“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
RENDIMENTOS
DE APLICAÇÕES
Muitos ainda lembram
do tempo em que a inflação galopante (2.477,15%) em 1993 inspirou as aplicações
“over-night”, com rendimentos diários e livre movimentação. Itamar-FHC se
lançaram numa luta considerada inglória, quimérica: domar o dragão
inflacionário, após o rotundo fracasso dos governos anteriores, Sarney-Collor.
Uma equipe competente e intimorata de economistas insistiu no Plano Real (via
URV) e... CONSEGUIU DOMINAR O DRAGÃO. O presidente Lula recebeu como herança
bendita uma inflação de 12,53% anual. Estava aberto o caminho. Até hoje, com
todos os percalços de percurso, a estabilidade se consolidou e nos permite
dormir tranquilos. Uma ideologia liberal que foi plenamente absorvida pelos
socialistas. Palmas para todos, para benefício dos brasileiros foram
momentaneamente esquecidas rixas incongruentes que travavam o progresso e a
tranquilidade econômico-financeira do Brasil.
Infelizmente, nem
tudo são rosas. Aplicados em instituições financeiras os nossos suados recursos
rendem dividendos ridículos. Tão ridículos que já temos saudade da antiga
caderneta de poupança (será assunto a seguir). Pasmem! O crédito ofertado,
principalmente pelo cheque especial e cartões de crédito é, para não usar um
palavrão, extravagantes. O limite recentemente oferecido pelo Banco Central aos
juros dos cartões de crédito, 8% ao mês, uma festa para alegrar qualquer
agiota. E, vejam, neste ponto há acordo tácito entre liberais e socialistas, ninguém
se atreve a bulir nas estratosféricas taxas das financeiras, tanto que se um dia
encontrares saindo de um estabelecimento de crédito, abraçados, um liberal com
um socialista, não se surpreenda. A capacidade de flexibilização pode tudo,
inclusive fazer com que adotem princípios doutrinários opostos aos que
proclamam aos quatro ventos. Principalmente em períodos pré-eleitorais. Adam
Smith, o mais importante técnico do liberalismo econômico congraçando com
Friedrich Engels, um dos fundadores da teoria socialista moderna? Talvez só no
Brasil.
Voltando ao Plano
Real, o IPCA, em 1993, alcançou 2.477,15% e recuou até 12,53% em 2002. A
inflação MENSAL, em junho de 1994: 46,58%, em julho, após o Plano Real: 6,08%.
Fora dado o pontapé inicial e o jogo continuou dentro das regras até hoje,
graças a governos de diversos matizes ideológicos, diga-se de passagem. Outro ponto de convergência entre liberais e socialistas: TODOS
“respeitam” os lucros financeiros dos “mais iguais”. Abram o link com a declaração
de Lula: “Os banqueiros nunca ganharam tanto dinheiro como no meu
governo”. https://tvuol.uol.com.br/video/nunca-ganharam-dinheiro-como-no-meu-mandato-diz-lula-sobre-banqueiros-04020D183666C0C15326
Dilma e Temer não “incomodaram” também;
Bolsonaro, no máximo, tabelou em 8% MENSAIS os juros dos cartões de crédito.
Houve, sim, uma
mudança radical... na caderneta de poupança. A presidente Dilma editou, e
entrou em vigor, a medida provisória que determina: “Os saldos dos depósitos
até a entrada em vigor a Medida Provisória nº 567, de 3 de maio de 2012, serão
remunerados, em cada período de rendimento, pela Taxa Referencial editada pelo
Banco Central, acrescida de 0,5% ao mês, quando a Taxa Selic for superior a
8,5%. Em 70% da Taxa Selic, vigente na data do início do rendimento, nos demais
casos, sem acréscimo da TR”. Resultado: DIMINUIU drasticamente o retorno dos
investimentos dos “menos iguais”. É indiscutível que os “ricos” não depositam
seus bilhões em cadernetas de poupança.
Para
exemplificar, em dezembro de 2019 a diferença dos rendimentos da antiga para a
nova caderneta de poupança: ANTIGA
POUPANÇA: 6,17% NOVA POUPANÇA: 3,15%
INFLAÇÃO
dos últimos 12 meses: 3,27% Quem
passou 35 anos sem sacar seu FGTS acreditando que, investindo, ao final, o
TOTAL numa caderneta de poupança poderia melhorar substancialmente sua
aposentadoria... ficou a ver navios. Exemplo da diferença, usando R$ 100.000,00
como base: ANTIGA
POUPANÇA: rendimento anual – RS$ 6.176,00 NOVA POUPANÇA:
rendimento anual – RS$ 3.150,00 Constrangedor
o fato de que os que clamam por uma melhor distribuição de renda, de melhoria
dos benefícios aos menos abonados permaneçam mudos e quedos diante das
disparidades existentes. Teriam a obrigação de lutar ao menos pelo retorno aos
índices anteriores a 3 de maio de 2012. Incompreensível, repito, diante da
flagrante injustiça em remunerar as classes menos abonadas com rendimentos
ABAIXO DA INFLAÇÃO.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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