Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 19/11/2.016
http://www.litoralmania.com.br/the-point-of-no-return-por-jayme-jose-de-oliveira/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
THE POINT OF
NO RETUR
Ao
longo de 93 anos, desde 1.923 até 05/02/2.016, data do último ajuste, houve um
contínuo aprimoramento na legislação previdenciária. As mudanças se sucederam,
atualmente é cogitada nova reforma. Durante todo esse tempo uma constante: o
desvio de verbas que deveriam... deveriam ser exclusivamente destinadas ao
caixa do sistema, para as mais diversas finalidades. Era tanto dinheiro
aportando que não sabiam o que fazer. Então começaram a gastar: vilas
populares, Brasília, ponte Rio/Niterói, Itaipu-Binacional, Companhia
Siderúrgica Nacional, Companhia Vale do Rio Doce, Companhia Hidrelétrica do Vale
do São Francisco, Transamazônica, rodovia Belém/Brasília, etc.
Se não
bastasse, carrear 20% de recursos das contribuições através do instrumento de
Desvinculação de Recursos da União (DRU). Nos últimos 10 anos estima-se um
montante de recursos superior a R$ 400 bilhões.
Pior
que usar recursos de aposentadorias para financiamentos de obras públicas é que
jamais houve o menor retorno aos cofres da Previdência.
E TUDO
FICOU POR ISSO MESMO.
Como
resultado, injusto para os beneficiários, do presente e futuros, afirma-se que
não há recursos para honrar os compromissos com pessoas que contribuíram ao
longo da vida para tanto. Alega-se com a maior desfaçatez que a Previdência é
deficitária. É lógico, os recursos que deveriam formar o fundo para lastrear
FORAM DILAPIDADOS.
Desvincula-se
o reajuste pelo salário mínimo aos beneficiários que o ultrapassam e a
tendência é o achatamento chegar ao ponto de transformar o INSS em fonte
pagadora apenas do piso previdenciário.
De
igual forma é injusto debitar aos aposentados rurais e anciãos com mais de 60
anos, esses obedecem a parâmetros rígidos e permitem um mínimo para uma
sobrevivência pobre, mas digna, nem de longe se aproximam da voracidade oficial
acima explicitada. Quantas aposentadorias corrigidas com equidade poderiam ser
honradas apenas com o que se dispendeu na construção da Itaipu-Binacional?
Agora,
infelizmente, chegamos ao “ponto de não retorno” (the point of no return). No
jargão aeronáutico é o ponto em que apenas resta combustível para completar o
voo, sem possibilidade de retorno. Também não pode ser acrescido nenhum
prolongamento na rota.
De
certo modo já ultrapassamos esse ponto, e pior, nem resta combustível para chegar
ao destino a menos que se utilizem artifícios como, por exemplo, aliviar o peso
da carga. Isso representa a diminuição dos pagamentos futuros e nenhum
acréscimo. Fator previdenciário, não reajuste equivalente aos concedidos aos
aposentados pelo salário mínimo, idade mínima para se aposentar, equalização de
todos pelo mesmo parâmetro, independente de cargo, sexo, se funcionalismo ou
regidos pela CLT. Urgem providências a serem incluídas numa reforma em
gestação, indigestas, porém indispensáveis. Se isso não for estabelecido em
poucos anos NINGUÉM TERÁ SEUS DIREITOS HONRADOS devido à absoluta falta de
verba.
Voltemos
ao início. O dinheiro que entrava era tanto que o governo “não sabia o que
fazer com ele”. Elementar meu caro Watson, criar um fundo para formar
lastro. Durante os primeiros 30 anos só havia aporte, exceto casos
fortuitos, como morte precoce, doença ou incapacidade – dispêndio? Quase zero.
Mas... isso não foi feito, sequer cogitado.
AGORA
NÃO ADIANTA CHORAR PELO LEITE DERRAMADO, APENAS CORRIGIR OS DESMANDOS PARA
EVITAR O CAOS.
Para
corrigir, remédios amargos, muito, foram e continuam sendo apresentados (PEC
241/55, reforma da previdência, etc.). Os que estimulam movimentos de protesto
não admitem, de forma nenhuma, perder “conquistas” que ajudaram a levar o país
à beira do abismo. E não só os da base da pirâmide, os encastelados no topo são
os que mais resistem... e têm “bala na agulha” para impor sua permanência nesse
topo. Os outros? Lixem-se.
Reproduzo
o pensamento do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES): “Esta proposta de
moralização do gasto público não é causa, é consequência, é efeito; não é
pecado, é penitência pelos pecados e crimes que foram praticados não contra o
governo, mas contra o povo brasileiro”.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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