“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
HUMANISMO
Ao contrário do que grande parte da humanidade crê o
BEM não está indissociavelmente vinculado a DEUS. Os ideais do HUMANISMO não
pertencem a nenhuma religião ou seita. Embora não invoque deuses, espíritos ou
almas para fundamentar o sentido e a moral, o humanismo não é incompatível com
instituições religiosas, elas fazem parte do conjunto que, ao se agregarem,
formatam a essência do BEM. Tem razão o Papa Francisco ao afirmar seu respeito
a todos os humanos de bem, mesmo ateus, desde que aspirem o desenvolvimento
universal com respeito aos que também sabem respeitar: Em
13/03/2017 o Papa Francisco fez um dos seus pronunciamentos que ficarão
marcados na sua trajetória já tão impactante:
“Não é necessário crer em Deus para ser uma pessoa
boa.
De certa forma, a ideia tradicional de Deus
não está atualizada. Alguém pode ser espiritual,
porém não necessariamente religioso. Não é necessário ir à igreja e dar
dinheiro.
Para muitos, a natureza pode ser uma
igreja.
Algumas das melhores pessoas da história não
criam em Deus, enquanto que muitos dos piores atos se praticaram em seu nome”.
Em 2003, o Manifesto Humanista III alicerça sua
filosofia em seis princípios:
1. O
conhecimento humano se dá pela observação, pela experimentação e pela análise
racional. Os humanistas consideram a ciência o melhor para determinar o
conhecimento que nos conduz ao progresso – científico, cultural, ético e moral.
2. Os
seres humanos são atraídos e não intimidados pelo que ainda não é conhecido.
3. Os
humanistas baseiam os valores primordiais no bem-estar de toda a sociedade.
4. A
realização plena da vida surge na participação individual a serviço dos ideais
humanitários e admite a inevitabilidade da morte.
5. Os
seres humanos são sociais por natureza e só encontram sentido em seus
relacionamentos.
6. Trabalhar
para beneficiar a sociedade maximiza a felicidade individual. Não se concebe o
inverso, não há possibilidade real de harmonia, paz, felicidade e progresso se
isso não for compartilhado.
Esta concepção de vida
não é facilmente assimilável por facções políticas e religiosas, por eminentes
artistas, acadêmicos e intelectuais. Se o Humanismo, assim como outros ideais
que conduzem ao aperfeiçoamento da civilização e bem-estar coletivo quiser se
estabelecer em definitivo na mente das pessoas, deve ser explicado e defendido
de acordo com a linguagem e as ideias da época atual e não permanecer ancorado
em ditames que tiveram sua época em tempos nos quais o egoísmo – individual, de
castas e corporações – ditava regras inaceitáveis atualmente, isso, se
quisermos uma humanidade formada por indivíduos livres, felizes e trilhando a
senda que nos levará ao píncaro.
É necessário que, como
afirmou Espinoza, se busque o fundamento na imparcialidade – na percepção de
que não há nada de mágico em relação aos pronomes “eu” e “mim” que possa
justificar os privilégios dos “meus interesses” sobre os de qualquer pessoa.
Parece utópico, inviável?
É O FUTURO PARA O QUAL EVOLUIMOS, SE QUISERMOS MERECER UM FUTURO.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado