RECICLAGEM
DE PLÁSTICOS
Plástico
descartado, que não é acumulado em lixões, segue em direção aos oceanos tomando
“carona” nos rios e acabam se acumulando no que se denomina de “giros”. Existem
cinco, dois no Atlântico, dois no Pacífico e um no Índico. O maior e mais
poluído é o Giro do Pacífico Norte, alimentado pelos dejetos do Sudeste
Asiático e dos Estados Unidos. Forma uma ilha de objetos plásticos do tamanho
do estado do Amazonas.
A The Ocean Cleanup está tentando um método simples,
mas muito eficaz, desde 2021. Arrastar uma rede de 4 metros de profundidade e
2,5 quilômetros de extensão para recolher o plástico. Segundo a ONG, dez redes
em trabalho contínuo bastariam para limpar cada um dos cinco lixões oceânicos.
Segundo a revista Science, a bactéria ”idionella sakaiensis” pode quebrar as
moléculas e digerir plásticos do tipo poli (PET), material usado em garrafas de
refrigerante e água. Uma descoberta feita pelo grupo Kphei Oda, do Instituto de
Tecnologia de Kioto, no Japão, utiliza duas enzimas, a petase e a metase para
degradar e processar o PET em seis semanas.
Há vários experimentos que testam bactérias e enzimas
para a degradação do plástico e o futuro se apresenta promissor.
Há várias tentativas de transformar plástico
descartável em combustível desenvolvida pela startup alemã WASTX Plastic, uma
tecnologia utilizada pela empresa alemã Biofabrik White Refinary. Sediada em
Dresden, dedicou seis anos à testagem a um projeto que reduzisse os impactos do
plástico que polui os oceanos. O resultado foi a criação de uma tecnologia
capaz de transformar o lixo plástico em combustível e energia sustentável. Pode
ser a solução global para o problema que preocupa as autoridades
ambientalistas.
Os idealizadores Da WASTX Plastic pretendem, no
futuro, trabalhar junto com hotéis e municípios para limpar praias repletas de
lixo. Turistas e moradores locais seriam convidados a jogar seus resíduos
plásticos em sacos e receberiam em troca uma pequena quantidade de dinheiro.
Com a WASTX a quantidade de lixo plástico diminuiria e
o combustível produzido poderia ser utilizado para abastecer navios e
geradores, trazendo benefícios para as comunidades.
A empresa responsável pela WASTX Plastic já tem
contatos com países como a Austrália, Japão, Estados Unidos, Coreia e Turquia.
A pretensão é expandir suas atividades pelo mundo através do processo ”Trash to
cach” (lixo por dinheiro).
Além da Biofabrik, existem várias empresas – uma
sediada no México que recicla plástico para gasolina, querosene e óleo diesel –
também interessa às autoridades mundiais para implementar políticas e leis que
transformem empresas verdes em comerciantes primários ou secundários no ciclo
comercial mundial.
Considerando que a tecnologia WASTX Plastic permite
transformar 1 quilograma de plástico em 1 litro de combustível, o processo se
autofinancia e além de benéfico à natureza, é economicamente viável.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade da
Califórnia, liderada pela engenheira química e ambiental Kandiz Abdul-Aziz
criou um método que transforma plástico em fertilizante: ele é misturado com
palha de milho e se transforma num tipo de carvão extremamente poroso, ideal
para fertilizar o solo.
Como todas as inovações, quando uma delas prospera,
logo surgem inúmeras equivalentes que transformarão um problema em solução.
Aguardemos o desenrolar de novos procedimentos, auxiliarão a despoluição do
meio ambiente, gerarão inúmeros empregos e, no final, todos sairemos no lucro,
a natureza e os nossos descendentes agradecerão.
Segundo a Associação Internacional de Resíduos Sólidos
(ISWA, na sigla em inglês), cerca de 25 milhões de toneladas de resíduos são
depositadas nos oceanos anualmente. Por isso, qualquer tecnologia capaz de
oferecer outro destino ao lixo plástico é mais que benvinda, é URGENTE.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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