“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
LAVA-JATO
DESTRÓI EMPRESAS
No Brasil, quando
alguém ou uma organização se atreve a enfrentar um gigante, empresas de porte
financeiro e econômico exponencial atuando por todo o país e até no exterior,
SABE que está ”cutucando onça com vara curta”. Foi o que aconteceu com a
Lava-Jato, ousou investigar, comprovar, punir corruptores e corruptos do mais
alto escalão. A partir dos resultados passou a ser bombardeada por todos que se
sentiram atingidos ou simplesmente ameaçados. Políticos dos primeiros escalões
– não preciso nomear, são muitos e notórios, abriram fogo contra os “excessos
cometidos” e os prejuízos causados. Recentemente Dias Toffoli, presidente do
STF entrou em cena:
“A Lava-Jato
desvendou casos de corrupção, colocou pessoas influentes na cadeia, colocou o
Brasil em outra dimensão do ponto de vista do combate à corrupção, não há
dúvida. Mas destruiu empresas. Isso jamais aconteceria nos Estados Unidos”.
(Dias Toffoli, presidente do STF – Zero Hora, 17/12/2019)
É FAKE! Para comprovar
minha assertiva, no início dos anos 2000, a ”Arthur Andersen” era uma das Big
Five, grupo das cinco grandes empresas de auditoria do mundo. A tradição da
Andersen, fundada em 1913, no entanto, não evitou sua ruína. A empresa foi
tragada pelo escândalo financeiro da distribuidora de energia Enron, da qual
ela era a auditora. O caso Enron foi o mais emblemático na série de escândalos
financeiros que assolaram os EUA no começo da década. Sob a esteira desses
episódios, foi criada a Lei Sarbanes-Oxley, nascida para coibir fraudes
contábeis.
Augusto Aras,
procurador-geral da república, Deltan Dallagnol, procurador do Ministério
Público e Vera Chemim, advogada constitucionalista rebateram:
“É irresponsável a
declaração do presidente do STF, Dias Toffoli, que culpa a Lava-Jato pela
extinção de empresas. Inverteu a lógica. Foram as empresas que se destruíram ao
mergulhar em esquemas milionários de corrupção”. (Augusto Aras,
procurador-geral da República – Zero Hora, 17/12/2019.
“É irresponsabilidade
afirmar que a Lava-Jato destruiu empresas e fechar os olhos para o fato que vem
recuperando por meio de acordos mais de 14 bilhões de reais para os cofres
públicos, o que é inédito na história do brasil. A Lava-Jato continuará
aplicando a lei, que, em sua avaliação, ainda é pouco efetivo no Brasil. A
Lava-Jato não destruiu empresa nenhuma, descobriu graves ilícitos praticado por
empresas e as responsabilizou”. (Deltan Dallagnol, procurador do Ministério
Público - Zero Hora, 17/12/2019)
“Para fazer uma
omelete é necessário quebrar o ovos. O tratamento empregado pela lava-Jato
precisava ser forte o suficiente para obtenção de resultados minimamente
satisfatórios do ponto de vista penal e administrativo”. (Vera Chemim, advogada
constitucionalista – Zero Hora, 17/12/2019)
Quando empresas
corrompem políticos e dirigentes, fazem conluios para direcionar licitações e
dividir os contratos de modo que todos ganham as partes desejadas pelos preços
pré-estabelecidos e com direito a aditivos posteriores (contanto que sobre
algum “por fora”)... tudo isso de maneira torpe e de comum acordo entre as
partes. Tudo ao arrepio da lei e da ética.
Tentar
combater sem usar pressões à altura e conjugação de esforços dos que procuram
estancar o vitupério continuado é tão ineficaz como querer deter o ataque de
uma fera com um grito de “PARE”... e esperar que o obediente pit-bul estanque
na corrida, suste a investida e venha lamber as mãos do alvo. Quimera! Ingenuidade!
Corruptos e corruptores apenas serão detidos em sua ganância ao serem enfrentados
com firmeza, tenacidade, não será acenando com... UM RAMALHETE DE ROSAS.
Impressionante como
as mais esclarecidas autoridades por vezes emitem opiniões – e as defendem
ferrenhamente – contraditórias que sejam, sem pejo, sem constrangimento.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado