sexta-feira, 8 de novembro de 2019

HUMANOS x ROBÔS






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

HUMANOS x ROBÔS – 08/10/2019

O ser humano aprende a repetir e com isso repassar adiante, contudo não somos robôs. Somos capazes de aprender através das descobertas, inclusive dos ancestrais (o Teorema de Pitágoras não precisa se redescoberto), recolhendo informações disponíveis na transmissão boca a boca ou pela escrita, esta muito mais precisa e fidedigna.
O determinismo, quando as informações são repassadas sem modificações ou erros se aplica aos robôs e, em menor escala, aos seres vivos não humanos. O livre arbítrio é paradigma do homo sapiens, não estamos atrelados ao padrão observado numa linha de montagem (robô), nem ao instinto animal que apenas sofre mutações extrínsecas, causadas pelas variações do meio ambiente, necessárias para não entrar em ciclo de extinção. O livre arbítrio catapultou o homo sapiens ao píncaro da criação e, se dirigido em sentido errado, pode leva-lo inclusive à extinção    – lembremos o risco, atualmente afastado, duma hecatombe nuclear -. Somos através do livre arbítrio o fiel da balança para o progresso ou a destruição, nossa e até de toda a forma de vida existente no planeta. Uma singularidade: enquanto outros seres vivos se adaptam ao meio ambiente ou são extintos, o homem vem, desde há muito, adaptando o meio ambiente às suas conveniências, o risco subjacente é a possibilidade de interferir com tal intensidade que tornará inóspito o planeta. O aquecimento global está inscrito nesse patamar, embora não devamos exagerar o poder da interferência humana. Se for verdade que estamos contribuindo através da emissão de CO² na atmosfera, principalmente através dos motores a combustão e produção de energia, não custa lembrar que uma única erupção vulcânica de grande magnitude expele mais poluentes que todos os produzidos pela atuação do homem. A erupção do monte Tambora, na Indonésia (1815) matou mais de 100 mil pessoas, lançou colunas de fogo a 40 quilômetros de altura, expeliu 200 milhões de toneladas de dióxido de enxofre e 50 quilômetros cúbicos de lava. Causou um efeito de longo prazo sobre o clima mundial e tsunamis arrasadores.
O clima no planeta Terra obedece a ciclos. Glaciações que cobriram a superfície com gelo, seguidas por altas de temperatura com intensidade e consequências diversas. As eras glaciais se sucedem com intervalos de aproximadamente 10 mil anos e, apesar de estarmos nos aproximando de mais uma, a elevação de temperatura no planeta está ocorrendo num ponto fora da curva. Houve uma pequena Era do Gelo entre 1300 e 1850 e ao longo da Era Medieval o problema foi um calor excessivo. Essas discrepâncias são citadas pelos que se recusam a acreditar que seja o homem o causador das mudanças climáticas heterodoxas. O problema é que de uns tempos para cá só esquentou, fato que não nos permite duvidar que as emissões de gases nocivos ao ambiente CONTRIBUEM para o aumento da temperatura.
Resumindo: a Terra exibe alternâncias de clima de forma cíclica, eras glaciais se alternam com períodos de clima ameno ANTES, MUITO ANTES do homem estar capacitado a interferir. Vulcões são causadores de emissões tóxicas todos os anos maiores que as causadas pela tecnologia, porém, indubitavelmente estamos colaborando para o aquecimento global. A única maneira de minorar as consequências é controlar as nossas emissões.


Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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