar falastrões se quisermos que os nossos filhos e
os filhos de nossos filhos tenham uma vida digna de ser vivida.
Jânio Quadros com sua “vassourinha” (“Varre, varre vassourinha!
Varre, varre a bandalheira! Que o povo já tá cansado de sofrer dessa maneira”)
prometia varrer a corrupção. Fê-lo... para debaixo do tapete e renunciou após
uma tentativa fracassada de golpe para se eternizar. Outros, não é necessário
nominar, nos deixaram amargas recordações.
E continuam agindo tanto nos bastidores como no proscênio.
Bocage, poeta português, com seu poema “Nariz”, traz-me à lembrança o carpinteiro Gepeto e Pinóquio sua
criatura. O boneco tinha um nariz que crescia no ritmo de suas mentiras e era
repreendido pelo “Grilo Falante”, sua consciência.
Nariz, que nunca se acaba;
Nariz, que se ele desaba,
Fará o mundo infeliz;
Nariz, que Newton não quis
Descrever-lhe a diagonal;
Nariz de massa infernal,
Que, se o cálculo não erra,
Posto entre o Sol e a Terra,
Faria eclipse total! (Bocage)
Muito interessante a matéria.
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