Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 29/01/2018
http://www.litoralmania.com.br/nk-celulas-assassinas/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
NK – CÉLULAS
ASSASSINAS
Em coluna anterior (A digestão 1 –
15/08/2017) destaquei que uma Mercedes não pode ser comparada com um humano.
Ela é infinitamente mais simples, menos sofisticada, dependente para tudo,
inclusive manutenção e reparos. Um ser humano por sua vez, tem capacidade de
regeneração extraordinária. Arranhões, ferimentos, agressões externas e uso
indevido são resolvidos sem necessidade de profissionais, a não ser quando
ultrapassam limites perfeitamente delimitados.
Esta capacidade é devida ao sistema imunológico que protege o organismo contra doenças, é inato e dá resposta imediata a agressões. Em conjunto com outros fatores não apenas recompõe agressões como também aprende e aprimora suas potencialidades. Até certo limite consegue impedir o surgimento de doenças e, depois de instaladas, devolve a saúde ao organismo.
Esta capacidade é devida ao sistema imunológico que protege o organismo contra doenças, é inato e dá resposta imediata a agressões. Em conjunto com outros fatores não apenas recompõe agressões como também aprende e aprimora suas potencialidades. Até certo limite consegue impedir o surgimento de doenças e, depois de instaladas, devolve a saúde ao organismo.
Vamos abrir um capítulo para um grupo
de células, as NK, células assassinas, que têm como finalidade eliminar células
cancerígenas, por exemplo. É baseado nelas que a hematologista Lúcia Silla, do
Hospital de Clínicas, Porto Alegre, com a colaboração do técnico
norte-americano Dean Lee, desenvolve uma técnica que pode substituir o
transplante de medula óssea para combater a leucemia.
Os linfócitos NK (Natural Killer) são células matadoras naturais,
ou células assassinas e fazem parte de 10-15% dos linfócitos do sangue. São
células citotóxicas (tóxicas para as células) importantes na resposta precoce
às células tumorais e infecções virais. Elas destroem as células tumorais ou
infectadas por vírus. Este processo é chamado de resposta imune inespecífica,
pois não requer reconhecimento prévio ou qualquer memória imunológica.
As células NK são oriundas da medula óssea, possuem
tamanho ligeiramente maior que os linfócitos pequenos. Seu citoplasma é
caracterizado por grânulos citotóxicos que contêm potentes mecanismos que
destroem a célula-alvo. São ativadas precocemente em uma resposta imune e não
requererem sensibilização prévia. São
altamente eficientes em reconhecer e exterminar as células que apresentam
alterações ou são atacadas por vírus. As
células infectadas por vírus e as células cancerígenas são susceptíveis ao
ataque das células NK. As células normais não são destruídas pelas células NK.
Zero Hora, 14/09/2017 publica uma reportagem da qual
retiramos alguns tópicos: “Um tratamento promissor
para combater a leucemia, que pode eventualmente substituir, com maior eficácia
e segurança o transplante de medula óssea está sendo pesquisado no Rio Grande do
Sul. Fazendo uso de células NK, aplicadas por via injetável, essa forma
experimental de tratar o câncer vem apresentando resultados considerados
surpreendentes nos pacientes em que foi testada até agora e que já haviam
passado por outros tratamentos convencionais, como a quimioterapia. Um deles
teve uma recaída mesmo após um transplante de medula óssea.
O estudo está sendo desenvolvido no Brasil exclusivamente pelo Centro de
Tecnologia e Terapia do HCPA. A iniciativa é uma parceria com o MD Anderson
Cancer Center do Texas, nos Estados Unidos, onde foi desenvolvida uma
tecnologia pioneira de fabricação de células NK. A técnica ainda não foi
aprovada por órgãos de controle de medicamentos como a FDA (Food and Drug
Administration), agência reguladora americana, ou a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os
primeiros testes começaram em 2012, e agora o remédio, com nome comercial de
Kymriah, poderá ser usado em hospitais para o tratamento de leucemia linfoide
aguda. O custo estimado ainda é exorbitante: US$ 475 mil por paciente. A expectativa
é de que o tratamento com as células NK seja bem menos custoso após uso
generalizado.
Até agora
não encontramos câncer resistente a essas células, usamos essa tecnologia em
pacientes com câncer de ovário, de mama, tumores cerebrais. Os melhores
resultados foram em pacientes com leucemia, afirma Dean Lee”.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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