quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

NAPOLEÃO

 



PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

NAPOLEÃO – 19/01/2021

O general Napoleão vencia as coligações europeias da Prússia, Áustria. Inglaterra e Rússia, ampliando os domínios franceses com seu exército.

Em 1812 o império de Napoleão atingia a sua extensão máxima, mas entraria em decadência ao invadir a Rússia e enfrentar o rigoroso inverno, mas também motivado por uma temida doença: o tifo, transmitido por um micro-organismo chamado “Rickettsia” através das picadas de piolhos. As infestações de piolhos não encontravam barreira nos acampamentos militares. Aglomerados humanos com má higiene são o paraíso desses insetos e a mortandade não tinha freios.

O exército francês avançava e com ele a epidemia de tifo se propagava, causando milhares de mortes.

Em 1812 Napoleão invadiu a Rússia com um dos maiores contingentes militares da história: 600 mil homens.

À medida que os franceses avançavam o exército russo recuava, porém, a doença matava mais que os combates o fariam.

Após tomar Moscou sem encontrar resistência, para evitar o rigoroso inverno os franceses bateram em retirada. Napoleão regressou com menos de 90 mil dos 600 mil homens que partiram. O tifo causou a maior parte desses óbitos. Um a um, seus homens tombavam vitimados pelas doenças.

Nesse retorno das tropas napoleônicas os militares disseminaram o tifo pelas cidades europeias ocasionando epidemias por onde passavam.

As epidemias se propagam quando pessoas doentes se deslocam para locais até então livres da infecção.  A primeira e mais importante providência a ser tomada para evitar o alastramento é ESTABELECER UMA QUARENTENA. Doentes não devem ser transportados para zonas distantes, mesmo que faltem recursos nos locais em que se encontram. É mais racional transportar oxigênio para o local onde há falta que doentes para onde há oxigênio à disposição. Foi uma temeridade cujas consequências ainda não podemos avaliar (o transporte de doentes infectados pelo vírus mutante que estavam circunscritos em Manaus).

Cada infectado se torna um agente propagador da pandemia, assim como o foram os soldados de Napoleão em 1812.

A guerra contra os micro-organismos vem desde o primórdio da civilização. Uma guerra em que vencemos uma única batalha: a varíola, e perdemos todas as outras. Enquanto o Covid-19 vira o mundo de ponta-cabeça, doenças que nos assolam há muito mais tempo: sarampo, febre amarela, dengue, ebola, tuberculose, encontram um terreno fértil no caos econômico e no colapso da saúde pública, principalmente em países subdesenvolvidos.

E, como vencemos a varíola? Com uma VACINA descoberta em 1749 por Edward Jenner, na Inglaterra. Inacreditável que, atualmente, ainda haja pessoas que desdenham a ÚNICA MANEIRA DE EVITAR A PROPAGAÇÃO DE MICRO-ORGANISMOS PATOGÊNICOS.

POSFÁCIO – O translado dos pacientes contaminados com o vírus mutante da Covid-19 de Manaus para diversas regiões do país foi um erro que poderá disseminar o novo vírus. Se havia falta de oxigênio em Manaus, mais fácil, menos oneroso e, principalmente mais consentâneo com a técnica de circunscrever com relativa segurança micro-organismos seria enviar oxigênio para Manaus. O Ebola, mortal, foi dessa enfrentado com isolamento absoluto dos doentes e não ocorreu uma pandemia, que seria catastrófica. O tempo nos fornecerá dados sobre as consequências, sabendo que ainda não existe tratamento adequado. Repito: aborta-se uma epidemia circunscrevendo os primeiros portadores.

QUARENTENA É ESSENCIAL.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

 


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

DISCREPÂNCIAS

 



PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

DISCREPÂNCIAS – 16/01/2021

O deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ) declarou: “Não permitiremos que as clínicas particulares cobrem para vacinar seus clientes, não permitiremos que a imunização seja tratada como um privilégio”.

Wilma Gryzinski, articulista da revista Veja: “Se é bom para os ricos deve ser bom para mim também, é uma das alavancas lógicas mais comuns para simbolizar a equalização social”.

Harold Schmidt, professor de ética da Universidade da Pensilvânia defendeu a ideia de que a vacinação contra a Covid 19 privilegiasse os negros e outras minorias para “equilibrar o jogo”. As pessoas mais velhas, que são prioritárias em todas as hierarquias de vacinação por estarem no grupo de maior risco, vivem mais porque são “mais brancas”, por pertencerem ao grupo com maior acesso a tratamentos de saúde.

Com tantas ideias conflitantes as pessoas ficam confusas, para dizer o mínimo. Defendo, ferrenhamente: TODOS merecem vacinas, quando se privilegia um grupo, SEJA QUAL FOR, o vírus continuará proliferando.

Incompreensível como pessoas com elevado nível intelectual seja convictas em teorias que consideram abjetos os que possuem grandes fortunas. “Os que possuem reservas monetárias imensas são um acinte e merecem nosso repúdio, nosso desprezo”. Ignoram, ou fingem que ignoram que, sem recursos pecuniários vultosos não se financiam indústrias, não se geram empregos e, ipso facto, os pobres se torna miseráveis e os que sofrem com deficiência alimentar morrem de fome.

