“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
http://www.litoralmania.com.br/gemeos-de-pais-diferentes-por-jayme-jose-de-oliveira/
GÊMEOS DE PAIS DIFERENTES
Em 08/03/2.016 Litoralmania publicou uma notícia que deve ter provocado
até espanto:
CASAL DESCOBRE QUE FILHOS GÊMEOS TÊM PAIS
DIFERENTES
“Um casal do Vietnã resolveu
realizar testes de DNA nos filhos gêmeos, pois as crianças não eram parecidas
como o esperado. O temor era de que elas poderiam ter sido trocadas na
maternidade, mas o resultado surpreendeu a todos. Os bebês, de dois anos de
idade, são realmente de pais diferentes, mas da mesma mãe” (Litoralmania, 08/03/2.016).
É possível uma mulher ter filhos
gêmeos de pais diferentes? Embora raros, casos desse tipo passaram a vir à tona
com a popularização dos exames de DNA, solicitados quando a diferença acentuada
entre os gêmeos gera desconfiança (exames baseados na tipagem sanguínea, mesmo
com o fator RH de coadjuvante, não são confiáveis).
A chamada superfecundação
heteropaternal depende de uma conjunção de fatores para ocorrer. Em primeiro
lugar, é preciso que a mulher libere dois óvulos no mesmo ciclo menstrual. Em
segundo, ela deve ter relações com dois parceiros afetivos durante o período
fértil (que dura mais ou menos cinco dias). Por fim, é preciso que os
espermatozoides de ambos consigam realizar a proeza de fecundar os óvulos e que
ambos os embriões se desenvolvam adequadamente.
Há poucos casos desse tipo
registrados na literatura médica. Só a minoria vem a público, como o
da americana Mia Washington, divulgado pela rede de TV Fox 4
em 2009. Surpresa com a diferença entre os filhos gêmeos, ela decidiu fazer um
exame de DNA e descobriu que as chances de os irmãos serem do mesmo pai era
nula.
Não se sabe ao certo o que faz
uma mulher produzir mais de um gameta em um ciclo reprodutivo. Segundo o médico
especialista em reprodução humana Arnaldo Cambiaghi, da clínica IPGO, isso
acontece naturalmente, mas pode ser mais comum se a mulher estiver fazendo
tratamento com indutores de ovulação. Apesar disso, ele diz que nunca acompanhou
um caso de superfecundação heteropaternal.
É difícil estimar as
probabilidades da ocorrência de uma superfecundação heteropaternal. A liberação
de mais de um gameta por ciclo menstrual não é algo incomum, dada a quantidade
de gestações de gêmeos não idênticos, ou seja, dizigóticos que vemos por aí.
A incidência de gêmeos de
qualquer tipo na população geral é de um a cada 80 partos. Já as chances de os
gêmeos serem dizigóticos (bivitelinos ou "fraternos") dependem da
idade da mãe (quanto mais velha, maiores as chances), do número de partos
anteriores e de eventuais tratamentos para fertilidade, como explica o biólogo
Jerry Borges, professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e especialista
em embriologia.
Borges ressalta que há apenas 10%
de chances de um óvulo ser fecundado no período fértil e só uma parte desses
embriões consegue se implantar e se desenvolver.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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