“Por mais brilhante que sejas, se não
fores transparente, tua sombra será escura”.
NAPOLEÃO –
19/01/2021
O general Napoleão vencia as coligações europeias da
Prússia, Áustria. Inglaterra e Rússia, ampliando os domínios franceses com seu
exército.
Em 1812 o império de Napoleão atingia a sua extensão
máxima, mas entraria em decadência ao invadir a Rússia e enfrentar o rigoroso
inverno, mas também motivado por uma temida doença: o tifo, transmitido por um
micro-organismo chamado “Rickettsia” através
das picadas de piolhos. As infestações de piolhos não encontravam barreira nos
acampamentos militares. Aglomerados humanos com má higiene são o paraíso desses
insetos e a mortandade não tinha freios.
O exército francês avançava e com ele a epidemia de
tifo se propagava, causando milhares de mortes.
Em 1812 Napoleão invadiu a Rússia com um dos maiores
contingentes militares da história: 600 mil homens.
À medida que os franceses avançavam o exército russo
recuava, porém, a doença matava mais que os combates o fariam.
Após tomar Moscou sem encontrar resistência, para
evitar o rigoroso inverno os franceses bateram em retirada. Napoleão regressou
com menos de 90 mil dos 600 mil homens que partiram. O tifo causou a maior
parte desses óbitos. Um a um, seus homens tombavam vitimados pelas doenças.
Nesse retorno das tropas napoleônicas os militares
disseminaram o tifo pelas cidades europeias ocasionando epidemias por onde
passavam.
As epidemias se propagam quando pessoas
doentes se deslocam para locais até então livres da infecção. A primeira e mais importante providência a ser
tomada para evitar o alastramento é ESTABELECER UMA QUARENTENA. Doentes não
devem ser transportados para zonas distantes, mesmo que faltem recursos nos
locais em que se encontram. É mais racional transportar oxigênio para o local
onde há falta que doentes para onde há oxigênio à disposição. Foi uma temeridade
cujas consequências ainda não podemos avaliar (o transporte de doentes
infectados pelo vírus mutante que estavam circunscritos em Manaus).
Cada infectado se torna um agente propagador da
pandemia, assim como o foram os soldados de Napoleão em 1812.
A guerra contra os micro-organismos vem desde o
primórdio da civilização. Uma guerra em que vencemos uma única batalha: a
varíola, e perdemos todas as outras. Enquanto o Covid-19 vira o mundo de
ponta-cabeça, doenças que nos assolam há muito mais tempo: sarampo, febre
amarela, dengue, ebola, tuberculose, encontram um terreno fértil no caos
econômico e no colapso da saúde pública, principalmente em países
subdesenvolvidos.
E, como vencemos a varíola? Com uma VACINA descoberta
em 1749 por Edward Jenner, na Inglaterra. Inacreditável que, atualmente, ainda
haja pessoas que desdenham a ÚNICA MANEIRA DE EVITAR A PROPAGAÇÃO DE MICRO-ORGANISMOS
PATOGÊNICOS.
POSFÁCIO – O translado dos pacientes contaminados com
o vírus mutante da Covid-19 de Manaus para diversas regiões do país foi um erro
que poderá disseminar o novo vírus. Se havia falta de oxigênio em Manaus, mais
fácil, menos oneroso e, principalmente mais consentâneo com a técnica de
circunscrever com relativa segurança micro-organismos seria enviar oxigênio para
Manaus. O Ebola, mortal, foi dessa enfrentado com isolamento absoluto dos
doentes e não ocorreu uma pandemia, que seria catastrófica. O tempo nos
fornecerá dados sobre as consequências, sabendo que ainda não existe tratamento
adequado. Repito: aborta-se uma epidemia circunscrevendo os primeiros
portadores.
QUARENTENA É ESSENCIAL.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado