domingo, 20 de dezembro de 2020

NATAL ATÍPICO

 



PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

NATAL ATÍPICO – 20/12/2020

O ano de 2020 vai nos deixar lembranças atípicas, certamente. Acostumados às confraternizações com reuniões onde familiares e amigos se abraçavam, repartiam “Feliz Natal” e “Votos de Ano Novo”, desta vez estamos compelidos a manifestações menos exuberantes. Menos exuberantes, porém, significativas, plenas de apreço e relevância.

A Covid-19 não poderá, jamais, deslustrar esta data universalmente comemorada. Em verdade, algumas providências deverão tomadas para que, após os festejos, ressaibos amargos não ocorram.

- Os encontros serão em grupos reduzidos e, preferencialmente, com pessoas que coabitem. Expandir? Não! Promovam-se encontros grupos virtuais, tão facilitados pelas comunicações ao nosso alcance.

- Muita ventilação, além de ser mais aprazível neste clima onde a temperatura se eleva, permite um ambiente mais descontraído.

- Distanciamento recomendado, dispensa de máscaras apenas à mesa. Abraços, deixemo-los para o dia em que a vacina nos permitir um congraçamento seguro.

- Viagens utilizando preferencialmente automóveis e com pessoas que estejam convivendo no dia a dia. Transporte coletivo, principalmente o aéreo, se possível, evitado- Pessoas com comorbidades e pertencentes a grupos de risco, cuidados exacerbados. Evitar compartilhar espaços com pessoas sintomáticas. Positivados, nem pensar, a vida vale mais que qualquer outra coisa. Só temos uma.

Não estamos exagerando, após superar a primeira onda, países como os europeus e Estados Unidos enfrentam uma segunda, não menos catastrófica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de máscaras e manutenção de distanciamento, adverte que o surgimento de uma mutação do coronavírus possivelmente agrave o surto já no início de 2021.

O coronavírus continua se espalhando e a manutenção rígida dos cuidados será decisiva para evitar consequências funestas. Todas as pessoas são responsáveis pelo controle da doença e as comemorações do Natal requerem cuidados especiais. A natural euforia, a alegria do reencontro após longo tempo de distanciamento, tudo conspira para um relaxamento, mais que inoportuno,  irresponsável.

Calma, não precisamos ficar ansiosos, precaver-se não é sinônimo de abstenção de um convívio  (desde que observados limites) ansiosamente aguardado, e que momento mais oportuno que as Festas de Passagem do Ano?

Com o número de infecções e internações por Covid-19 subindo em todo o Brasil, esqueçamos as ceias repletas de convidados e optemos por grupos menores, preferencialmente apenas com os moradores da residência. As regras restritivas minimizam os riscos, aumentam a espontaneidade tão essencial ao momento.

O Uruguai se destaca na luta contra o novo coronavírus, o país sul-americano é um dos que estão vencendo a doença. Até o momento registrou apenas 100 mortes numa população de 3.360.854 em 2019 e isso se deve às providências           tomadas pelo governo.

Ainda em meados de março o governo determinou o fechamento de todos os estabelecimentos comerciais exceto farmácias e os de venda de alimentos. Os centros comerciais anunciaram a medida por tempo indeterminado.

Outra medida foi o fechamento das fronteiras com a Argentina e o Brasil. Também foi proibida a entrada no Uruguai de estrangeiros não residentes no país, a preocupação era com as cidades binacionais e fronteiriças onde existem casos de coronavírus e não no Uruguai. Uma especial vigilância é exercida em fazendas que se estendem por ambos os lados da fronteira.

Se quisermos obter resultados similares, temos o exemplo e, também, prestigiemos as vacinas assim que forem disponibilizadas.

POSFÁCIO: Por dez votos a um, o STF autoriza medidas restritivas para quem não se vacinar contra a Covid-19.

O ministro Alexandre de Morais acompanhou o voto do relator, afirmando que “a preservação da vida, da saúde, em um país como o Brasil, com quase 200 mil mortos pela Covid-19, não permite demagogia, hipocrisia, ideologias, obscurantismo, disputas politico-eleitoreiras e, principalmente, não permite ignorância. A vacinação compulsória é uma obrigação do poder público e, também, do indivíduo”.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


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