segunda-feira, 2 de setembro de 2019

IMORTALIDADE






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

IMORTALIDADE

No Rio Grande do Sul – e não poderia ser diferente – o “IMORTAL TRICOLOR” – refulge tonitruante. Nesta semana, mais uma vez, se consubstanciou o fenômeno, desta vez o Palmeiras foi o “partner” da epopeia. Lupicínio Rodrigues compôs o hino em comemoração ao cinquentenário do IMORTAL.                                                                                 Cinquenta anos de  glória                 Tens IMORTAL tricolor                                                                                                           Os feitos da tua história                                                                                                        Canta o Rio Grande com amor.
Quando se fala em imortalidade o mundo lembra Aasverus. O judeu errante ironizou Jesus que passava carregando a cruz e foi pelo Mestre condenado a vagar pelo mundo, sem nunca morrer, até o fim dos tempos.                                                                                 Ponce de Leon, na segunda viagem de Colombo à América procurou a “Fonte da Juventude”.      Júlio Verne, o escritor visionário, PREVENDO, não apenas ELUCUBRANDO, afirmou: “Tudo o que um homem pode imaginar, outro homem realizará”.  Mais dia, menos dia, chegaremos lá.              

A Natureza nos anima a esperança, “Turritopsis Nutricula”,uma medusa com 0,5 cm. de tamanho é IMORTAL. Seu DNA determina que após a reprodução, em vez de induzir o envelhecimento e morte, rejuvenesce. Sucessivamente. Apenas destroçada ou consumida por um predador desaparece. 

Caminhamos a largos passos nesse sentido, contemporâneos de Cristo tinham como expectativa 30-35 anos de vida; há cem anos, sexagenários eram considerados velhos; atualmente, aos 80 anos somos ativos e atuantes; nas próximas décadas, aos 120-130 anos. A eternidade é o limite. Utopia? NÃO!
Joseph Lister, em 1860, - compartilhava as mesmas convicções de Pasteur – acreditava que os micróbios estavam presentes no ar e eram responsáveis por processos infecciosos. Iniciou a época de desinfecção, principalmente nos campos operatórios. Após a adoção deste método o número de mortes no pós-operatório diminuiu muito e, correlatamente, em consequência dos cuidados generalizados na desinfecção  a expetativa de vida evoluiu num crescendo.
Lembro o obsoleto mimeógrafo para sinalizar o futuro. Conseguiam-se algumas dezenas de cópias legíveis e a partir de certo ponto borrões enodoavam os textos e isso durou até que: HEURECA! O físico Chester Carbson, em 1938, produz a primeira imagem xerográfica do mundo, a técnica permite que se copie TUDO quantas vezes seja desejado e de maneira perfeita.
As células dos seres vivos têm capacidade limitada de replicação, tal como os mimeógrafos. A partir de um determinado número de divisões inicia a degradação e sobrevém a morte.
Em 2009 a bióloga norte-americana Elizabeth Blackburn foi agraciada com o Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta dos telômeros e da enzima telomerase, preservam a integridade das células e - lembrem o Xerox- o número de replicações não tem mais limites. Teoricamente as células podem se reproduzir até o infinito e isso representa a possibilidade da VIDA ETERNA.
Um longo caminho ainda necessita ser percorridos, obstáculos existem e serão contornados. Uma sintonia fina é requerida para evitar, por exemplo, que o processo evolua para um câncer ou aumento exagerado das dimensões.
Isso será tema de outra coluna. 
                                                                                                                                                          





Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


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