sábado, 26 de março de 2016

RAMAIS EXISTEM





Coluna publicada - "www.litoralmania.com.br" - em 26/03/2.016.
Atenciosamete,
Jayme J.de Oliveira


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.


RAMAIS EXISTEM
Quando tudo parece se encaminhar, inexoravelmente, para um desfecho trágico, sempre há um ramal para reconduzir à zona do conforto. Conforto no sentido de satisfação, esperança, não de inoperância, conformismo. A corrupção (corruptos + corruptores) açambarcam as vias usuais? Procure-se um ramal.
Quando o advogado de um dos implicados afirma, tentando uma desesperada defesa: “Sem “pixuleco” não se assenta um paralelepípedo sequer” não expressa a verdade por inteiro. Ao afirmar não haver outro caminho que o toma-lá-dá-cá institucionalizado desconhece, desdenha e descrê que haja pessoas honestas e probas no Brasil.
Quem vivenciou muitos governos, desde Getúlio Vargas, sabe que uma instituição ao menos ajudou a construir a pujança do nosso país enfrentando a natureza inóspita, sem ser movida por “pixulecos”: o Exército Brasileiro. Hoje continua seu labor profícuo e, onde requisitado constrói, para desconformidade das grandes empreiteiras e dos que amealham fortunas com “consultorias” e outros quetais.
Outros ramais existem, usando-os podemos contornar descaminhos. É só procurar e, uma vez encontrados, contornar as “cascas de bananas” que serão espalhadas pelos inconformados.
Há ramais que auxiliam chegarmos ao destino. Há ramais que em vez nos fazer progredir nos embrenham em emaranhados por vezes intransponíveis, sempre conflituosos e diversionistas. Quando o juiz Sérgio Moro divulgou ligações telefônicas nas quais aparece a voz da presidente enveredou por um ramal errático. Errou segundo renomados juristas. Quando se pretende obstaculizar as investigações a pretexto de coibir um pretenso ato falho, abre-se um ramal ainda mais tortuoso ainda, que poderá levar  a um final indesejado pelos que propugnam pelo esclarecimento dos fatos: a blindagem dos responsáveis inequívocos não contribui em nada para uma solução pacífica, quanto mais consensual. Erram tanto ou mais que o jurisconsulto.
Quando há ocorrência simultânea de dois ou mais ramais, urge escolher o que melhor se coaduna ao prosseguimento da jornada. Não podemos errar.
EXÉRCITO AGILIZA OBRAS NO PAÍS E AS EMPREITEIRAS SE QUEIXAM

Depois de retardarem obras importantes para o país, as empreiteiras privadas criticam quando o Exército é acionado para garantir as obras prioritárias.
A eficiência, honestidade e a rapidez do Exército na execução de obras de construção e reforma pelo país estão incomodando as empreiteiras, que se queixam de “concorrência desleal” por parte da corporação.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) reclamou  em abril 2.015 da participação do Exército Brasileiro em obras desenvolvidas pelo governo federal. “O setor da construção civil não vê com bons olhos a atuação do Exército em obras como duplicação de estradas e construção de aeroportos. Não há necessidade de os militares assumirem obras desse tipo”, disse. “O Exército é hoje a maior empreiteira do país”, reclama também o presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias. Segundo ele, poucas construtoras no país têm hoje uma carteira de projetos como a executada pelos batalhões do Exército. No PAC, há 2.989 quilômetros de rodovias federais sob reparos, em construção ou restauração, com gastos previstos em R$ 2 bilhões. Destes, 745 quilômetros – ou R$ 1,8 bilhão – estão a cargo da corporação. “Isso equivale a 16% do orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes neste ano”, disse.

