segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA

 

PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA

Michael H. Hart, autor do livro “The 100: A Ranking of the Most Influential Persons in

History”, escrito em 1978, é uma classificação das 100 pessoas que mais

teriam influenciado a história da humanidade. Hart enfatiza na introdução

do livro que faz uma classificação dos personagens conforme sua

influência pessoal na história do mundo. Segundo o autor, a primeira da

lista é o fundador do Islamismo, Maomé. Hart

afirma que embora isso surpreenda alguns e seja questionado por

outros, alega que Maomé o único homem extremamente bem sucedido

nos campos secular e religioso. Sua influência pessoal, segundo o autor,

foi maior que a de Jesus no Cristianismo.

Permito-me discordar de Hart e de sua classificação. Comparando como

Cristianismo, que é a maior religião do mundo, com 2.106.962.000 de

seguidores. O islamismo possui, segundo a última verificação,

1.283.424.000 fiéis. É a segunda maior em números e a religião que

mais cresce no mundo. Até o fim do século os muçulmanos irão superar

os cristãos como o maior grupo de religiosos do planeta mostra a

pesquisa, se este ritmo de crescimento permanecer. O estudo foi

conduzido pelo Pew Research Center de pesquisas, baseado nos

Estados Unidos. O estudo é parte de uma análise maior sobre o assunto,

publicado em 2015. Segundo a pesquisa o islamismo cresce em um

ritmo mais rápido que outras religiões por conta de dois fatores: taxa de

fertilidade, que é a estimativa da quantidade de filhos que uma mulher

tem até o fim de seu período fértil (3,1 filhos ante 2,3) das mulheres de

outras religiões.

Apesar dessa tendência continuo afirmando que Jesus, também

chamado Jesus de Nazaré, um profeta e líder religioso, figura central do

cristianismo, recebeu o título de Cristo, em grego “ungido” por aqueles

que O reconhecem como enviado de Deus. A data precisa do

nascimento de Jesus não é referida na Bíblia, assim, o dia 25 de

 

dezembro foi escolhido pelos romanos, depois da cristianização do

Império Romano.

Maomé e Jesus, sendo as origens das duas maiores religiões existentes

no mundo, como posso me alçar a considerar Cristo mais significativo

que Maomé na história da civilização?

É simples: O CALENDÁRIO QUE PREDOMINA NO PLANTE TERRA, O

CALENDÁRIO GREGORIANO, É DICOTOMIZADO PELO

NASCIMENTO DE CRISTO. A HISTÓRIA SE SUBDIVIDE ENTRE

ANTES DE CRISTO (a.C.) E DEPOIS DE CRISTO (d.C.)

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sábado, 16 de dezembro de 2023

PROMETEU

 

 

PROMETEU

A mitologia grega foi criativa e forneceu explicações palatáveis para os mistérios que de outro modo seriam insondáveis. Deuses, semideuses, heróis e toda a sorte de personalidades foram por ela criados e a curiosidade humana satisfeita.

PROMETEU foi o responsável pela criação da espécie humana, na Terra apenas existiam plantas e animais. Prometeu criou o homem a partir do barro, tendo como modelo a forma dos deuses. Atena, deusa da Sabedoria acrescentou-lhe a alma, o sopro divino que o diferenciou. Prometeu ensinou ao homem os ofícios que lhe permitiram sobreviver e prosperar. Para complementar sua obra, entrou no Olimpo, a morada dos deuses, roubou o fogo e o cedeu aos homens. Zeus, o deus máximo, se irritou com a evolução daí decorrente, planejou se vingar tanto dos homens como de Prometeu, seu criador, foi acorrentado a um rochedo e Zeus enviou uma águia para lhe devorar o fígado diariamente, que se regenerava durante a noite.                                                                      Anos passaram e a águia seguia devorando o fígado de Prometeu, que permanecia acorrentado. Um dia, o centauro Quiron resolveu salvá-lo, libertando-o das correntes e matando a águia com um arremesso certeiro de flecha.

Este mito representa o surgimento da intelectualidade, representada pelo fogo que ilumina as pessoas e lhes dá o poder de dominar os seres vivos do planeta. O fogo continua sendo o símbolo que a humanidade utiliza para a busca sem cessar da sapiência dos deuses e muitas religiões vaticinam que um dia chegaremos lá. Júlio Verne, profeta, asseverou: “Tudo o que um homem pode imaginar, outros homens poderão realizar”. Robert Oppenheimer, o Prometeu Americano, à frente do Projeto Manhattan, que criou a bomba atômica, trouxe ao homem o próprio Raio de Zeus e o mundo nunca mais foi o mesmo. Esta arma terrível apressou o término da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) ao fulminar as cidades de Hiroshima e Nagazaki. Litle Boy e Fat Man causaram 215 mil mortes imediatamente e o lançamento das bombas nucleares sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki gerou consequências catastróficas, que perduram até hoje devido à exposição às radiações. Muitos dos sobreviventes desenvolveram diversos tipos de câncer. Os filhos de sobreviventes nasceram com mutações genéticas graves.                                                                                            Os japoneses não teriam se rendido sem a ocorrência dessas hecatombes. No encerramento do filme “Oppenheimer”, dirigido por Christopher Nolan o diretor disse: “Criei uma arma que pode destruir o mundo”.

O macartismo tem suas origens no período da História dos Estados Unidos que durou de 1950 a 1957 e foi caracterizado por uma acentuada repressão política aos comunistas, assim como uma campanha de medo à influência deles nas instituições estadunidenses e à espionagem por agentes da União Soviética. Foi criado para descrever a campanha anticomunista promovida pelo senador republicano Joseph McCarthy, do Wiscosin. Logo extrapolou suas finalidades para um excesso de iniciativas similares, algumas imprudentes e pouco fundamentadas. Durante a vigência do macarthismo milhares de americanos foram acusados de serem comunistas ou simpatizantes. Muitas pessoas tiveram suas carreiras destruídas.

Em 1954, Oppenheimer foi acusado de ser comunista e até mesmo de ser espião soviético. Sabemos que, de 1930 a 1943, era simpatizante e o fato de se arrepender de ter ajudado a criar a bomba atômica e, preocupado com a escalada armamentista mundial, ter se tornado defensor do controle mundial de armas nucleares contribuiu para a perseguição que sofreu no país. Encarava a bomba de hidrogênio de maneira crítica, considerando que poderia levar a humanidade, ou ao menos uma parte dela, ao extermínio.                                                                                               George Kenan, veterano diplomata e embaixador, pai da política de contenção americana no pós-guerra contra a União Soviética, amigo e colega de longa data de Oppenheimer ressaltou que ele seria bem recebido em centenas de centros acadêmicos no exterior, perguntou-lhe se não havia pensado em fixar residência em outro país.  Retrucou, com lágrimas nos olhos: “Droga, acontece que eu amo este país”.

Com a frase: “Agora eu me tornei a Morte, destruidor de mundos”, Oppenheimer demitiu-se do Projeto Manhattan. Dois anos depois foi eleito presidente da Comissão para Energia Atômica estadunidense, cargo que exerceu até 1952, em plena Guerra Fria.

Devido à sua antiga vinculação com os comunistas, por ser um forte defensor do banimento total das armas nucleares e um opositor à criação da bomba de hidrogênio, foi uma das vítimas da “caça às bruxas”. Entre abril e maio de 1954, após 19 dias de audiências secretas, a Comissão de Energia o físico teve bloqueadas  as credenciais o que levou ao fim sua carreira científica. Por pouco escapou do destino dado ao casal Julius e Ethel Rosemberg, que foram executados em 1953, após serem condenados por espionagem. As acusações foram em relação à transmissão de informações sobre a bomba atômica para a União Soviética.

A partir de 1959 exilou-se e viveu na ilha de Saint John (Ilhas Virgens) com sua filha Toni e sua mulher Kitty.

Foi condecorado pela França como oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra em setembro de 1957 e, a 3 de maio de 1962, pela Royal Society da Inglaterra.

Os últimos anos de sua vida foram dedicados à reflexão sobre os problemas surgidos da relação entre a ciência e a sociedade. Morreu de câncer na garganta aos 62 anos de idade, em 1967.

A ironia da odisseia de Oppenheimer foi que uma vida dedicada à justiça social, à racionalidade e à ciência acabaria por se tornar uma metáfora para a morte em massa sob uma nuvem em forma de cogumelo.

FOI O PROMETEU AMERICANO.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


GASTOS PÚBLICOS

 

 

GASTOS PÚBLICOS

Como resultado dos gastos públicos sem controle na Argentina nos últimos governos, o presidente eleito Milei receberá uma inflação anual de 142,7% e afirma que será necessário um “tratamento de choque”.

Lembramos que o Brasil passou, antes do Plano Real de FHC por uma hiperinflação de 2.708,7%. As últimas deliberações do governo Federal parece que estão nos retroagindo rumo ao abismo financeiro. O líder da Câmara, José Guimarães (PT-CE) afirmou no dia 9 de dezembro que deve haver um déficit orçamentário no ano de 2024 se for preciso. Acompanhem o argumento no qual se baseia a declaração do deputado: “A busca de zerar o rombo das contas públicas pode fazer com que o PT perca as eleições municipais”. Concordando com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, presidente do PT: “Se tiver de fazer déficit, nós vamos fazer porque senão a gente não ganha eleição em 2024”. Gleisi e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discordam sobre o rumo da política econômica do governo. Haddad disse que “não é verdade” que o déficit público gera crescimento. Não existe esta correspondência, não é assim que funciona a economia – declarou.

