sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

LAVA-JATO DESTRÓI EMPRESAS




PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

LAVA-JATO DESTRÓI EMPRESAS

No Brasil, quando alguém ou uma organização se atreve a enfrentar um gigante, empresas de porte financeiro e econômico exponencial atuando por todo o país e até no exterior, SABE que está ”cutucando onça com vara curta”. Foi o que aconteceu com a Lava-Jato, ousou investigar, comprovar, punir corruptores e corruptos do mais alto escalão. A partir dos resultados passou a ser bombardeada por todos que se sentiram atingidos ou simplesmente ameaçados. Políticos dos primeiros escalões – não preciso nomear, são muitos e notórios, abriram fogo contra os “excessos cometidos” e os prejuízos causados. Recentemente Dias Toffoli, presidente do STF entrou em cena:
“A Lava-Jato desvendou casos de corrupção, colocou pessoas influentes na cadeia, colocou o Brasil em outra dimensão do ponto de vista do combate à corrupção, não há dúvida. Mas destruiu empresas. Isso jamais aconteceria nos Estados Unidos”. (Dias Toffoli, presidente do STF – Zero Hora, 17/12/2019)                                                                                                                                                                É FAKE! Para comprovar minha assertiva, no início dos anos 2000, a ”Arthur Andersen” era uma das Big Five, grupo das cinco grandes empresas de auditoria do mundo. A tradição da Andersen, fundada em 1913, no entanto, não evitou sua ruína. A empresa foi tragada pelo escândalo financeiro da distribuidora de energia Enron, da qual ela era a auditora. O caso Enron foi o mais emblemático na série de escândalos financeiros que assolaram os EUA no começo da década. Sob a esteira desses episódios, foi criada a Lei Sarbanes-Oxley, nascida para coibir fraudes contábeis.
Augusto Aras, procurador-geral da república, Deltan Dallagnol, procurador do Ministério Público e Vera Chemim, advogada constitucionalista rebateram:
“É irresponsável a declaração do presidente do STF, Dias Toffoli, que culpa a Lava-Jato pela extinção de empresas. Inverteu a lógica. Foram as empresas que se destruíram ao mergulhar em esquemas milionários de corrupção”. (Augusto Aras, procurador-geral da República – Zero Hora, 17/12/2019.
“É irresponsabilidade afirmar que a Lava-Jato destruiu empresas e fechar os olhos para o fato que vem recuperando por meio de acordos mais de 14 bilhões de reais para os cofres públicos, o que é inédito na história do brasil. A Lava-Jato continuará aplicando a lei, que, em sua avaliação, ainda é pouco efetivo no Brasil. A Lava-Jato não destruiu empresa nenhuma, descobriu graves ilícitos praticado por empresas e as responsabilizou”. (Deltan Dallagnol, procurador do Ministério Público - Zero Hora, 17/12/2019)
“Para fazer uma omelete é necessário quebrar o ovos. O tratamento empregado pela lava-Jato precisava ser forte o suficiente para obtenção de resultados minimamente satisfatórios do ponto de vista penal e administrativo”. (Vera Chemim, advogada constitucionalista – Zero Hora, 17/12/2019)
Quando empresas corrompem políticos e dirigentes, fazem conluios para direcionar licitações e dividir os contratos de modo que todos ganham as partes desejadas pelos preços pré-estabelecidos e com direito a aditivos posteriores (contanto que sobre algum “por fora”)... tudo isso de maneira torpe e de comum acordo entre as partes. Tudo ao arrepio da lei e da ética.                                                                                                                                                   Tentar combater sem usar pressões à altura e conjugação de esforços dos que procuram estancar o vitupério continuado é tão ineficaz como querer deter o ataque de uma fera com um grito de “PARE”... e esperar que o obediente pit-bul estanque na corrida, suste a investida e venha lamber as mãos do alvo. Quimera! Ingenuidade! Corruptos e corruptores apenas serão detidos em sua ganância ao serem enfrentados com firmeza, tenacidade, não será acenando com...                     UM RAMALHETE DE ROSAS.
Impressionante como as mais esclarecidas autoridades por vezes emitem opiniões – e as defendem ferrenhamente – contraditórias que sejam, sem pejo, sem constrangimento.              


Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

MINHA COLUNA 333 EM LITORALMANIA





PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

MINHA COLUNA 333 NO LITORALMANIA – 20/12/2019

Leitoras e leitores: FELIZ NATAL!

Com muita alegria chego à coluna nº 333 em nosso jornal on-line “Litoralmania”. Assuntos culturais, de atualidades, históricos e científicos, após pesquisas que me enriqueceram como Pessoa.
Hoje o tema será São Francisco de Assis e o Presépio de Natal.
Não por acaso o nosso Papa adotou por nome Francisco, coerente com a missão que se impôs: combater as mazelas históricas junto à parcela do clero mundo afora, priorizar pobres e oprimidos, valorizar o meio ambiente como riqueza a ser preservada. O mundo de hoje precisa desta forma inteligente e humana de radicalismo.

São Francisco de Assis, ou Giovanni di Pietro di Bernardone, nasceu na cidade de Assis, na Itália, no dia 5 de julho de 1182. Na juventude entregou-se a uma vida boêmia e de festas. Em 1206, orando na Capela de São Damião, ouviu um chamado de Cristo que dizia: “Vá, Francisco e restaure minha casa”. Desde então, entrega-se ao serviço de Deus e dos mais necessitados.
Na parábola do “Retorno do Filho Pródigo”, tão difícil de aceitar por nós, que nos consideramos superiores, corretos, obedientes, diversos com relação aos “impuros” pecadores, há um grande ensinamento: podemos, como São Francisco, redirecionar nossa vida e voltar ao convívio. O filho maior é chamado a reconhecer que a sua mais expressiva herança e riqueza é justamente participar desta misericórdia sem fim e que, por mais que nos desviemos, sempre há possibilidade de remissão. Só depende de nós, do nosso esforço e persistência.
“Como o pai do filho pródigo, Deus também continua a nos considerar seus filhos quando nos perdemos. Os erros que cometemos, mesmo se grandes, não prejudicam a fidelidade de seu amor” (Papa Francisco, Vaticano 06/03/2019)                                                                                                Cito esses dois exemplos para ressaltar que o Criador nos concedeu o livre arbítrio – pode ser usado para o bem, ou para o mal -, mesmo que trilhemos caminhos obscuros, podemos retornar e redirecionar nosso destino. Esta a grande lição que não podemos esquecer.

O professor de Teologia Frei Luiz Carlos Susin, da PUC-RS, explica que a encenação do nascimento de Jesus, conforme relatos bíblicos, começou por volta dos séculos VII e VIII. A mais famosa delas ficou por conta de São Francisco de Assis, que acabou ganhando a fama de inventor do presépio. O santo dos pobres estava na cidadezinha de Greccio, na Itália central, no ano de 1223. Estando em uma ermida próxima a um bosque, teve a inspiração de encenar, na noite de Natal, o momento do nascimento de Cristo, que, segundo o Evangelho, é Deus que se fez homem para salvar a humanidade. Assim, os amigos de Francisco levaram ao bosque animais e algumas pessoas serviram de atores, interpretando Nossa Senhora, São José, os pastores e os Reis Magos. Até hoje, Greccio é conhecida como a Belém italiana por ter sido palco do primeiro presépio. Desde então a representação visual do nascimento de Cristo se tornou, cada vez mais, símbolo do Natal.

