“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
FINANCIAMENTOS
SUBSIDIADOS PELO BNDES
O impacto das operações com taxas subsidiadas vai ser
maior ou menor a depender do volume de recursos que serão oferecidos pelo BNDES
– disse Aldo Mendes, ex-diretor do Banco Central.
Se ampliar muito o volume do crédito subsidiado,
haverá redução do poder da política monetária e isso vai requerer juro real
mais alto afirmou Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC.
Alexandre Abreu, novo diretor do BNDES sinalizou a
possibilidade de o banco reajustar o volume de desembolsos do atual índice de
0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para algo em torno de 2%.
O presidente Lula que, em sua primeira viagem
internacional como chefe de Estado disse o banco voltará a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas
brasileiras no exterior. O tamanho da janela de crédito subsidiado
(emprestado a uma taxa menor do que os juros praticados no mercado) altera o
alcance da política monetária. (Zero Hora, 6/2/23)
Em vigor há dois anos, a autonomia do Banco Central
(BC) foi um avanço institucional que deve ser defendido. Ao voltar a criticar
essa dependência, Lula reaviva temores ainda presentes na memória dos
brasileiros. A farra dos financiamentos em obras no estrangeiro deixou
cicatrizes permanentes em nossa economia e compromissos financeiros para várias
gerações.
Felizmente o mandato fixo de quatro anos para o
presidente do BC impede maiores arroubos. É uma prática alinhada às melhores
experiências adotada por países como os Estados Unidos, Reino Unido, Coreia do
Sul, Japão e muitos mais. Permite manter a inflação sob controle com a
modulação da taxa Selic.
Quando objetivos políticos do governo levaram a uma
redução artificial dos juros ocorreu o desastre econômico no período 2015-2016.
Ninguém ganha com uma crise política entre o
Planalto e o BC, estaria levando o país a uma recessão por motivação política.
Ninguém duvida que o juro de 13,75% ao ano é
altíssimo, mas é necessário reduzi-lo de maneira sustentável. Lula pode
colaborar evitando ruídos e existe um ensaio para por água na fervura. Não se
pode afirmar, como Lula o fez, que não se pode jogar culpa no presidente da
república, a culpa é do BC.
O ministro da Fazenda Fernando Haddad ressaltou que
a ata emitida pelo Copom tenta contornar o atrito entre Lula e o BC. O
presidente do BC, Roberto Campos Neto defende a autonomia da instituição
afirmando que visa desvencilhar o ciclo de política monetária do ciclo político
porque os dois têm lentes e diferentes interesses.
“O
fato do presidente do BC ter mandato não dá a ele autorização para
irresponsabilidade”.
(Gleisi Hofman, presidente do PT)
“A
gente não tem de pedir licença para governar, a gente foi eleita para governar” (Lula)
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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