Convenhamos, se o próprio Ministro da Economia que a criação de um déficit melhora a economia, será uma ignomínia provoca-lo com o único objetivo de vencer eleições.

O Brasil e os brasileiros sofrerão as consequências.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


ARMAS E MUNIÇÃO

 


 ARMAS E MUNIÇÃO

O Governo Federal, pelo Decreto 11.764, publicado no Diário Oficial de 01/11/2023, alterou a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e assemelhados. Revólveres, pistolas, carabinas, spray de pimenta e outros equipamentos passam a ter alíquota de 55%, cartuchos, 25%. O governo estima uma arrecadação que alcançará R$ 342 milhões em 2024; R$ 377 milhões em 2025; R$ 414 milhões em 2026.

A ação de dificultar a posse de armas de fogo pela população civil já foi objeto de plesbicito em 2015, visa o desarmamento da população civil e o recadastramento das armas permitidas em circulação, informou em nota a Presidência da República. A bancada da bala na Câmara de Deputados critica o decreto e o residente da bancada, Alberto Fraga (PL-DF), apresentou um projeto para sustar a decisão do presidente Lula. “Eles querem evitar que a população compre armas para se defender e à sua propriedade, disse Fraga”.

Para um governo que tem sua atenção voltada para a população das classes de menor renda é um despautério inviabilizar monetariamente a aquisição e registro de ARMAS DEFENSIVAS. As classes mais abonadas “tiram de letra” este empecilho proposto pelo Decreto 11.764.

O que diz a Constituição sobre posse e uso de armas de fogo? O Art. 5º da CF, no inciso LXXIX estipula: “Fica assegurado o direito de propriedade sobre armas de fogo, bem como seu registro e seu uso para defesa pessoal, atividades esportivas e colecionismo”. A legítima defesa deve ser reconhecida é a garantia de uma sociedade justa, que não tolera a agressão e defende a paz. Nos termos do Art. 25 do Código Penal entende-se por legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente ou de outrem. Também é legítima defesa a ação do policial que repele agressão ou risco de agressão de uma vítima mantida como refém.  Os policiais podem atirar contra um veículo para evitar que o próprio ou terceiros tenham sua integridade ameaçada. Resumidamente estas são as bases da legítima defesa própria ou de outrem.

Não é a primeira vez que o Governo Federal, sob a presidência de Lula, tenta dificultar, até obstaculizar o direito da legítima defesa via aquisição, registro, porte e uso de arma de fogo. O plebiscito de 23/10/2005 teve como resultado a desaprovação da população brasileira à tentativa, com os seguintes resultados:                                                                                             GERAL – NÃO: 63,94%, SIM: 36,06%;                                                                         REGIÃO SUL – NÃO: 71,59%, SIM: 71,59%;                                                                    RIO GRANDE DO SUL – NÃO: 86,83%, SIM: 13,17%.

Depois de votar pelo SIM, à tarde, em São Paulo, o Ministro da Justiça, Márcio Tomaz Bastos, já se preparava para reconhecer a derrota (o resultado apontando o SIM significaria proibir armas e munição). O ministro Márcio Tomaz Bastos afirmou, desconsiderando o resultado do plebiscito proposto pelo Governo Federal: “Se der o NÃO, nós vamos continuar da mesma maneira fiscalizando rigorosamente e o controle das armas vai continuar sendo um bem para o Brasil”.

A frente parlamentar vitoriosa com o resultado maciço do NÃO foi coordenada pelo ex-governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP) e pelo deputado Alberto Fraga (PFL-DF), centrou sua campanha no direito da autodefesa da população, considerando a fragilidade da Segurança Pública. “A discussão não é o desarmamento, é a proibição da venda de armas e munição para o cidadão de bem. Disse Fleury. SERIA DESARMAENTO SE ESTENDIDO A TODOS, INCLUSIVE AOS BANDIDOS, COM EFETIVIDADE E PERTINÁCIA”.

O princípio avocado para desconsiderar o plebiscito se baseava na convicção de que, desarmando a população a ocorrência de homicídios declinaria substancialmente. Pois bem, a estatística de ocorrências realizada entre 2005 e 2015 apresentou um AUMENTO de 29%. O Governo Central desconsiderou o resultado das urnas, tudo feito à socapa, deixando um travo amargo na boca da maioria da população. Poderíamos parodiar Cícero, senador romano há mais de dois mil anos. Nas Catilinárias verberou Catilina: “Quousque tandem abutere patientia mostra”? (Até quando abusarás da nossa paciência?)

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado