terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O GRANDE ESCOADOURO




PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

O GRANDE ESCOADOURO
Ao deparar com a coluna de Rogério Mendelski no Correio do Povo (23/11/2.014) relacionando os financiamentos que o Brasil concedeu nos últimos anos a países estrangeiros para empreiteiras brasileiras executarem: portos, hidrelétricas, metrôs, estradas, aquedutos, pontes, barragens, aeroportos, BRTs, purificação de água, aviões, ônibus, etc. ... alguns com remotas chances de pagamento, fico imaginando o quanto seriam úteis essas obras se realizadas no Brasil. Ah, as empresas encarregadas de realiza-las poderiam fazê-lo aqui, proporcionando milhares de empregos para brasileiros. As probabilidades de calote também seriam minimizadas.
Lembrei uma declaração de Lênio Streck, procurador aposentado do RS e professor da Unisinos, São Leopoldo:
Só não sabemos se  o governo não se esforça porque sabe que a sociedade não cobra ou se a sociedade não cobra porque sabe que o governo é lento”.
OBRAS FINANCIADASPELO BRASIL E EXECUTADAS POR EMPREITEIRAS BRASILEIRAS... NO EXTERIOR.
Porto Mariel (Cuba): U$ 957 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica de San Francisco (Equador): U$ 243 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica Manduriacu (Equador): U$ 124,8 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica Chagila (Peru): U$ 1,2 bilhão – Odebrecht;
Metrô cidade do Panamá (Panamá): U$ 1 bilhão – Odebrecht:
Autopista Madden-Colón (Panamá): U$ 152,8 milhões – Odebrecht;
Aqueduto Chaco (Argentina): U$ 180 milhões – OAS;
Soterramento do Ferrocarril Sarmiento (Argentina): U$ 1,5 bilhão – Odebrecht;
Linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas (Venezuela): U$ 732 milhões – Odebrecht;
Ponte sobre o rio Orinoco (Venezuela): U$ 1,2 bilhão – Odebrecht;
Barragem de Moamba Major (Moçambique): U$ 460 milhões – Andrade Gutierrez;
Aeroporto de Macala (Moçambique): U$ 200 milhões – Odebrecht;
BRT da capital Maputo (Moçambique): U$ 220milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica de Tumarín (Nicarágua): U$ 1,1 bilhão – Queiroz Galvão;
Projeto Hacia el Norte-Rurrenalbaque-El-Chorro (Bolívia): U$ 199 milhões – Queiroz Galvão;
20 aviões (Argentina): U$ 595 milhões – Embraer;
127 ônibus (Colômbia): U$ 26,8 milhões – San Marino;
Com valores não informados:
Abastecimento de água na capital peruana – Projeto Bayovar (Peru): Andrade Gutierrez
Renovação de gasodutos em Montevidéu (Uruguai) – OAS;
Via Expressa Luanda-Kifangongo (Angola): Queiroz Galvão.
Acresçamos a esses montantes os perdões às dívidas de países africanos e obras posteriormente realizadas, financiadas pelo BNDES.
O “Petrolão” é a “cereja do bolo”, não admira que não consigamos honrar o compromisso com o superávit primário.
Já dizia que é uma rede que extrai da nação tudo o que pode. E a sociedade submissa se adapta”. (Raimundo Faoro, presidente da OAB de 1.977-1.979, em “Os Donos do Poder”)
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


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