O general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, da Diretoria de Obras de Cooperação (DOC), do Departamento de Engenharia e Construção do Exército (DEC), rebateu as declarações dos representantes das empreiteiras e afirmou que “a atuação dos militares só ocorre quando é bom para o país e para a instituição”. O general declarou que “algumas das obras assumidas pelos militares eram consideradas prioritárias e estavam tendo problemas para serem tocadas pela iniciativa privada”. “A gente não pleiteia obras. Elas são oferecidas e aceitamos quando elas são importantes para o desenvolvimento do país e para nosso treinamento”, destacou. No auge das obras, 12 mil soldados atuaram na construção civil para o governo.

Ele lembra, por exemplo, que havia uma briga no consórcio vencedor da licitação para a duplicação da BR-101 e que as empresas fugiam do início das obras da transposição do São Francisco. A alegação para o retardamento do início das obras era que o canteiro ficava no polígono da maconha. O general conta que o Exército fez um trabalho social na área e que dois hospitais foram montados na região para atendimento à população.

MILITARES CONSTROEM OBRAS COM EFICIÊNCIA, ECONOMIA E RAPIDEZ

Jornal Opção acompanha a visita de chefe do Departamento de Engenharia de Construção (DEC) às frentes de serviços de recuperação de uma rodovia federal e de reconstrução de um aeroporto na Bahia
Militares inspecionam obras conduzidas pelo Exército em rodovia federal e aeroporto no Sul da Bahia
Frederico Vitor
De Caravelas, Bahia
“O trabalho honrado tudo ven­ce.” A frase do Visconde de Mauá é o lema do 11ª Batalhão de En­genharia de Construção (11º BEC), com sede em Araguari, na região do Triângulo Mineiro. A organização militar mantém a 1,5 quilômetro de sua sede, um efetivo de 300 homens que trabalham na reestruturação de um aeroporto e na construção e recuperação de trecho de 84 quilômetros da rodovia federal BR-418. As duas obras estão sendo executadas no município baiano de Caravelas, região Sul do Estado.
Desconhecido pela maioria dos brasileiros, o Exército possui larga experiência em construção, ampliação, reforma, adaptação, reestruturação e conservação de obras em todo o território nacional, empregando as mais avançadas tecnologias da área de infraestrutura. Seguindo um padrão gerencial de planejamento e de execução de obras, atualmente, a Força Terrestre atua em 25 projetos, sendo 9 inseridos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estão nas mãos de 12 batalhões de engenharia de construção espalhados por todo o País.
José Carlos Videira – São Joaquim (SC)
Batalhão de engenharia enfrenta frio e geologia para abrir estrada na serra catarinense. Obras de difícil execução servem de treinamento aos homens e colocam à prova máquinas e equipamentos do Exército Brasileiro.
Em tempos de paz, o Exército Brasileiro exercita sua tropa de oficiais engenheiros com obras voltadas para a comunidade, por intermédio de convênios com o próprio governo federal e com governos estaduais. Construções de ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, pontes e viadutos podem ser executados por unidades das forças armadas espalhadas pelo Brasil, muitas vezes, em regiões longínquas e em terrenos de difícil acesso. Entre essas unidades está a do 10º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), sediado em Lages (SC), que possui uma longa folha de serviços prestados e obras realizadas na região Sul do País. Um dos mais recentes e desafiadores trabalhos em execução pelo 10º BEC está o da construção e pavimentação da Rodovia SC-114, conhecida pelo nome de Rodovia Caminhos da Neve. A obra é feita por meio de convênio com o governo de Santa Catarina.
OBRAS DA ENGENHARIA DO EXÉRCITO EM CARAVELAS – 1min34seg



Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

segunda-feira, 21 de março de 2016

CATILINÁRIAS



PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.


http://www.litoralmania.com.br/catilinarias-por-jayme-jose-de-oliveira/

CATILINÁRIAS
A humanidade parece ter inserido em seu DNA alguns procedimentos que perpassam os tempos e se repetem ciclicamente. Alguns impulsionam a civilização para o destino que será atingido cedo ou tarde: o convívio pacífico, harmonioso e socialmente justo para toda a população. Ao contrário da “Utopia” de Thomas Morus, não haverá a uniformidade que se observa nas colmeias, afinal de contas os homens são idiossincráticos e se diferenciam individualmente. O que almejamos é uma vida digna para todos, cada qual com seu potencial atingido, dentro de suas potencialidades.
Outros, e Catilina não é exceção, comprazem-se em tirar vantagem em tudo – “Lei de Gerson” – e, quando por desídia, falta de talento ou de persistência não atingem seus objetivos, a falta de escrúpulos inerente em suas mentes deformadas apela para recursos escusos. Desde sempre e não sabemos até quando.
Em 63 a.C. Marco Túlio Cícero, o maior filósofo romano de todos os tempos, ocupava o posto de cônsul, cargo máximo do Senado. Descobriu que o senador Lúcio Catilina, arruinado por dívidas era o mentor duma conspiração que tramava tomar o poder e contava com o apoio de homens ricos e militares financeiramente arruinados.
Ao se inteirar desses planos, Cícero convocou uma reunião do Senado e pronunciou o primeiro dos quatro célebres discursos contra Catilina, que ficaram conhecidos como “Catilinárias”. A intervenção de Cícero se tornou um clássico da política e passou ser invocado ao longo dos últimos dois mil anos sempre que um homem público ou corporação atenta contra o interesse geral da população.
Por fim Cícero conseguiu sufocar a revolta de Catilina e deu uma sobrevida ao Império Romano.
“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem o temor do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Oh tempos, oh costumes!”
O primeiro e o último destes discursos foram dirigidos ao senado de Roma, os outros dois foram proferidos diretamente ao povo romano. Todos quatro foram compostos para denunciar explicitamente Lúcio Sérgio Catilina.
No ano seguinte o rebelde caiu, vindo a morrer no campo de batalha.
O Brasil atravessa uma fase conturbada de sua história, porém, como nos tempos de Cícero, não se antevê o futuro como uma tragédia irreversível. Pode-se avistar uma luz no fim do túnel.
Quando, e se, despirmos o intolerante manto do sectarismo e admitirmos que fomos e somos todos partícipes do descalabro que se instalou e se avoluma a passos largos, poderemos redirecionar a rota e nos desviarmos do iceberg ali adiante. Ao contrário do Titanic que soçobrou devido à falsa sensação de indestrutibilidade e à soberba do comandante, unindo esforços e batalhando ombro-a-ombro sem distribuir rasteiras, realinharemos não apenas a economia mas, principalmente, o conviver irmanados como têm preconizado incessantemente o Papa Francisco. Senão...


 
Cicero acusando Catilina no senado (Afresco de Cesare Maccari, século XIX)


segunda-feira, 14 de março de 2016

GÊMEOS DE PAIS DIFERENTES




PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.



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UOLGÊMEOS DE PAIS DIFERENTES
Em 08/03/2.016 Litoralmania publicou uma notícia que deve ter provocado até espanto:
CASAL DESCOBRE QUE FILHOS GÊMEOS TÊM PAIS DIFERENTES