Por ser um jovem de alma sensível, cheio de amor aos pobres e a Deus, soube ver o rosto de Deus espelhado na natureza, não apenas nos animais, mas em tudo que Deus criou. Essa é uma lição que precisamos aprender com São Francisco: encantar-se com tudo que Deus criou, com toda a beleza, harmonia e perfeição.
Francisco era um irmão universal. Não só dos animais e dos vegetais, do cosmos e das estrelas, mas também de todos os homens, mulheres e crianças, e especialmente os pequenos, pobres e doentes. Não existiu homem que fosse estranho ao seu coração: leprosos, bandoleiros, nobres ou plebeus.
Uma das orações mais belas que conheço foi composta por São Francisco, e vale a pena recordá-la e meditar suas palavras:                                                                                                                                               Senhor, faça-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado,
Compreender que ser compreendido,
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se nasce para a vida eterna.
UM FELIZ NATAL DESEJA O CASAL DE TICO-TICOS – 2min26seg
SINO SOBRE SINO – K. BODROV – 6min14seg

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES

Muitos ainda lembram do tempo em que a inflação galopante (2.477,15%) em 1993 inspirou as aplicações “over-night”, com rendimentos diários e livre movimentação. Itamar-FHC se lançaram numa luta considerada inglória, quimérica: domar o dragão inflacionário, após o rotundo fracasso dos governos anteriores, Sarney-Collor. Uma equipe competente e intimorata de economistas insistiu no Plano Real (via URV) e... CONSEGUIU DOMINAR O DRAGÃO. O presidente Lula recebeu como herança bendita uma inflação de 12,53% anual. Estava aberto o caminho. Até hoje, com todos os percalços de percurso, a estabilidade se consolidou e nos permite dormir tranquilos. Uma ideologia liberal que foi plenamente absorvida pelos socialistas. Palmas para todos, para benefício dos brasileiros foram momentaneamente esquecidas rixas incongruentes que travavam o progresso e a tranquilidade econômico-financeira do Brasil.
Infelizmente, nem tudo são rosas. Aplicados em instituições financeiras os nossos suados recursos rendem dividendos ridículos. Tão ridículos que já temos saudade da antiga caderneta de poupança (será assunto a seguir). Pasmem! O crédito ofertado, principalmente pelo cheque especial e cartões de crédito é, para não usar um palavrão, extravagantes. O limite recentemente oferecido pelo Banco Central aos juros dos cartões de crédito, 8% ao mês, uma festa para alegrar qualquer agiota. E, vejam, neste ponto há acordo tácito entre liberais e socialistas, ninguém se atreve a bulir nas estratosféricas taxas das financeiras, tanto que se um dia encontrares saindo de um estabelecimento de crédito, abraçados, um liberal com um socialista, não se surpreenda. A capacidade de flexibilização pode tudo, inclusive fazer com que adotem princípios doutrinários opostos aos que proclamam aos quatro ventos. Principalmente em períodos pré-eleitorais. Adam Smith, o mais importante técnico do liberalismo econômico congraçando com Friedrich Engels, um dos fundadores da teoria socialista moderna? Talvez só no Brasil.
Voltando ao Plano Real, o IPCA, em 1993, alcançou 2.477,15% e recuou até 12,53% em 2002. A inflação MENSAL, em junho de 1994: 46,58%, em julho, após o Plano Real: 6,08%. Fora dado o pontapé inicial e o jogo continuou dentro das regras até hoje, graças a governos de diversos matizes ideológicos, diga-se de passagem.                                                                  Outro ponto de convergência entre liberais e socialistas: TODOS “respeitam” os lucros financeiros dos “mais iguais”. Abram o link com a declaração de Lula: “Os banqueiros nunca ganharam tanto dinheiro como no meu governo”.   https://tvuol.uol.com.br/video/nunca-ganharam-dinheiro-como-no-meu-mandato-diz-lula-sobre-banqueiros-04020D183666C0C15326                                                                                                  Dilma e Temer não “incomodaram” também; Bolsonaro, no máximo, tabelou em 8% MENSAIS os juros dos cartões de crédito.
Houve, sim, uma mudança radical... na caderneta de poupança. A presidente Dilma editou, e entrou em vigor, a medida provisória que determina: “Os saldos dos depósitos até a entrada em vigor a Medida Provisória nº 567, de 3 de maio de 2012, serão remunerados, em cada período de rendimento, pela Taxa Referencial editada pelo Banco Central, acrescida de 0,5% ao mês, quando a Taxa Selic for superior a 8,5%. Em 70% da Taxa Selic, vigente na data do início do rendimento, nos demais casos, sem acréscimo da TR”. Resultado: DIMINUIU drasticamente o retorno dos investimentos dos “menos iguais”. É indiscutível que os “ricos” não depositam seus bilhões em cadernetas de poupança.                                                                                                                              Para exemplificar, em dezembro de 2019 a diferença dos rendimentos da antiga para a nova caderneta de poupança:                                                                                         ANTIGA POUPANÇA: 6,17%                                                                                                        NOVA POUPANÇA: 3,15%                                                                                           INFLAÇÃO dos últimos 12 meses: 3,27%                                                                          Quem passou 35 anos sem sacar seu FGTS acreditando que, investindo, ao final, o TOTAL numa caderneta de poupança poderia melhorar substancialmente sua aposentadoria... ficou a ver navios. Exemplo da diferença, usando R$ 100.000,00 como base:                                  ANTIGA POUPANÇA: rendimento anual – RS$ 6.176,00                                                  NOVA POUPANÇA: rendimento anual – RS$ 3.150,00                                                                                      Constrangedor o fato de que os que clamam por uma melhor distribuição de renda, de melhoria dos benefícios aos menos abonados permaneçam mudos e quedos diante das disparidades existentes. Teriam a obrigação de lutar ao menos pelo retorno aos índices anteriores a 3 de maio de 2012. Incompreensível, repito, diante da flagrante injustiça em remunerar as classes menos abonadas com rendimentos ABAIXO DA INFLAÇÃO.                                                                                                                                
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

CORINGA






          PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

CORINGA

Assisti com minha filha, Dra. Marília Gerhardt de Oliveira, o filme “Coringa”. Compartilhamos uma opinião: Será um despautério se ele e Joaquin Phoenix não forem agraciados com o “Oscar” deste ano. Desde Al Pacino em “Perfume de Mulher” não assistia desempenho tão marcante. Coringa é a metáfora dos tempos que o mundo atualmente assiste. Infelizmente.
Quando poderosos (politica e economicamente) oprimem à exaustão e ESTICAM O ELÁSTICO ATÉ ALÉM DO PONTO DE RUPTURA, independente de ideologia, classe social, crença religiosa ou etnia, os que estão encurralados RESISTEM ou ADOECEM. Porque já perderam tudo, não têm mais nada a perder. Coringa é um paradigma. Repito, os “coringas” reais não são jungidos à ideologia, classe social, crença religiosa, etnia, a nenhum parâmetro. Desnudam apenas o resultado do torniquete que arrocha os mais fracos, indefesos, os “menos iguais”.  Como em “A Revolução dos Bichos” de George Orwell, os eternos “mais iguais” não se sujeitam às leis, aos costumes, à moral vigente. Lembrando Gerson, o canhotinha de ouro, buscam – e conseguem – LEVAR VANTAGEM EM TUDO.
”Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias é, com certeza, um dos mais expressivos poemas escritos por um brasileiro. Homens que não aceitam cabrestos, que têm honra, desprendimento e coragem como estandartes sempre existiram. O jovem guerreiro tamoio, estimulado pelo pai, se ombrearia com orgulho e altivez aos jovens e velhos de hoje que não permitem serem atrelados a grupos oligárquicos, sejam quais forem. Certa vez, respondendo ao questionamento de um candidato sobre o motivo pelo qual não me filiava a partido político retruquei: “Não me PERFILHO hoje para não ser instado a me PERFILAR amanhã”.   O Brasil já teve inúmeras caídas e recaídas, ditadores e chefes eleitos que nos envergonharam e envergonham. Não adianta trocar seis por meia dúzia. Urge que nos desvencilhemos de cangas, freios e até rabichos.
Não aceito o que Amaro Juvenal (pseudônimo de Ramiro Barcelos) escreveu no poema “Antônio Chimango”:                                                                                                                                  “Homem é bicho que se doma                                                                                                     Como qualquer outro bicho;                                                                                                       Tem às vezes seu capricho,                                                                                                   Mas logo larga de mão;                                                                                                              Vendo no cocho a ração,                                                                                                      Faz que não sente o rabicho”.
Voltemos à “Canção do Tamoio”. Quando um pai fala ao filho como é a vida real e como se deve proceder no dia a dia, frisa que não podemos arrepiar ante a luta, mesmo sangrenta e constante, ou seja, é preciso trabalhar sempre, permanecer firme diante dos diuturnos  confrontos. O maior, o mais perigoso e ardiloso inimigo está dentro de nós, para vencer as desconformidades precisamos muitas vezes contrariar a inclinação natural de levar vantagem em tudo. Manter esta atitude exige sacrifício, paciência e tenacidade. É duro, porém indispensável. Lembremos o introito do poema:                                                            “Não chores meu filho;                                                                                                          Não chores, que a vida                                                                                                                É luta renhida;                                                                                                                              Viver é lutar,                                                                                                                             A vida é combate                                                                                                                       Que os fracos abate,                                                                                                                     Que os fortes, o                                                                                                                       Só pode exaltar”.