Os cinco homens mais ricos do mundo: Jelf Bezos, Elon Musk, Bill Gates, Bernard Arnault e Mark Zuckerberg, todos fazem extensivas contribuições ao combate à pandemia, especialmente Bill Gates. Em vez de serem reconhecidos como grandes beneméritos, são acusados pelos detratores de terem os mais sinistros propósitos e aumentarem suas fortunas em 2020, apesar da pandemia. Dificilmente, com as mangas levantadas e tomando vacina convenceriam os que os veem com suspeição e os consideram sanguessugas exploradores e não contribuintes para a internacionalização do único meio de minorar os efeitos da pandemia.

Bill Gates financia, principalmente na África, equipamentos criados pela empresa de engenharia Janicki Bioenergy, dos Estados Unidos, que convertem esgoto, inclusive fezes humanas, em água potável, adubo e cinzas. A companhia tem um projeto-piloto em Dacar, Senegal, e trata atualmente os dejetos de 50 a 100 mil pessoas. O esgoto cloacal que contaminava a água consumida pelos habitantes da região, agora é fonte de renda e a principal consequência é a melhoria da saúde. Diarreia e outra doenças endêmicas são coisas do passado.

Desde séculos fundações patrocinadas por bilionários transformam o considerado ”dinheiro sujo” em benefícios a redor do mundo:                                                                                               United Way Worldwide - a n

 º 1 da lista Forbes;                                                                             Feeding America – 200 bancos de alimentos – Chicago;                                                                             Americares Foundation – fornece ajuda humanitária e socorro em todo o mundo;                              Tasla Forse for Global Health (Força Tarefa para Saúde Global), sediada na Georgia;                        Exército da Salvação.                                                                                                                              Estas cinco instituições doam, cada uma, mais de U$ 2 bilhões anuais.

Existem inúmeras espalhadas e socorrendo o mundo. O dinheiro não é maldito. Malditos são os usos espúrios e malditos os que maldizem benfeitores por razões ideológicas.

Para concluir, o que me causa espanto, inconformismo e até raiva, é saber que o Brasil tem o melhor plano de imunizações. O PMI, nos seus 27 anos de existência, é uma referência internacional de política pública de saúde. O país já erradicou doenças de alcance mundial como a poliomielite, em 1994. Combate o sarampo, difteria, tétano...                                                         Inconcebível que todo esse passado, no presente esteja sendo relegado por ideologias estapafúrdias.

Lembramos que, atualmente, são disponibilizadas na rede pública 28 vacinas e as VACINAS são a única forma de controlar e até erradicar pandemias.



Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sábado, 9 de janeiro de 2021

TRANSPORTE PÚBLICO SUBSIDIADO

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

TRANSPORTE COLETIVO SUBSIDIADO – 08/01/2021

Um dos problemas mais cruciantes e de difícil solução para usuários e a sociedade é o dos transportes coletivos. Podem ser gerenciados via estatais ou por particulares. Financiamento e sustentabilidade econômica obtida via subsídios - quando o gerenciamento é particular – é uma solução justa para os não usuários? Um problema que os prefeitos recém-empossados terão que resolver.

“O Conselho de Programas de Parcerias de Investimentos do Governo Federal coloca na mira das privatizações as estatais deficitárias cujas receitas não cobrem as despesas operacionais”. (Nauri Adriano Panitz, ex-Diretor Técnico da Secretaria de Transportes–RS)

O sistema que opta pelo metrô, uma categoria de transporte moderna, eficiente, confortável e segura é deficitário. Em muitos países é subsidiado com recursos públicos, um custo econômico-social suportado por usuários e não usuários de uma maneira ou de outra. Aumento no valor das passagens ou subsídios via impostos.

“A concessão de serviços públicos é prática consagrada no país. Debates ideológicos conduzem a discussão para a dicotomia do público versus privado e a sustentabilidade econômico-financeira dos mesmos”. (Luiz Afonso dos Santos Senna, professor da Escola de Engenharia da UFRGS)

No Brasil inúmeros governos, acionistas majoritários, ao longo do tempo deixaram de reajustar as tarifas por interesses políticos e do corporativismo reivindicativo atiçado por sindicalistas radicais. Essa desídia levou a subsídios que em cenário de restrições orçamentárias extremas não é razoável. O dinheiro aportado provém de outros setores essenciais preteridos, o correto é um sistema que independa de recursos heterodoxos. A Trensurb, como se apresenta, não dispõe de arranjos sustentáveis para investir o necessário, quanto mais para as melhorias exigidas pelos usuários.

Nos Estados Unidos e na Europa, com qualidade e eficiência superiores à brasileira, os sistemas recebem recursos dos governos em diversos níveis, destinados a reduzir as tarifas entre 40% e 50%. Na região metropolitana de São Paulo as subvenções cobrem cerca de 20% dos custos.