“Um casal do Vietnã resolveu realizar testes de DNA nos filhos gêmeos, pois as crianças não eram parecidas como o esperado. O temor era de que elas poderiam ter sido trocadas na maternidade, mas o resultado surpreendeu a todos. Os bebês, de dois anos de idade, são realmente de pais diferentes, mas da mesma mãe” (Litoralmania, 08/03/2.016).
É possível uma mulher ter filhos gêmeos de pais diferentes? Embora raros, casos desse tipo passaram a vir à tona com a popularização dos exames de DNA, solicitados quando a diferença acentuada entre os gêmeos gera desconfiança (exames baseados na tipagem sanguínea, mesmo com o fator RH de coadjuvante, não são confiáveis).
A chamada superfecundação heteropaternal depende de uma conjunção de fatores para ocorrer. Em primeiro lugar, é preciso que a mulher libere dois óvulos no mesmo ciclo menstrual. Em segundo, ela deve ter relações com dois parceiros afetivos durante o período fértil (que dura mais ou menos cinco dias). Por fim, é preciso que os espermatozoides de ambos consigam realizar a proeza de fecundar os óvulos e que ambos os embriões se desenvolvam adequadamente.
Há poucos casos desse tipo registrados na literatura médica. Só a minoria vem a público, como o da americana Mia Washington, divulgado pela rede de TV Fox 4 em 2009. Surpresa com a diferença entre os filhos gêmeos, ela decidiu fazer um exame de DNA e descobriu que as chances de os irmãos serem do mesmo pai era nula.
Não se sabe ao certo o que faz uma mulher produzir mais de um gameta em um ciclo reprodutivo. Segundo o médico especialista em reprodução humana Arnaldo Cambiaghi, da clínica IPGO, isso acontece naturalmente, mas pode ser mais comum se a mulher estiver fazendo tratamento com indutores de ovulação. Apesar disso, ele diz que nunca acompanhou um caso de superfecundação heteropaternal.
É difícil estimar as probabilidades da ocorrência de uma superfecundação heteropaternal. A liberação de mais de um gameta por ciclo menstrual não é algo incomum, dada a quantidade de gestações de gêmeos não idênticos, ou seja, dizigóticos que vemos por aí.
A incidência de gêmeos de qualquer tipo na população geral é de um a cada 80 partos. Já as chances de os gêmeos serem dizigóticos (bivitelinos ou "fraternos") dependem da idade da mãe (quanto mais velha, maiores as chances), do número de partos anteriores e de eventuais tratamentos para fertilidade, como explica o biólogo Jerry Borges, professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e especialista em embriologia.
Borges ressalta que há apenas 10% de chances de um óvulo ser fecundado no período fértil e só uma parte desses embriões consegue se implantar e se desenvolver.





Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

terça-feira, 8 de março de 2016

PETROBRAS




http://www.litoralmania.com.br/petrobras-por-jayme-jose-de-oliveira/

PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

PETROBRAS - 08/03/2.016
Em direção contrária à do governo Dilma Rousseff o PT vai desencadear uma campanha nacional contra o projeto que retira da Petrobras a exclusividade na operação de exploração do pré-sal e desobriga a empresa de exercer o direito e obrigação de 30% de participação em TODOS os poços perfurados.
O PT convoca a militância a se engajar numa campanha em defesa da Petrobras, do regime de exploração de partilha e contra o projeto apresentado pelo senador Serra que abre a exploração do pré-sal às empresas multinacionais.
Embora ex-integrantes da cúpula do PT sejam investigados pela operação Lava-Jato por participarem no bilionário esquema de corrupção da estatal, o partido afirma: “construímos uma empresa forte, capacitada tecnologicamente e presente em todo o território nacional”.
Alguns dados entram em desacordo com a assertiva, principalmente se analisarmos o declínio verificado nos últimos anos:
21/05/1.988: Valor de mercado – R$ 510,3 bilhões;
02/01/2.016: Valor de mercado – R$ 73,7 bilhões;
diferença para menos: R$ 436,7 bilhões;
decaiu da 12ª para a 416ª posição entre as maiores empresas do mundo. (Correio do Povo, 05/01/2.016)
Além disso, o texto defende as empresas envolvidas no escândalo, alegando que suas atividades foram inviabilizadas pela operação Lava-Jato.
“Temos de recuperar a Petrobras, a indústria naval e as empresas fornecedoras, restabelecer condições operacionais e CREDITÍCIAS dessas empresas abaladas pela operação Lava-Jato, que paralisou o setor”. (Correio do Povo, 28/02/2.016)
A empresa criada por Getúlio Vargas em 1.953 se comprometeu a investir R$ 212,3 bilhões entre 2.010-2.014 para elevar a produção e tornar o pré-sal uma realidade. Desde que realizou o aumento de capital em 2.010, porém, deixou de ser a 12ª para se tornar a 416ª empresa do mundo, segundo a Revista Forbes.
No novo modelo – o regime de partilha – a Petrobras passou a ter a obrigatoriedade de operar no mínimo 30% de cada campo de petróleo aberto. A medida adotada tem como efeito colateral um excessivo endividamento da estatal, que chegou à posição de detentora da maior dívida do mundo, com uma marca que não para de crescer: saindo de R$ 115 bilhões em 2.010 para os R$ 512 atuais.
É preciso entender por que um engenho de tal porte e ramificações desceu a esse ponto. Só vamos sair dessa se compreendermos como entramos. Não vai adiantar apenas indignação. Há de haver reflexão e reconhecimento.



Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 4 de março de 2016

DETOX






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”

DETOX
O nosso corpo é um organismo maravilhosamente formulado. Evoluiu constantemente e consegue superar muitas das vicissitudes a que é submetido. Adaptou-se aos mais diversos climas e resiste a substâncias e micro-organismos potencialmente letais. Denomina-se mitridatismo esta capacidade. Infelizmente nos descuidamos e seguidamente o afrontamos com hábitos, modismos e o agredimos com vícios – fumo, bebidas, drogas, vida desregrada.
Entre os hábitos deletérios, a procura do “corpo perfeito” induz muitos a dietas esdrúxulas que só produzem efeito a curto prazo. Ao longo do tempo resultam em prejuízos, às vezes permanentes.
Houve época em que a gordura, principalmente em crianças, era sinal de saúde, hoje sabemos que a obesidade mórbida é o resultado final duma alimentação desbalanceada. Anorexia e bulimia conduzem ao extremo oposto.
No afã de conseguir o “peso ideal” as mais diversas dietas foram preconizadas, a maioria desaconselhada por médicos e nutricionistas.
Atualmente o “DETOX” está na moda. Prateleiras de supermercados exibem, a preços abusivos, sucos elaborados com frutas e vegetais diversos, aparentam ser uma boa opção para perder peso, mas o mito do “DETOX” é uma armadilha que pode comprometer a saúde. É uma dieta baseada no consumo EXCLUSIVO de sucos, frutas, hortaliças e outros vegetais. Substituem as refeições, inclusive as mais importantes, como o café da manhã, almoço e jantar. A falta de ingredientes: proteínas, gorduras, minerais como o ferro e o zinco, essenciais para o bom funcionamento do organismo, representam risco para quem apenas objetiva a perda de peso. Para emagrecer não existe milagre, então fica o seguinte: o que eu quero? Perder peso, ou perder peso com saúde? Isso deve ser criteriosamente avaliado.
A dieta “DETOX” também promete eliminar toxinas, função que no organismo o fígado realiza. Quebra essas substâncias indesejáveis que, após perderem parte de sua toxicidade são descartadas principalmente pela urina e fezes. Quem tem intestino, fígado e rins saudáveis não precisa suco verde. Uma dieta desbalanceada provoca deficiências nutricionais que podem desencadear anemia e disfunções hormonais, entre outros danos ao organismo. A melhor maneira de perder peso continua sendo a prática de exercícios físicos aliada a um cardápio equilibrado e variado. Que seja composto de todos os grupos: frutas, verduras, hortaliças, leguminosas, carnes, ovos e laticínios.
Recomenda-se a ingestão de sucos naturais, sem conservantes, que podem incluir frutas – laranja, limão, abacaxi, moranguinho, maçã, pera; verduras – couve, salsa; aveia em flocos. Não adicione açúcar, use adoçante e, fundamental: NÃO COE, AS FIBRAS DEVEM SER PRESERVADAS. Com esses e outros ingredientes, é possível um rodízio variado. Pessoalmente preparo dois litros para consumir durante o dia. Além de ser complemento alimentar, previne a desidratação.


  Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado