segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

DISCREPÂNCIAS

 



PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

DISCREPÂNCIAS – 16/01/2021

O deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ) declarou: “Não permitiremos que as clínicas particulares cobrem para vacinar seus clientes, não permitiremos que a imunização seja tratada como um privilégio”.

Wilma Gryzinski, articulista da revista Veja: “Se é bom para os ricos deve ser bom para mim também, é uma das alavancas lógicas mais comuns para simbolizar a equalização social”.

Harold Schmidt, professor de ética da Universidade da Pensilvânia defendeu a ideia de que a vacinação contra a Covid 19 privilegiasse os negros e outras minorias para “equilibrar o jogo”. As pessoas mais velhas, que são prioritárias em todas as hierarquias de vacinação por estarem no grupo de maior risco, vivem mais porque são “mais brancas”, por pertencerem ao grupo com maior acesso a tratamentos de saúde.

Com tantas ideias conflitantes as pessoas ficam confusas, para dizer o mínimo. Defendo, ferrenhamente: TODOS merecem vacinas, quando se privilegia um grupo, SEJA QUAL FOR, o vírus continuará proliferando.

Incompreensível como pessoas com elevado nível intelectual seja convictas em teorias que consideram abjetos os que possuem grandes fortunas. “Os que possuem reservas monetárias imensas são um acinte e merecem nosso repúdio, nosso desprezo”. Ignoram, ou fingem que ignoram que, sem recursos pecuniários vultosos não se financiam indústrias, não se geram empregos e, ipso facto, os pobres se torna miseráveis e os que sofrem com deficiência alimentar morrem de fome.

Os cinco homens mais ricos do mundo: Jelf Bezos, Elon Musk, Bill Gates, Bernard Arnault e Mark Zuckerberg, todos fazem extensivas contribuições ao combate à pandemia, especialmente Bill Gates. Em vez de serem reconhecidos como grandes beneméritos, são acusados pelos detratores de terem os mais sinistros propósitos e aumentarem suas fortunas em 2020, apesar da pandemia. Dificilmente, com as mangas levantadas e tomando vacina convenceriam os que os veem com suspeição e os consideram sanguessugas exploradores e não contribuintes para a internacionalização do único meio de minorar os efeitos da pandemia.

Bill Gates financia, principalmente na África, equipamentos criados pela empresa de engenharia Janicki Bioenergy, dos Estados Unidos, que convertem esgoto, inclusive fezes humanas, em água potável, adubo e cinzas. A companhia tem um projeto-piloto em Dacar, Senegal, e trata atualmente os dejetos de 50 a 100 mil pessoas. O esgoto cloacal que contaminava a água consumida pelos habitantes da região, agora é fonte de renda e a principal consequência é a melhoria da saúde. Diarreia e outra doenças endêmicas são coisas do passado.

Desde séculos fundações patrocinadas por bilionários transformam o considerado ”dinheiro sujo” em benefícios a redor do mundo:                                                                                               United Way Worldwide - a n

 º 1 da lista Forbes;                                                                             Feeding America – 200 bancos de alimentos – Chicago;                                                                             Americares Foundation – fornece ajuda humanitária e socorro em todo o mundo;                              Tasla Forse for Global Health (Força Tarefa para Saúde Global), sediada na Georgia;                        Exército da Salvação.                                                                                                                              Estas cinco instituições doam, cada uma, mais de U$ 2 bilhões anuais.

Existem inúmeras espalhadas e socorrendo o mundo. O dinheiro não é maldito. Malditos são os usos espúrios e malditos os que maldizem benfeitores por razões ideológicas.

Para concluir, o que me causa espanto, inconformismo e até raiva, é saber que o Brasil tem o melhor plano de imunizações. O PMI, nos seus 27 anos de existência, é uma referência internacional de política pública de saúde. O país já erradicou doenças de alcance mundial como a poliomielite, em 1994. Combate o sarampo, difteria, tétano...                                                         Inconcebível que todo esse passado, no presente esteja sendo relegado por ideologias estapafúrdias.

Lembramos que, atualmente, são disponibilizadas na rede pública 28 vacinas e as VACINAS são a única forma de controlar e até erradicar pandemias.



Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


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