Coluna publicada em www.litoralmania.com.br em 02/09/2.016
http://www.litoralmania.com.br/certezas-duvidas-e-indignacao-por-jayme-jose-de-oliveira/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
DÚVIDAS,
CERTEZAS E INDIGNAÇÃO
O
final do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff deixa uma pletora
de estilhaços resultantes da implosão fragmentária da malha, já esgarçada, do
convívio há muito tempo fragilizado.
Algumas
dúvidas, preexistentes, serão ampliadas em número e amplitude. A lei rege com
isonomia situações similares ou, como George Orwell previu na sua obra “A
revolução dos bichos” os “mais iguais” esgueirar-se-ão impunes ou, no máximo,
com as asas chamuscadas? Vale para o presente e, muito mais preocupante, para
situações que ainda aguardam desfecho. Eduardo Cunha poderá embarcar na carona?
A lei
da ficha suja inibitória para candidatos continuará a viger ou, como o STF por
6 votos a 5 decidiu serão delegados indiscriminadamente poderes a vereadores,
deputados e senadores e, por conseguinte os executivos que tiverem maioria
também serão “mais iguais”?
Podem regimentos de casas legislativas se
sobreporem à Constituição Federal como ocorreu? O renomado jurista Ives Gandra
Martins discorda da dicotomia realizada: “Meu amigo Ricardo Lewandowski foi
infeliz em procurar interpretar o texto constitucional por regimento e não
regimentos pela Constituição Federal”.
Duvidas...
dúvidas... dúvidas... Lewandowski e Gandra Martins são juristas respeitados e,
se discordam frontalmente em assunto de tal relevância, o que resta para
embasar a convicção de leigos?
Poucas
certezas, sendo o esgarçamento das relações o mais proeminente. Definitivamente
a sociedade se fragmentou como um vaso de cristal espatifado. Os cacos
dificilmente serão realinhados e, se o forem, os sinais das gretas permanecerão
eternos. Mesmo no convívio familiar o ambiente que já era muitas vezes tenso,
assuntos pertinentes aos fatos passarão ser abordados com extremo cuidado para
não provocar maiores abalos e, quando o forem, o consenso não será fácil.
Muitas
indignações foram anexadas às preexistentes e o volume ameaça soterrar o que
resta de credibilidade nas instituições que deveriam ser a âncora que fixa e
estabiliza a sociedade. Deveriam...
Partidos
fazem plenamente jus ao nome: PARTIDOS. Deveriam ser monolíticos. A diversidade
deveria ocorrer pela pluralidade de programas e não oscilar de acordo com as
conveniências momentâneas. E não me refiro a nenhum partido em particular. A
todos, indistintamente.
Oxalá
às certezas não se alinhe a que se vislumbra na fímbria do horizonte, a
derrocada da economia, a desesperança, irmã siamesa do descrédito nos
responsáveis pelo destino da nação.
E NÃO
ADIANTA TROCAR SEIS POR MEIA DÚZIA.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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