“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
A BUSCA DO CONHECIMENTO
Stuart Firestein, neurocientista da Universidade de
Colúmbia afirma, para espanto de muitos: “As lacunas do conhecimento fazem a
ciência avançar. A ignorância de alta qualidade, ou seja, a consciência de que
não se sabe algo é capaz de gerar boas perguntas”.
Numa das minhas colunas abordei algo similar: “Para
cada resposta que obtemos nos surgem dez novas questões, mas o que nunca vai
acabar é a busca do homem pelo conhecimento”.
Isaac Asimov, escritor e bioquímico norte-americano,
um dos maiores escritores de ficção científica: “Mesmo quando era jovem, não
conseguia acreditar que, se o conhecimento oferecesse perigo, a solução seria a
ignorância. Sempre me pareceu que a solução tinha que ser a sabedoria. Qualquer
avanço tecnológico pode ser perigoso, mas, os humanos não seriam humanos sem
eles”.
Stephen Hawking, físico e cosmólogo britânico, um dos
maiores cientistas de todos os tempos: “Inteligência é a capacidade de se
adaptar às mudanças”.
Natália Pasternak, microbiologista e pesquisadora da
Universidade de Colúmbia integra o rol dos que admitem o progresso da ciência a
partir do que desconhecemos: A “verdade” para a ciência é uma verdade
provisória, não absoluta. O que nos leva avante é a nossa capacidade de mudar
de ideia diante de novas evidências e da crítica que recebemos e nos estimula a
prosseguir mais um passo. À medida que temos acesso a novas ferramentas o
processo se acelera e é um caminho sem volta. A era dos dogmas incontestáveis
que levou à morte nas fogueiras os que os contestavam – Idade Média – pertence
ao passado, embora alguns resquícios teimem em persistir. Os negacionistas
teimam em desafiar a ciência e esta maneira de encarar as situações acaba
causando mortes, o “Kit-Covid” é um exemplo escandalosamente trágico.
As críticas, quando bem fundamentadas podem apontar
erros, levando-nos a rever nossos dados e mudar as conclusões.
Enquanto a ciência admite suas incertezas, os dogmas e
a pseudociência nos apresentam certezas que encantam e conduzem a becos sem
saída, a resultados falaciosos. Entravam o progresso e se não mudarmos nossa
maneira de encarar os fatos admitiremos as falsas certezas tão atraentes,
vendidas por charlatães, que farão mais adeptos que as dúvidas comunicadas com
honestidade. Apresentar as nossas incertezas sem medo é continuar sem descanso
na procura de respostas verdadeiras – que virão cedo ou tarde, como as vacinas
contra a Covid – admitir as dúvidas será sempre a melhor estratégia para formar
cidadãos mais racionais e eles não se deixarão enganar pelas ditas “verdades
absolutas”.
O tempo é o melhor julgador, lembremos que houve uma
época em que o geocentrismo era um dogma absoluto e indiscutível. Giordano
Bruno, que apoiava a tese do heliocentrismo de Copérnico foi queimado vivo por
não admitir uma retratação. Galileu Galilei cedeu e foi anistiado pelo Papa
Urbano VIII. Em 1992, 350 anos após a sua morte, Galileu Galilei foi
reabilitado pelo Papa João Paulo II.
Charles Darwin, pressionado pela Igreja Católica que,
apenas admitia a vida com origem divina no Criacionismo, postergou por mais de
20 anos a publicação de sua teoria “A Origem das Espécies” na qual afirmava ser
a seleção natural o caminho da evolução da vida na Terra.
Finalizando: Galileu, Darwin e milhares de cientistas
sérios tiveram suas teorias confirmadas. A ciência triunfou.
A verdadeira ciência é aquela que pesquisa duvidando e
acaba encontrando os atalhos que conduzem à VERDADE. O futuro da humanidade
depende dela. Quando admitimos dúvidas abrimos novas perspectivas, quando
brandimos certezas absolutas chegamos ao “fim da picada” e nos atolamos
irremediavelmente.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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