O passe livre concedido a idosos, estudantes e, em alguns casos a desempregados não é pago pelos governos ao contrário do que erroneamente se supõe. No cálculo das tarifas essa gratuidade é considerada como despesa e provoca aumento nas passagens. Este fato estimula os movimentos que visam restringir os benefícios exclusivamente para casos específicos, bem caracterizados como de absoluta necessidade e justiça social.

Direis: por que, como acima foi expresso, Estados Unidos e Europa subsidiam o transporte coletivo e isso é admitido tranquilamente pela população? Elementar meu caro Watson (como diria Sherlock Holmes), LÁ, os impostos carreados são destinados majoritariamente para custear serviços em prol da população. Saúde, educação, segurança, TRANSPORTE. Os contribuintes sentem que seus impostos são convertidos em serviços. AQUI, os impostos são destinados primordialmente para custear a mastodôntica máquina pública, a corrupção e benefícios a correligionários, familiares e outros quetais. O que sobra, e não é muito, é direcionado ao que deveria ser o prioritário: À POPULAÇÃO. Quando se observa no dia a dia essa injustiça, como estranhar a revolta?

POSFÁCIO: Nesta coluna priorizamos o setor dos transportes públicos com subsídios e isenções que extrapolam as necessidades básicas, segundo alguns setores analíticos. O certo é que os impostos que carreamos não são destinados precipuamente aos mais necessitados, entram de roldão pessoas que não necessitam e não deveriam se agraciadas. Se focarmos as aposentadorias, minha-casa-minha-vida, bolsa-família e outros auxílios que deveriam ser financiados e destinados apenas aos realmente necessitados, encontram-se brechas pelas quais se esgueiram solertemente “espertos” apaniguados. Após passar um “pente fino” o governo averiguou a existência de inúmeros casos de corrupção, inclusive pessoas falecidas continuam recebendo benefícios, bem como outras que não se enquadram nos limites estabelecidos. Minha casa minha vida e bolsa família não se destinam, ao menos não deveriam, àqueles que possuem nível de rendimento superior ao delimitado por lei. Muitos usufruem de maneira iníqua e isso tem de ser combatido sem esmorecimento para que os verdadeiros necessitados possam ter acesso aos mínimos requisitos duma vida digna.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

0 TEMPO NÃO ESPERA NINGUÉM

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

O TEMPO NÃO ESPERA NINGUÉM – 04/01/2021

E 2020 se despede. Um ano para não ser esquecido.

Jamais, no dia primeiro de janeiro passado alguém vaticinaria o que estava por vir, o que enfrentaríamos e como o faríamos.

É nesses episódios que se diferenciam as pessoas, como reagem às vicissitudes e, de certa forma, o joio é separado do trigo.

Em primeiríssimo plano, um preito de gratidão à legião de abnegados que, mesmo sobrepujando temores – os mais justificados – nos deram uma lição de altruísmo e dedicação. Por tudo que fizeram e pelos perigos que arrostaram lhes devemos gratidão. Muitos de nós devemos a sobrevivência. Literalmente. Inúmeros, no afã de nos salvar perderam eles a batalha contra o insidioso vírus.

Oremos por eles.

Agora se anuncia a segunda onda, um vírus mutante. Mais contagioso, mais perigoso, requerendo cuidados redobrados. CUIDADOS NOSSOS principalmente. Esgotados, persistentes apesar de tudo os bravos representantes do Exército da Saúde continuam na frente de conflito.

Aos que se consideram superiores e imunes ao vírus, atletas, jovens saudáveis que se exporão sem máscaras, sem distanciamento social nas comemorações desta época, lembro: ao voltarem aos seus lares darão carona ao coronavírus e infectarão os entes queridos, menos aptos à resistência. E, irresponsáveis, serão responsáveis pelo que sobrevier, até pela perda de familiares. Depois não adianta chorar. Não adianta se arrepender. CONSUMATUM EST!

O Tempo Não Espera Ninguém - Michel Teló

 

Quando será que a vida vai ser boa?
Quanto tempo perdido esperando à toa?
Quando eu pagar as contas,
Ou aquele trabalho, enfim, rolar.
Será que vai melhorar?

Não existe um trilho um mapa
Que nos leve pra esse lugar.
Sentido, verdades, destinos,
Por que e onde a gente quer chegar?

A felicidade está no caminho.
Aproveite todos os momentos que você tem,
Inda mais se tiver alegrias pra compartilhar com alguém.
O tempo não espera ninguém

A felicidade está no caminho.
Aproveite todos os momentos que você tem,
Inda mais se tiver alegrias pra compartilhar com alguém.
O tempo não espera ninguém

Não espere pra dizer que ama,
Não espere pra se apaixonar,
Não espere pra matar saudade,
Ou, às vezes, se desenganar.

O destino talvez não dê chance
Da gente se reencontrar
Abrace…

O TEMPO NÃO ESPERA NINGUÉM – Michel Teló

https://www.youtube.com/watch?v=OeZVE5LuMIs

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado