Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" 12/10/2.016
http://www.litoralmania.com.br/o-sonho-de-icaro-3-jayme-jose-de-oliveira/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
O SONHO DE
ÍCARO 3 – AVIAÇÃO COMERCIAL
Podemos
considerar que o voo solo de Charles Lindberg em maio de 1.927, foi o nascedouro
da aviação civil. Ao atravessar o Atlântico sem escalas deixou patente que o
avião tinha potencial para se tornar rentável para uso civil, da noite para o
dia passou a atrair milhões de dólares em investimentos.
A companhia
aérea mais antiga, que até hoje atua, é a KLM holandesa.
O
impulso inicial, contudo, veio do governo dos Estados Unidos que em l.917
alocou US$ 1,9 milhão para
desenvolver uma linha postal experimental.
Henry
Ford, em 1.927, lançou seu próprio avião, o Ford trimotor feito de duralumínio.
Tinha 12 assentos e uma cabine suficientemente alta para se andar no corredor.
Os primitivos voos causavam enjoos por não
serem as aeronaves pressurizadas, a primeira que usou essa técnica foi a
Boeing, em 1.940.
Os
anos 1.930 são tidos como os de maiores avanços na história da aviação. A
refrigeração a ar dos motores (até então se usava água) reduziu o peso abrindo
caminho para os grandes e velozes aviões com instrumentos sofisticados e
comunicação por radiofrequência.
Foi
nessa década que a Boeing lançou o que é considerado o primeiro avião moderno,
o Boeing 247 com capacidade para 10 passageiros. Três anos depois a Douglas
Aircraft Corporation lançou o DC-3, bem mais lucrativo, com capacidade para 21
passageiros e motores mais potentes. Por permitir decolagens em pistas menores
e ser uma aeronave extremamente segura, foi amplamente comercializada em todo o
mundo.
O De
Haviland Comet, ou simplesmente Comet de origem inglesa foi o primeiro avião
comercial propulsionado por motores a jato fabricado no mundo. Inesperadamente,
em 1.954 um Comet se desintegrou em pleno ar, matando seus 35 ocupantes. Os
voos foram suspensos por algum tempo. Ao reiniciarem, uma segunda aeronave teve
o mesmo destino. Cabe aqui uma explicação: até então os aviões voavam a baixas
altitudes e onde a pressão atmosférica era semelhante à da superfície da terra
e não se exigia pressurização. Como os jatos necessitam voar a grandes
altitudes, a pressurização interna era imperativa, as consequências da
diferença entre o exterior e interior não tinham sido previstas no projeto dos
Comet e os aviões se transformaram em verdadeiras bombas voadoras. Bastava
surgir uma rachadura para que se desintegrassem em pleno voo. Descobriram
também que as janelas retangulares causavam pontos frágeis. A partir de então
os aviões passaram a ter janelas redondas com propósito de aliviar a tensão e,
consequentemente, diminuír o risco de fadiga metálica.
O
Comet serviu de lição para que os projetistas planejassem aviões a jato mais
confiáveis.
O que
iniciara como um sonho desvairado na cabeça de Charles Lindberg se tornou um
negócio capaz de movimentar US$ 700 bilhões por ano, transportando 3,5 bilhões
de passageiros em 2.015, prevendo-se 3.7 bilhões em 2.016. A aviação civil gera
32 milhões de empregos.
Na
próxima coluna abordaremos a aviação comercial moderna.
Dados
para esta coluna foram pesquisados na revista Superinteressante, edição 363-A e
no Google.
Ford trimoto
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