A FASCINANTE MINA DE SAL DE WIELICZKA


Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


domingo, 1 de dezembro de 2019

POLICIAIS ASSASSINADOS






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

POLICIAIS ASSASSINADOS – 30/11/2019
2019 foi um ano perigoso para os policiais no RS e no Brasil. O número dos que foram mortos em serviço é o maior dos últimos cinco anos. Foram assassinados porque os bandidos descobriram que eram policiais. Facínoras reagiram a tiros quando os policiais se preparavam para realizar revistas e, em Montenegro, um agente da lei morreu quando tentava cumprir um mandado de busca. Houve também uma morte por atropelamento. A soldado Mariele Renata dos Santos Alves, 28 anos, foi atropelada por um carro de bandidos em fuga.   
Os que têm a árdua missão de combater delitos se veem manietados por leis brandas com os criminosos e regimes de cumprimento de penas ridiculamente lenientes. O sistema prisional facilita a formação de facções, dentro e fora das casas prisionais. O sentimento de impunidade – tragicamente real e evidente - fomenta e eleva aos píncaros do nonsense a intranquilidade das pessoas honestas, que, cercadas por facínoras impunes, desassombrados e armados até os dentes – lembramos que pessoas comuns não têm acesso a armas de DEFESA -. Ao saírem de manhã rezam para que possam voltar ilesas à noite. O que nem sempre acontece.  Se, e quando reagirem e abaterem um assassino em potencial que as ataca sem freios, enfrentarão um julgamento mais duro que o dos malfeitores de plantão. Na eventualidade, possível, de uma condenação, enfrentarão um inferno dentro de presídios onde não serão considerados parceiros dos celerados, pior, por terem eliminado uma chaga social devem pagar duplamente: 1 - Cumprindo pena prisional; 2 -  enfrentando a vingança de comparsas enraivecidos.
Neste ano de 2019, em boa hora, os governadores e prefeitos passaram a prestar honrarias a policiais mortos em serviço. Policiais são autores de verdadeiros atos de bravura, arriscam, diuturnamente, suas vidas para a segurança da nossa vida e do nosso patrimônio. O presidente da República acaba de propor uma lei que dá mais segurança a policiais que, em defesa própria, não precisarão mais esperar que o bandido atire primeiro.
O ministro Sérgio Moro enviou ao Congresso uma proposta conhecida como pacote anticrime. Ainda não foi aprovada e, para muitos, dificilmente o será sem inúmeros cortes que a desvirtuarão no principal. Por quê? Porque, entre os ilustres senadores e deputados, muitos estariam “ameaçados” pela Justiça e o que o povo quer é que “a Justiça seja feita”, mesmo e, principalmente, que alcance “os mais iguais”.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou, no dia 25/11, que prepara um projeto de lei para permitir Operações de Garantia e Ordem (GLO) em reintegrações de posse na área rural. Se aprovada, vai acabar com a farra dos invasores que depredam a propriedade, matam o gado, animais de estimação e fica tudo por isso mesmo.  Sarah Farias escreveu e copio um trecho:                                        
“Olhei e enxerguei a tua dor                                                                                                         Vi o quanto se humilhou                                                                                                        Sei a marca que ficou                                                                                                                   Ei, Eu sou o teu remidor                                                                                                               Do tempo, Eu sou o Senhor                                                                                           Levanta, a resposta chegou                                                                                                          Nunca mais                                                                                                                                  Nunca mais                                                                                                                      Nunca mais                                                                                                                                  Te chamarão de desamparado”.



Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

DEMOCRACIA?






tePONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

DEMOCRACIA? – 23/11/2019

Nas democracias como a nossa em qe os dirigentes se elegem prometendo governar para o bem do povo e depois de empossados agem como se o povo fosse um monturo de lixo, impõem modos e estilos que perpetuam as mazela e expandem a violência, o eleitor deplora o voto depositado. Não importa a cor partidária, a partitura da música continua monocórdia. Os anos Lula-Dilma  com apoio da base alugada (PMDB, PP,...) abriram a porta para a corrupção sem freios. O Mensalão e o Petrolão desnudaram as faces podres sem dó nem piedade. Não foi possível extirpar o tumor maligno porque casuísmos permitiram que a maioria dos mandantes se esgueirasse com manobras urdidas à socapa.                                                                                                                                            Temer e companhia continuaram e proporcionaram, inclusive, uma ridícula e simbólica corrida com uma maleta de 500 mil reais.                                                                                                                                                                                                                       Seguiu-se Bolsonaro que pregava e prega a violência, imitando com dedos e braços uma arma letal – contra bandidos, evidentemente – porém as “balas perdidas” não cessaram de escancarar sua face cruel atingindo inocentes, crianças inclusive.
Olhamos com incredulidade, misto de piedade, a Índia dividida por castas que seccionam seu povo e perpetuam as desigualdades. E nós, o que dizer dos detentores de “direitos adquiridos” a açambarcar a “parte do leão” do erário? No RS o Poder Judiciário reivindica – e recebe – 1/12 de tudo o que se arrecada, baseado no orçado, mesmo que o recolhido não alcance o estimado. Quando “aperta o cinto” e isso ocorre nos últimos cinco anos, não admite reduzir a sua cota. Em nada. O Legislativo, idem. Os “primos-pobres” do Executivo nesses cinco anos têm seus salários congelados e, ACREDITEM, os “primos-ricos” se autoconcederam 16,38% de aumento SEM CONSULTAR A ASSEMBLEIA. E não admitem dialogar.                                                                                                                            Criou-se uma cisão desta vez. O Legislativo se sentiu desprestigiado reagiu e exigiu ser consultado previamente. Judicializou e,  no momento tem ganho de causa. A reação do subprocurador-geral da Justiça, Marcelo Dornelles, não se fez esperar. Apesar da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ter aprovado um parecer que recomenda a suspensão dos reajustes de 16,38% autoconcedidos, incluído o Ministério Público (MP),o subprocurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, reiterou a legalidade do pagamento. Dornelles ainda lamentou que o MP possa vir a ser eventualmente “culpado” de tentar reparar a legalidade do aumento por via judicial. Ficar incitando categorias umas contra as outras de forma desnecessária não leva a nada.
A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, por 11 votos a zero, aprovou os pareceres favoráveis do relator Pepe Vargas (PT) aos requerimentos de autoria de Sebastião Melo (PMDB) para anular os aumentos de 16,38%.
A batalha jurídica continua e o desfecho é imprevisível.
Decidido apenas o reajuste zero aos do Executivo.
JUSTIÇA? EQUILÍBRIO? DEMOCRACIA?


Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado