quarta-feira, 22 de março de 2017

O UNIVERSO ATRAVÉS DO TEMPO






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

O UNIVERSO ATRAVÉS DO TEMPO
Características essenciais do “homo sapiens” são a curiosidade e a insatisfação. A primeira o impele a perscrutar tudo o que acontece ao seu redor, o que as origina e as essências desses fenômenos. A insatisfação não permite que descanse enquanto não elucida o que desconhece. Cedo ou tarde descobrirá, ainda não chegamos ao conhecimento absoluto e talvez nunca o façamos, o certo é que jamais desistimos.
Na tentativa de explicar qual a natureza da matéria que constitui o universo, surgiram, desde os mais remotos tempos, várias teorias.
Uma delas foi a de que tudo o que existe era uma grande massa e portanto não existiam espaços vazios.
No século V a. C. o filósofo grego Empédocles aventava que tudo o que existe seria composto por quatro elementos: terra, fogo, ar e água. Era a teoria dos quatro elementos.    
Na mesma época, Demócrito e Leucipo acreditavam que as coisas do mundo eram feitas de unidades muito pequenas. Ao partir os objetos em pedaços cada vez menores, uma hora chegaremos a uma partícula tão minúscula que não poderá mais ser dividida: o átomo (indivisível em grego). A matéria seria formada por átomos justapostos sem espaços entre eles, numa massa compacta.
Em 1911, o cientista Rutherford aproximou um material que emitia partículas alfa sobre uma lâmina finíssima de ouro e observou que a maioria das partículas atravessou a lâmina e apenas algumas poucas eram detidas ou refletidas. Rutherford concluiu que os átomos não eram maciços e justapostos, mas núcleos pequenos, densos, eletricamente positivos, dispersos em grandes espaços vazios. Para explicar como, sendo o núcleo positivo, a lâmina era de natureza neutra, era necessário que partículas negativas orbitassem o núcleo. Vingou a teoria que os átomos eram semelhantes a sistemas solares em miniatura. O núcleo representaria o sol e os planetas os elétrons. Hoje sabemos que o tamanho dos átomos é de 10.000 a 100.000 vezes maior que o núcleo. Para termos um parâmetro do que significa, imaginemos um átomo do tamanho do Maracanã, o núcleo poderia ser representado por uma formiga saúva no centro do gramado 


É necessário ter em conta que a ciência está em constante evolução e o que estamos a estudar agora pode se revelar sob outra forma no futuro. Atualmente já não se concebe o átomo como indivisível e toda a teoria da radioatividade e consequências se baseiam nesse fato, mas isso já é outra história.
O conhecimento não se movimenta num movimento contínuo e uniforme, ao contrário, por vezes, quando julgamos ter alcançado um estágio quase definitivo, descobrimos novo patamar que se vislumbra na fímbria do horizonte. Ocorre frequentemente, a última quando se comprovou ser o átomo constituído por partículas ainda menores e, por consequência, uma nova perspectiva se apresentou: o aproveitamento da energia provinda da fissão e da fusão nuclear.
Em 1930, nos surpreendeu o conhecimento que tudo quanto supúnhamos fosse o Universo, não passa de 4% do existente. A “Energia Escura” e a “Matéria Escura” se apresentam como elementos principais. De certo modo é tão ou mais impactante quanto a teoria do átomo aventada no século V a. C. por Demócrito e Leucipo.


A matéria escura e a energia escura são soluções propostas para explicar alguns fenômenos gravitacionais, e, até onde sabemos, são coisas distintas.
Embora juntas respondam por mais de 95% do nosso universo, só sabemos de sua existência por meios indiretos, observando seus efeitos sobre o universo e tentando deduzir suas propriedades a partir deles.
A matéria escura foi proposta nos anos 1930 por Fritz Zwicky para explicar a diferença entre a massa gravitacional e a massa luminosa.
 A massa gravitacional de um objeto é determinada pela matéria nas galáxias que não emite luz. A massa luminosa é determinada pela soma de toda luz.
A matéria escura, aparentemente, é a responsável pela estrutura que vemos no universo, como as galáxias. É ela que “segura” estes objetos imensos impedindo que se desagreguem.
O Big-Bang, há 13,7 bilhões de anos originou a expansão do universo e acreditava-se que esta expansão iria diminuindo com o tempo, porém se comprovou que, ao contrário,  está se acelerando. A explicação aventada pelos cientistas é que a energia escura, além de contrabalançar os efeitos da matéria escura, consegue superá-la resultando desta disparidade de forças a expansão verificada.
Nossas melhores mentes estão trabalhando no problema e nossa melhor tecnologia está examinando o cosmos, e, por enquanto, não há outra explicação para os efeitos que observamos: a matéria escura e a energia escura são reais. A composição do universo, até onde sabemos é de, aproximadamente: 4% matéria normal, 26% matéria escura e 70% de energia escura.
Aguardemos novos conhecimentos, que certamente virão. Por enquanto assimilemos que aquilo que enxergamos não passa de uma diminuta porção do que realmente existe.  

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

Nenhum comentário:

Postar um comentário